Histórias guardadas por Lúcia Hiratsuka

Combinei com o Lipe e prometi para as turmas do Luiz Gatti, de Belo Horizonte, que nesta semana publicaria mais uma das minhas resenhas. Hoje, cumpro a promessa e escrevo sobre o “Histórias guardadas pelo Rio”, de Lúcia Hiratsuka. Sempre que resenho um livro, busco algum “gancho” – como fala o meu pai – que tenha a ver com a minha história. Minha mãe diz para eu ter cuidado com isso, não ficar contando vantagem ou pecar pelo excesso – “a pessoa que fala sempre de si é muito chata”. Procuro seguir seus conselhos, mas, desta vez, não pude evitar.

Li no jornal que minha amiga Lúcia Hiratsuka ganhou dois Jabutis, neste ano. Um de ilustração com “Chão de Peixes” e o outro, na categoria de melhor livro juvenil, com este “Histórias guardadas pelo Rio”. Já falei da Lúcia, aqui no blog, inclusive resenhei outro livro dela, que gostei muito, “Os livros de Sayuri” (http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/li-a-historia-da-sayuri-e-dos-livros-enterrados/)

Prêmio Jabuti de Melhor Livro Juvenil

Quando lancei “Os meninos da biblioteca”, a Lúcia foi ao lançamento e, uns dias depois, nos encontramos, para conversar um pouco. Eu estava passando por uma crise e me aconselhei com ela. Era uma crise de identidade. Enquanto escrevia o livro, foi fácil entender, mas depois que ficou pronto, a coisa começou a complicar. Quem sou eu, no meu livro? – às vezes ficava em dúvida, até, se o livro era meu, mesmo. Eu sou o personagem-escritor, também, ou só o personagem-narrador? Até tive uma conversa muito séria, sobre esse assunto, com o autor, que contei aqui no blog: http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/o-bibliotecario-do-imperador-e-uma-conversa-com-o-autor.

Mas o que me salvou, de vez, daquela crise, foi o papo que tive com minha amiga, quando ela me deu uma boa bronca, carinhosa, mas foi uma bronca: 

– Você tem que parar com essa confusão de personagem, escritor, narrador, você é o escritor do seu livro, Heitor, e está acabado.

A minha amiga Lúcia nem imagina o quanto me ajudou, foi depois dessa conversa com ela e da sua bronca, que decidi: não vou mais me preocupar como esse detalhe. Se o autor tiver alguma crise de identidade, que resolva com sua analista, pois eu resolvi a minha, com a Lúcia Hiratsuka: sou o escritor daquele e do meu próximo livro, e está acabado! E a partir de hoje, não toco mais nesse assunto.

Um rio cheio de histórias

O livro “Histórias guardadas pelo Rio“, escrito e ilustrado por Lucia Hiratsuka e publicado pela editora SM, conta a saga de Pedro, que não conseguindo mais pescar as boas histórias, que ficavam guardadas no fundo do rio, sai em busca do segredo da pesca. A Lúcia nasceu em um sítio, no interior de São Paulo e seus livros, quase sempre, são inspirados nas lembranças de sua infância.

Naquela cidade, havia a Don’Ana, que além de pescar histórias maravilhosas, fazia belos bordados com elas, com quem Pedro pegou uma dica, mas que não resolveu nada. A Carolina, que não sabia de segredo nenhum, para ela, pescar histórias era com brincar – acho a Lúcia muito parecida com a personagem Carolina, ela também brinca, desenha, pinta e, assim, vai pescando histórias maravilhosas. O seu Norberto, que pescava e colecionava histórias, guardadas em caixas, maletas e balaios e que um dia lhe disse, que o importante é a qualidade da vara de pescar. Pedro foi atrás de uma vara especial, mesmo assim, não teve sucesso.

Quando pequeno, Pedro saía para pescar com seu pai e ficava muito feliz com as histórias que conseguia pegar. Hoje, seu pai não pesca mais, doou todas as histórias que tinha e mantem uma loja, onde vende artigos para pescaria. E foi depois de uma conversa com ele, que Pedro resolveu viajar para bem longe, para depois das matas, a fim de procurar o seu Guido, um velho que sabia todos os segredos da pesca. Claro que não vou contar como foi a viagem de Pedro, mas o que posso dizer é que, lendo “Histórias guardadas pelo rio”, percebi como muitas histórias podem ser “pescadas” e que algumas, quando a gente menos espera, mordem nossos anzóis.

Adorei o jeito como a Lúcia contou a história desse seu livro, que, certamente, deve ter pescado em algum rio da sua infância.

A autora

Lúcia Hiratsuka nasceu no sítio Asahi, interior de São Paulo. No chão do quintal de terra brincou e rabiscou seus sonhos. Chegou a São Paulo aos 15 anos e meio, com a ideia de estudar desenho. Depois de graduar-se pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, encontrou o caminho da literatura infantojuvenil. Publicou diversos livros e recebeu importantes prêmios como Jabuti de Ilustração em 2006, 2012 e 2019; o Jabuti de Melhor Livro Juvenil em 2019; o Melhor para Crianças, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), em 2015; o Trofeu Monteiro Lobato, em 2015, da revista Crescer, além da indicação de uma de suas obras no prestigiado catálogo White Ravens, da Biblioteca de Munique, também em 2015.

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Clube de leitura com o avô mais louco do mundo

Hoje começaremos outro clube de leitura com a professora Luciana e seus alunos da Escola Municipal Luiz Gatti, de Belo Horizonte. Vamos conversar sobre o livro “O avô mais louco do mundo”. O nosso clube de leitura funciona assim, a professora indica um livro, eu leio e escrevo, aqui, a minha “resenha”. Na sequência, os alunos, que também leram e trabalharam esse livro, em sala de aula, escrevem seus comentários e contam o que acharam do livro. No final, respondo os comentários e as eventuais perguntas e, assim, promovemos um debate sobre nossas leituras do mesmo livro. Mas se alguém mais quiser comentar e participar do clube, também pode, mesmo não sendo aluno da escola.

Toda vez que faço um clube de leitura, empresto o livro para o meu amigo Lipe e peço sua ajuda. Ele também lê e depois, a gente troca ideias, são as nossas rodas de conversa. É sempre muito bom saber de outra leitura do livro, antes de escrever a “resenha”. É muita responsabilidade! Pena que meu amigo não se contenta em só me ajudar com o livro do clube, ele quer dar palpite em tudo.

-Pra ter um blog e postar tão pouco como você posta, melhor não ter – meu amigo, às vezes, é muito cruel em suas opiniões.

-Como assim, Lipe?

-Você sabe o que eu penso…

-O que você pensa?

-Você devia postar, pelo menos, a cada 15 dias. Eu concordo que os clubes de leitura com a professora Luciana são da hora, mas você poderia fazer muito mais. Volta a escrever as resenhas com mais frequência, eu ajudo, já estou lhe ajudando com seu livro.

-Como você vai me ajudar, quer escrever as resenhas pra mim?

-Não, né, as resenhas são suas, não pretendo ser seu ghost-writer, mas podia ler, também, os livros que você anda lendo e conversar, como fazemos nos clubes, quem sabe você não tem umas ideias e se anima.

-Vou pensar…

-Mas, pensa rápido!

Acho que o Lipe tem razão, vou voltar a escrever as resenhas, com mais frequência e também dar sugestões de leitura, como fazia antes. Tenho lido livros tão bons, que têm feito eu pensar sobre diversos assuntos, devia, pelo menos, compartilhar essas experiências aqui no blog. Está decidido, vou aceitar a ajuda do meu amigo e voltar com as minhas resenhas!

Nossa roda de conversa

Desta vez, minha conversa com o Lipe sobre o livro do clube seguiu um roteiro novo. Selecionamos algumas perguntas do Book Bucket List, o guia de clube leitura, que trouxemos da viagem e que falei no post anterior. Foram estas as perguntas que selecionamos do guia e tentamos responder na nossa roda de conversa: 

  • O que você mais gostou neste livro? O que você menos gostou?
  • Este livro fez você lembrar de outros livros que já tenha lido, quais?
  • De quais personagens você mais gostou? E de quais você menos gostou?
  • Cite um trecho do livro que você mais gostou e porque gostou deste trecho.
  • Você leria outro livro deste autor? Por que sim, por que não? Se já leu, compare.
  • Qual personagem do livro você mais gostaria de conhecer?
  • A história desse livro parece verdadeira?
  • Se você tivesse a chance de fazer uma pergunta ao autor desse livro, que pergunta faria?

Soube que os alunos fizeram uma atividade sobre esse livro e também responderam a outras perguntas. A professora Luciana me enviou esse questionário e eu também respondi, com o Lipe, na nossa roda de conversa. Por isso, deixo as perguntas do nosso guia, quem sabe os alunos da professora Luciana também queiram responder a essas.

O avô mais louco do mundo

A história desse livro começa, mais ou menos, assim: os pais de Marcos vão viajar, vão ficar fora por 15 dias e precisam deixar o filho com alguém, e a única pessoa disponível é o seu avô Felipe. “É um velho louco”! – a mãe preocupada. “Não é bem assim. Além disso, não há outro lugar para deixar Marcos durante tantos dias.”- o pai minimiza e sai na defesa do avô de Marcos, que é seu pai. Narrado pelo menino, o livro “O avô mais louco do mundo”, escrito por Roy Berocay, ilustrado por Roberto Negreiros e traduzido Cristina Antunes, conta a história bem divertida, cheia de aventuras e descobertas vividas pelo neto, dos dias em que passa na casa de seu avô, que mora na praia e é muito maluco.

Havia anos que Marcos não visitava seu avô e suas lembranças eram muito boas, quando pensava nele, dava uma “sensação morna na barriga”, de felicidade, mas ao mesmo tempo, ficava em dúvida e dividido, pois sua mãe dizia que o avô era má influência para ele. Mas o pai continuava o defendendo: “Sempre foi muito bom com o Marcos.” E a mãe insistindo, continuava atacando: “Sim, mas é muito distraído e fuma demais, um dia vai tocar fogo na casa.” Eles discutindo e o menino tentando falar, que também achava o avô meio estranho: “Esse velho magro e sem dinheiro, de cara engraçada, que gostava de ler romances policiais e de ouvir música esquisita.” Mas não teve jeito, não havia outro lugar para deixar Marcos, por tantos dias, e ele foi, mesmo, para a casa do avô. Foi e não se arrependeu, as férias com o seu avô artista, inventor, defensor do meio ambiente e um pouco atrapalhado, foram as melhores férias da sua vida.

Sobre as respostas às perguntas do guia, vou deixar um resumo geral da nossa conversa, pois, o trabalho de responder, gerou um longo debate entre mim e o Lipe. Nós não conhecíamos o Roy Berocay e nunca tínhamos lido nenhum livro dele, mas, com certeza, leríamos outro livro desse autor, pois gostamos muito do jeito como ele conta a história. O Lipe gostou mais da parte em que o experimento do avô transforma a água que sai pelos canos da cidade em água com gás, e eu gostei da parte em que Marcos conhece Gabriela, pois ando meio romântico. Achamos que a história parece verdadeira, sim, pois devem existir muitos avôs Felipes por aí. O personagem que gostamos mais e, também, o que gostaríamos de conhecer é o avô, e se pudéssemos fazer uma pergunta ao autor, perguntaríamos se o avô não é ele.

Os autores

O escritor Roy Berocay nasceu em Montevidéu, Uruguai, em 1955, e tem cinco filhos e três netos. Além de jornalista, é também músico e compositor. Foi guitarrista, compositor e cantor do grupo uruguaio de rock e blues El Conde de Saint Germain, e atualmente é membro da banda de rock La Conjura. Como escritor, seus livros têm recebido prêmios importantes, e são muito populares em seu país e em outros países da América Latina.

O ilustrador Roberto Negreiros nasceu e vive em São Paulo. Formou-se em Produção Visual Gráfica, em Artes Plásticas e em Jornalismo. Colaborador freelancer das maiores e melhores publicações das principais editoras do país há quase quatro décadas, é reconhecido pelo seu traço marcante e bem-humorado. Seus trabalhos frequentam periodicamente as páginas das revistas Veja, Veja São Paulo, Veja Rio, entre outras, assim como de livros infantis e juvenis de diversas editoras.

A tradutora Cristina Antunes foi curadora da Biblioteca José e Guita Mindlin, de 1980 até março de 2019, quando faleceu, aos 68 anos de idade. Ela foi licenciada em Educação pela PUC de São Paulo e especialista em Paleografia, estudo das antigas formas de escrita, pelo Instituto de Estudos Brasileiros da USP. Foi membro do grupo de tradutores do Journal of The American Institute for Conservation (JAIC/USA). Publicou a transcrição paleográfica de vários manuscritos, além de traduções de diversos livros. Escreveu “Memórias de uma guardadora de livros”.

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Nosso clube de leitura vira estudo acadêmico

 

Neste post falo de um guia para clubes de leitura que encontrei em Londres e mostro um artigo científico de pós-graduação, da profª Luciana, que trata da formação do leitor literário aliada às ferramentas digitais e tem o nosso clube de leitura, como objeto de estudo

 

Estou de volta, e o que podia contar dessa minha viagem, mostrei no post anterior, o restante vai ficar para o livro que estou escrevendo, continuação de “Os meninos da biblioteca”, que pretendo acabar até o final deste ano. Espero conseguir terminar, pois com a ajuda do Lipe e de outras pessoas, de quem vou falar depois, colhemos muitas informações, agora é sentar e escrever.

Mas teve uma coisa da qual me esqueci de contar naquele post, além dos passeios turísticos, das visitas às bibliotecas, livrarias e sebos – os locais onde fizemos nossas investigações, também conheci uma papelaria maravilhosa, a Paperchase. Tem diversas lojas dela, em Londres, mas a que fui mais de uma vez, comprei diversos bloquinhos de anotações e encontrei uma preciosidade, fica na Tottenham Court Road.

213-215 Tottenham Court Road

Balde de livros

A preciosidade que encontrei nessa papelaria é um guia para clubes de leitura, que se chama “Book Bucket List – A Literary Adventure” (“lista de balde de livros – uma aventura literária”, o Lipe, ao meu lado, logo traduziu e me explicou a brincadeira do título).

O guia traz diversas páginas com fichas para catalogar e classificar os livros que lemos e escolher os nossos personagens favoritos. Ele também traz uma lista de livros clássicos, para serem lidos e assinalados. Tem outra seção para listarmos os livros que lemos por brincadeira, para escola, livros que devemos evitar, livros que nos deixam culpados (esse não entendi direito) e duas páginas para os livros que queremos ler.

Outra seção com listas de livros obrigatórios em ficção, não-ficção, fantasia, infantojuvenis, autobiografias, policiais, romance e ficção científica. Outra com espaço para agendarmos os encontros do clube, outra que trata de empréstimos de livros, com regras, livros que não devemos emprestar e os emprestados. E ainda tem outra seção com algumas perguntas que podemos fazer nas rodas de conversa sobre nossas leituras. Tenho certeza que esse guia vai ser muito útil para os nossos próximos clubes. E quem mais quiser fazer clube de leitura com o blog, as inscrições continuam abertas, é só avisar lá nos comentários.

Nosso clube de leitura vira objeto de estudo acadêmico

E por falar em clube de leitura, a professora Luciana, da Escola Municipal Luiz Gatti, de Belo Horizonte, parceira antiga do blog – já organizamos vários clubes de leitura com seus alunos -,  me mandou um artigo científico de pós-graduação, que ela escreveu e que trata da formação do leitor literário aliada às ferramentas digitais. Li, adorei e perguntei a ela se poderia publicar no blog e ela autorizou. Segue abaixo o seu artigo. O nosso clube de leitura é seu objeto de estudo!

 

LETRAMENTO LITERÁRIO E AS FERRAMENTAS DIGITAIS

LUCIANA ÂNGELA PEREIRA DOS REIS

BELO HORIZONTE – MG – 2019

Trabalho de Conclusão de Curso de pós-graduação apresentado a Faculdade IPEMIG/Faculdade Batista, como pré-requisito para obtenção do título de especialista em: Letras, Português e Literatura.

RESUMO: O presente artigo trata da formação do leitor literário aliada às ferramentas digitais. Pode-se pensar que, atualmente, a concorrência entre o livro de literatura e o mundo digital é desleal junto aos adolescentes. Entretanto, é possível tornar esses dois ambientes distintos em ferramentas concordantes a favor do crescimento do aluno. É indiscutível que a leitura e a compreensão de variados gêneros textuais se fazem necessárias para a formação de um leitor crítico e criativo, e, nesse processo, a presença do professor mediador é fundamental.  O objetivo principal desse trabalho é demonstrar as possibilidades de desenvolvimento do gosto pela leitura literária entre estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental por meio da conexão entre o livro e o blog, considerado uma mídia social, e a consequente percepção da importância dessa prática dentro e fora da escola.

Palavras-chave: letramento literário – multiletramentos – mídia social.

INTRODUÇÃO

O letramento literário consiste na capacitação do aluno para a leitura, compreensão e valorização de gêneros textuais diversos no campo da literatura. Esse letramento é uma prática social e responsabilidade da escola. Não se trata da realização de simples e esporádicas leituras no ambiente escolar, envolve mecanismos de interpretação de obras literárias, construção de sentidos para o que foi lido e consequente capacitação do leitor. 

Não há como evitar que a literatura, qualquer literatura, não só a literatura infantil e juvenil, aos se tornar “saber escolar”, escolariza-se, e não se pode atribuir, em tese, […] conotação pejorativa a essa escolarização, inevitável e necessária; não se pode criticá-la, ou negá-la, porque isso significaria negar a própria escola […].(SOARES, 2001, p.)

Graças aos avanços proporcionados pelas tecnologias e à velocidade com que ocorre a comunicação entre os sujeitos em qualquer parte do globo terrestre, é possível observar os efeitos e as mudanças originados desse desenvolvimento em todos os segmentos da sociedade atual. A internet se popularizou e seus benefícios são inegáveis. Nesse cenário, os professores convivem em sala de aula com a geração Z, que compreende os nascidos entre o fim de 1992 a 2010, ligada intimamente à expansão exponencial da internet e dos aparelhos tecnológicos.  Essas pessoas são conhecidas como “nativas digitais” por estarem muito familiarizadas com o mundo digital e sempre conectadas. Diante disso, muitas perguntas podem rondar a mente de professores atualmente: Em tempos de redes sociais em alta, é possível promover o letramento literário entre os adolescentes? Conseguiremos incentivar a leitura de livros de literatura em sala de aula, conciliando prazer e conhecimento? É possível aliar a leitura de livros às ferramentas digitais em sala de aula? Esses mundos aparentemente discordantes (livros e internet) podem ser unidos por professores e alunos? 

A resposta a essas questões é SIM. É possível promover a formação do leitor literário usando as ferramentas digitais como aliadas ao processo. A escola não pode ficar alheia às mudanças e às crescentes demandas por tecnologia, visto que uma de suas principais funções é promover uma formação sólida de seus alunos, visando fornecer mecanismos que possibilitem a eles construir e exercer plenamente sua cidadania, incorporando ao seu cotidiano novas habilidades.

Nesse cenário, o professor merece papel de destaque. Ele é um mediador importantíssimo no processo de formação do seu leitor, pois, a leitura por ele incentivada deverá ser capaz de promover prazer e saber.  A motivação é imprescindível para o sucesso do trabalho e é o professor o principal responsável por uma preparação que precede a leitura e o uso das ferramentas digitais. Libâneo ( 2009, p. 13) afirma que “A mediação do professor consiste em problematizar, perguntar, dialogar, ouvir os alunos, ensiná-los a argumentar, abrir-lhes espaço para expressar seus pensamentos, sentimentos, desejos, de modo que tragam para a aula sua realidade vivida.”.

O resultado esperado ao final do processo pode ser sintetizado nas palavras de Thaís de Oliveira (2012), em sua dissertação de mestrado sobre o letramento literário ao afirmar que uma pessoa que, ao longo de sua fase escolar, não desenvolver o letramento literário, certamente, abandonará o hábito da leitura de obras de literatura quando terminar a obrigatoriedade dessa atividade. Já o leitor letrado será ávido leitor sempre, pois terá desenvolvido sua autonomia leitora, e lerá com fruição e criticidade, pelo fato de ter estimulado sua competência leitora ao longo de sua constituição como leitor. Mas isso ocorrerá, provavelmente, pelo fato de esse leitor ter tido boas mediações leitoras e bons professores incentivadores.

O LETRAMENTO LITERÁRIO E SEUS ALIADOS

Há um consenso entre os professores de língua portuguesa no que diz respeito ao letramento literário: ele é importante e necessário. A formação de um leitor proficiente é um dos principais objetivos do ensino de língua portuguesa. Entretanto, os meios utilizados para alcançá-lo são variados e, em alguns casos, ineficazes.  

Conforme explicita Paulino (apud PINHEIRO, 2004, p. 56) “a formação de um leitor literário significa a formação de um leitor que saiba escolher suas leituras, que aprecie construções e significações verbais de cunho artístico, que faça disso parte de seus fazeres e prazeres”. Na escola não se deve incentivar apenas a leitura literária pela simples leitura, mas aquela que busca a construção do sentido, de novos sentidos, aquela que se relaciona com mundo do leitor e que lhe abre um novo mundo. Nessa perspectiva, o letramento literário se dá por meio da leitura da obra e do conhecimento sobre os autores, seus modos de pensar, valores, intuições, contexto social, previsão de interlocutores, sem, de modo algum, abandonar a fruição literária, que é a imersão no texto capaz de desvendar e expandir suas significações.  

Principalmente agora, no século XXI, com o advento da tecnologia e a inserção das novas gerações nas mídias digitais, o professor  precisará repensar sua metodologia e abrir espaço para o diálogo entre a literatura e as ferramentas digitais à disposição. Lemke (2010[1998]: s.d) afirma que “precisamos pensar um pouco em como as novas tecnologias da informação podem transformar nossos hábitos institucionais de ensinar e aprender”. Torna-se necessário, então, aproximar o letramento literário das ferramentas digitais. Nesse contexto, entra em cena o conceito de multiletramentos. Agora, o professor não tem apenas em mãos e disponível materiais impressos, considerados mídias anteriores (impressas e analógicas, como a fotografia, o cinema, o rádio e a TV pré-digitais). Rojo (2012 p.23) ressalta que convivemos no dia a dia com a mídia digital, que permite que o usuário (ou leitor/produtor de textos) interaja em vários níveis e com vários interlocutores (interface, ferramentas, outros usuários, textos/discursos etc.). Tem-se aí uma das principais características dos multiletramentos: a interatividade. As tecnologias digitais estão introduzindo novos modos de comunicação, como a criação e o uso de imagens, de som, de animação e a combinação dessas modalidades. Como os alunos da geração Z lidam fluentemente com essas novas tecnologias disponíveis, por que não aliar a leitura literária de livros físicos aos ambientes digitais?

Nesse sentido, a proposta desse trabalho é apresentar metodologias já aplicadas que facilitam a formação do leitor literário no momento em que o uso de uma ferramenta digital é introduzido em salas de aula, contribuindo para o sucesso no letramento literário de alunos do ensino fundamental. Entendemos que a leitura literária deve continuar recebendo considerável importância dentro do componente curricular. Ela não pode ser pensada como inferior aos outros conteúdos da disciplina ou desinteressante para os nativos digitais e ter reservado para ela um tempo de “sobra” no planejamento.

A Base Nacional Comum Curricular esclarece que:

Não se trata de deixar de privilegiar o escrito/impresso nem de deixar de considerar gêneros e práticas consagrados pela escola, tais como notícia, reportagem, entrevista, artigo de opinião, charge, tirinha, crônica, conto, verbete de enciclopédia, artigo de divulgação científica etc., próprios do letramento da letra e do impresso, mas de contemplar também os novos letramentos, essencialmente digitais.[…] (BNCC. p.67)

Pretende-se, então, demonstrar que é possível promover o gosto pela leitura de livros de literatura acompanhado pela construção de novos sentidos para a obra lida ao inserir ferramentas digitais em sala de aula, cooperando para a formação de um leitor que poderá expressar sua opinião crítica e produzir textos coerentes e adequados ao ambiente digital. 

PROFESSOR MEDIADOR

É importante que os professores estejam abertos para mudanças, que repensem suas metodologias, que insiram no dia a dia as novas tecnologias como aliadas.  Eles não devem relutar em desfrutar dessas ferramentas como recursos para motivar a leitura, para provocar esse hábito em seus alunos, para interferir no processo da escrita de da construção de sentidos. 

Ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, […] A internet é um novo meio de comunicação […]que pode ajudar a rever, a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de ensinar e aprender (MORAN, 2012, p. 63).

O professor de língua portuguesa não precisa ser um especialista em tecnologia para explorar esse ambiente, ele pode usufruir de ferramentas já existentes e criar um ambiente propício para inovações, no qual a aprendizagem é promovida pela interação de todos os participantes. 

Para promover o gosto pela leitura de livros de literatura acompanhado pela construção de novos sentidos para a obra lida, tornando o ato da leitura uma atividade social que  acompanhará o aluno por toda a vida, o professor poderá ter como aliada uma ferramenta digital conhecida e de fácil manuseio: o blog.  Ele pode ser um espaço para as práticas de leitura e escrita, proporcionando novos meios de acesso à informação, capacitando o aluno a expressar sua opinião crítica e a produzir textos coerentes e adequados ao ambiente digital. 

A proposta desse trabalho não é ensinar a fazer um blog, mas demonstrar como há professores que estão alcançando, além do letramento literário,  novos letramentos, utilizando um blog já existente.

O BLOG – UMA MÍDIA SOCIAL

É preciso esclarecer, inicialmente, a diferença entre rede social e mídia social. A rede social é o ambiente virtual on-line que facilita a interação entre as pessoas que compartilham os mesmos interesses, experiências ou ainda conexões na vida real . O Facebook é a rede social mais popular do mundo, nasceu há 15 anos como um experimento entre estudantes da Universidade de Harvard (EUA) e é a que tem maior numero de usuários, seja por si mesmo ou pelos aplicativos de sua propriedade, como Instagram e WhatsApp. 

As mídias sociais existem nos universos off-line e on-line.  Enquanto as mídias tradicionais podem ser caracterizadas como via de mão única no processo comunicativo e com pouca possibilidade de participação (jornais, revistas, TV), as mídias sociais são consideradas o resultado da difusão de conteúdo fora dos meios de comunicação de massa — ou seja, tudo aquilo que é gerado na internet e formado por indivíduos, propagando informações de forma descentralizada e com participação ativa, uma via de mão dupla, o que inclui não só as redes sociais, mas também blogs, wikis e sites de compartilhamento. Os blogs são exemplos de mídia social. Ao mesmo tempo em que disseminam conteúdos, eles oferecem um espaço para que os leitores interajam.  Seu objetivo principal é o compartilhamento de conteúdos, e não as relações interpessoais, como nas redes sociais.

O BLOG DO LE-HEITOR  

pastedGraphic.pngFonte: Disponível em: http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/. Acesso em: 27 mai. 2019.

A partir da busca por métodos diferentes, mais atraentes, que fossem capaz de despertar nos alunos o prazer pela leitura e  uma melhor construção do sentido para os textos que  o blog do Le-Heitor foi encontrado por uma professora de língua portuguesa da rede municipal de Belo Horizonte.

Em 2013, ao pesquisar na internet por uma resenha do livro Carol, do cartunista Laerte, um  texto chamou sua atenção  no blog do Le-Heitor. Tratava-se de um texto apropriado para alunos de sexto ano, pois fora escrito por um menino de 12 anos, o Heitor. A Linguagem era clara, de fácil entendimento e extremamente agradável. A resenha foi utilizada em sala de aula e os alunos também foram levados ao laboratório de informática para ler o texto direto no blog. 

Depois de uma leitura mais detalhada do blog, verificou-se que Heitor é um personagem criado por João Luiz Marques, jornalista e escritor que trabalha na Sintaxe Comunicação. No blog, Heitor posta resenhas sobre os livros que lê, divulga eventos literários e organiza projetos de mediação de leitura, presenciais e virtuais

pastedGraphic_1.pngFonte: Disponível em: http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/o-que-escrevo-neste-blog-2/. Acesso em: 27 mai. 2019.

O PROJETO “CLUBE DE LEITURA”

Da interação da professora com o idealizador do blog, diretamente no espaço destinado aos comentários, surgiu o convite para o “Clube de Leitura” no blog do Le-Heitor.

Clubes de leitura

Já fiz aqui alguns clubes de leitura com professores, li o mesmo livro que os seus alunos e depois compartilhamos as nossas leituras no blog, algumas vezes até entrevistamos os autores desses livros, foram clubes de leitura “online”, “digitais”. Nessa nova fase quero continuar com esses clubes, mas também pretendo organizar clubes de leitura “presenciais”, já tenho alguns programados. Se gostar da ideia e quiser fazer um clube de leitura comigo, é só chamar. Fonte: Disponível em: http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/8429-2/. Acesso em: 27 mai. 2019.

Iniciou-se, assim, em 2013, uma trajetória com alunos do ensino fundamental num projeto que visa motivar a leitura literária aliada ao uso da mídia social, por meio da leitura de resenhas postadas no blog e produção de comentários por parte dos alunos, inserindo-os no ambiente virtual também como protagonistas, na medida em que utilizam a linguagem escrita para elaborar comentários sobre a obra analisada, apresentar suas opiniões, impressões, sugerir novas leituras, questionar, dentre outras ações.

A Base Nacional Comum Curricular apresenta orientações quanto às possibilidades e necessidade de se contemplar a cultura digital em sala de aula.

“As práticas de linguagem contemporâneas não só envolvem novos gêneros e textos cada vez mais multissemióticos e multimidiáticos, como também novas formas de produzir, de configurar, de disponibilizar, de replicar e de interagir.[…]

Depois de ler um livro de literatura ou assistir a um filme, pode-se postar comentários em redes sociais específicas, seguir diretores, autores, escritores, acompanhar de perto seu trabalho; podemos produzir playlists, vlogs, vídeos-minuto, escrever fanfics, produzir e-zines, nos tornar um booktuber, dentre outras muitas possibilidades. Dessa forma, a BNCC procura contemplar a cultura digital, diferentes linguagens e diferentes letramentos, desde aqueles basicamente lineares, com baixo nível de hipertextualidade, até aqueles que envolvem a hipermídia.[…]” (BNCC. p. 67) (Grifo nosso)

O projeto realizado pela professora e que será detalhado a seguir está relacionado à proposta da BNCC em relação ao multiletramentos. 

Vamos nos deter a explicitar algumas sequências didáticas aplicadas no primeiro semestre de  2018 e no primeiro trimestre de 2019, pelo fato de que foram vivenciadas pelos mesmos alunos que estavam no sétimo ano e que agora estão no oitavo ano, acompanhados pela professora. Os procedimentos são praticamente os mesmos em todos os clubes de leitura. Entretanto, o espaço sempre fica aberto para novas experiências, atividades e desdobramentos, dependendo do livro escolhido. Não é, portanto, um trabalho “engessado”.

Num primeiro momento, como foi informado pelo próprio Heitor (personagem criado por João Luiz Marques) em seu blog, o professor escolhe o livro a ser lido por seus alunos, faz seu papel em sala de aula de motivador e mediador dessa leitura, ao mesmo tempo em que Heitor realiza a mesma leitura e prepara a resenha para a postagem. A data da postagem é combinada entre eles.

É preciso esclarecer que nesse projeto, cada professor é livre para decidir a metodologia que usará em sala de aula com seus alunos para a análise do livro escolhido, bem com os meios de avaliação. Entretanto, uma instrução não pode deixar de ser seguida, desde o primeiro momento: O “clube de leitura” é formado por dois momentos e, para participar dele,  o aluno deve ler o livro literário indicado para depois interagir no blog do Le-Heitor.

Cada estudante deve receber o livro literário tendo em mente que, na sequência, entrará em contato com uma mídia social, o blog, que usará o computador para registrar suas impressões sobre a leitura, sobre o autor, as aprendizagens. Essa informação faz parte da motivação: Ler para ir além de uma prova no papel, de uma apresentação oral. Ler para entrar em contato com um interlocutor diferente, num ambiente virtual, gera expectativas e maior interesse por parte dos alunos. A atividade pode ser realizada em dupla, para que os alunos conversem entre si sobre as postagens.

O GÊNERO TEXTUAL “COMENTÁRIO”

Em tese, a Web é democrática: todos podem acessá-la e alimentá-la continuamente. Mas se esse espaço é livre e bastante familiar para crianças, adolescentes e jovens de hoje, porque a escola teria que, de alguma forma, considerá-lo?

Ser familiarizado e usar não significa necessariamente levar em conta as dimensões ética, estética e política desse uso. […] (BNCC. p. 67) 

Não é pelo fato de estarmos em sala de aula com alunos conhecidos como “nativos digitais” que deixaremos de lidar de forma crítica com os assuntos que circulam na web. Não se pode postar tudo o que se quer. O professor precisa interferir no processo e conscientizar o aluno acerca do que é adequado e respeitoso ao interagir com um interlocutor desconhecido.

No domínio jornalístico, o comentário inclui-se na categoria dos textos opinativos. Por meio dele, o leitor expressa sua opinião, sua percepção, sobre diversos assuntos. Hoje em dia, no ambiente virtual, há ainda pessoas que pensam que podem se esconder atrás de um perfil, falso ou não, para empregar linguagem grosseira e ofensiva, sem pensar nas consequências que essas ações podem acarretar. E é justamente para evitar tais comportamentos que a escola precisa intervir, ensinando e conscientizando seus alunos.   

O blog do Le-Heitor é aberto à comunidade. Os alunos podem acessá-lo de um celular ou do computador em casa para realizar leitura ou postar comentários. Dessa maneira, é necessário haver combinados e explicações sobre o objetivo do trabalho.  

  1. Ler o livro literário.
  2. Realizar atividades de interpretação em sala.
  3. Acessar o blog para ler a resenha postada por Heitor.
  4. Usar o espaço dos comentários para interagir com o Heitor e com os colegas a respeito do livro, do autor, das análises, da resenha, do próprio blog, de outras curiosidades etc..
  5. Em outro momento, voltar a acessar o blog para ler os comentários dos colegas de sala ou da escola, bem como o retorno do próprio Heitor, que sempre acontece quanto todos os alunos já terminaram de registrar suas impressões. 

No blog, o aluno é livre para se expressar, desde que o princípio da cordialidade seja respeitado. Ele pode dizer o que realmente pensou sobre todas as fases do trabalho, sempre com respeito. Para isso, também é incentivado o registro escrito conforme a norma-padrão da língua. A linguagem pode ser informal, sem uso de gírias, abreviações, palavrões ou palavras ofensivas. 

RESULTADOS DOS CLUBES DE LEITURA

 Os alunos do 7º ano do primeiro turno da Escola Municipal Luiz Gatti participaram de dois clubes de leitura em 2018. No primeiro semestre com o livro “Visita à Baleia”, de Paulo Venturelli, e no segundo semestre com o livro “Beatriz em Trânsito, de Eloí Elizabete Bocheco. No final do ano, um questionário foi aplicado pela professora de língua portuguesa. Conforme as respostas a duas das perguntas, foi possível perceber que o clube de leitura conseguiu motivar os alunos em relação à leitura literária.

O que mudou em relação ao número de livros que você leu em 2018, comparando com o ano anterior?

  1. Aumentou para 54 alunos
  2. Diminuiu para 14 alunos
  3. Nada aconteceu para 22 alunos

Você acha que usar a internet no blog do Le-Heitor fazendo comentários e postando um capítulo do livro reescrito por você foi um incentivo para a leitura de outros livros literários?

  1. Sim para 68 alunos
  2. Não para 19 alunos
  3. Em branco 3 alunos

No primeiro trimestre de 2019, os mesmos alunos, agora no 8º ano, participaram de um novo clube de leitura com o livro “Os dançarinos”, Uma HQ de Vincent Goodwin baseada no conto de Arthur Conan Doyle. Aproximadamente 70 duplas participaram das atividades, mas, para exemplificar, seguem os registros que quatro duplas (mesmas duplas) postaram no espaço “comentários” do blog do Le-Heitor em 2018 e 2019. 

Obs.: Os nomes dos alunos foram substituídos por números.

1º semestre 2018

Livro: Visita à Baleia

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1º semestre 2019

Livro: Os dançarinos

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  1. Alunos 1 e 2

6 de junho de 2018 às 10:16

Eu vou dar uma nota 8 para sua entrevista.

6 de junho de 2018 às 10:17

O que inspirou vocẽ a fazer seu blog

  1. Alunos 1 e 2

26 de março de 2019 às 07:46

Bom dia, Heitor nós adoramos o seu blog e gostamos da sua resenha e esperamos que tenha mais.Uma pergunta: por que nos flimes as historias ficam mais completas,na sua opinião?

Alunos 3 e 4

6 de junho de 2018 às 11:01

Olá ,como vai ?
Gostei muito do do seu blog pois despertou em mim o interesse de ler
nossa nota e 8,9 para o livro, pois não e o genêro de livro que costumamos ler
Obrigado!

Alunos 3 e 4

26 de março de 2019 às 11:13

Bom dia Heitor

Gostamos muito do seu blog e do livro Os Dançarinos, porém o filme não nos agradou tanto, esperávamos que fosse mais enigmático por isso damos nota 5 para o filme.Sobre o livro achamos bem legal adaptarem para quadrinhos ficou bem mais divertido e atraente para leitura por isso damos nota 8.

Abraços de Pedro e Matheus!!!

Alunos 5 e 6

6 de junho de 2018 às 11:06

Olá, Heitor

Sobre o livro (Visita á baleia),encontramos boas energias,ele nos mostra a intensa criatividade para montar boas historias.as !!
Você me indica outros livros legais??
Abraços!<3
Aguardamos novas resenh

Alunos 5 e 6

26 de março de 2019 às 11:13

Bom dia, Boa tarde ou Boa noite, Heitor!
Achamos legal você ter trazido essa resenha do livro “Os Dançarinos” para o seu blog.
Gostamos muito do contexto desse “mistério”, o livro é muito interessante, gostamos muito de ler e gostamos mais ainda do filme.
Nós nunca tinhamos lido nenhum livro do Sherlock Holmes, e você já leu outros livros dele!? Se sim, conte-me mais!
Então é isso, até mais… Aguardamos sua resposta!

Alunos 7 e 8

6 de junho de 2018 às 11:14

Oi Heitor, gostamos muito do seu blog espero que você venha nos visitar para batermos um papo e discutirmos sobre seu blog e sobre livros. GRANDE ABRAÇO!

Alunos 7 e 8

26 de março de 2019 às 11:10

Olá,Heitor.
Gostamos muito do livro Os Dançarinos e do filme, achamos bem interessante.
No livro de português,tem um conto também do Sherlock Holmes que se chama a Faixa Manchada,você já leu?
Adoramos o seu blog! Grande abraço!

É possível verificar o progresso dos alunos comparando sua produção textual em dois momentos distintos: no sétimo ano e no oitavo ano. A capacidade argumentativa aumentou, mostraram-se mais articulados e conhecedores dos aspectos formais do gênero “comentário” e inteirados com a obra analisada. Além disso, em relação aos aspectos linguísticos, verificou-se maior cuidado por parte dos alunos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O clube de leitura, nos moldes aqui explicitados, abriu novas oportunidades de trabalho sobre gêneros textuais do domínio discursivo literário e outros domínios com alunos do ensino fundamental, pois, além da análise do livro escolhido, outros gêneros como blog, resenha, entrevista e comentários, foram trabalhados, inserindo, em sala de aula, a pedagogia dos multiletramentos, ao aliar uma leitura literária a uma ferramenta digital. 

Muitas são as contribuições do projeto “clube de leitura” no blog do Le-Heitor. Em primeiro lugar, é notório que o letramento literário é promovido, pois há mais interação entre os leitores e as atividades propostas. Percebe-se um aumento do interesse dos alunos por novas leituras e pelo próximo clube. Além disso, ao elaborar comentários,  os alunos refletem sobre o papel que estão exercendo nesse momento: estão ali como interlocutores capazes de imitir opiniões, argumentar, fazer sugestões. Eles colocam em prática o que aprenderam sobre os aspectos formais do gênero “comentários”, além de se esforçarem para apresentar concordâncias, ortografia e pontuação conforme a norma-padrão da língua. Para alguns alunos que não têm acesso ao computador em casa, o projeto oferece a oportunidade de aprender a digitar seus próprios textos usando o teclado, acessar a internet, conhecer a estrutura e finalidade de blogs. 

Implantar a utilização ferramentas digitais aliadas a uma leitura qualitativa e à troca constante de informações entre os interlocutores participantes do clube de leitura pode favorecer a formação de novos leitores e escritores, além de educar o aluno para o mundo digital, ao conscientizá-lo sobre o seu papel social.

REFERÊNCIAS

LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2009.

MORAN, J. M. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas. In: MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus. 2012.

OLIVEIRA, Thaís de. Letramento Literário – A mediação da leitura de obras literárias no processo de leitores competentes. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de Brasília, Brasília. Março de 2012.

PINHEIRO, Marta Passos. Letramento literário na escola: um estudo de práticas de leitura literária na formação da “comunidade de leitores”. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação da UFMG, Belo Horizonte. 2006.

ROJO, Roxane. Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.

SOARES, Magda B. A escolarização da literatura infantil e juvenil. In:EVANGELISTA, Aracy; Brina, Heliana; MACHADO, Maria Zélia (orgs). A escolarização da leitura literária. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

BLOG DO LE-HEITOR – disponível em: http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/. Acesso em: 27 mai. 2019.

MEC, Ministério da Educação, 2017. Base Nacional Comum Curricular – BNCC: Disponível em: http://www.observatoriodoensinomedio.ufpr.br/wp-content/uploads/2017/04/BNCC-Documento-Final.pdf . Acesso em: 27 mai. 2019.

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Direto de Londres

Estou em Londres, nunca imaginei fazer essa viagem – depois explico, com calma, como consegui chegar até  aqui. Já falei, no outro post, que estamos perseguindo um livro e que nossas últimas averiguações, no Brasil, deram conta, de que alguém o levou para outro país. Quando descobri que o livro tinha ido pra Inglaterra, pensei em desistir de contar essa história e abandonar o projeto – nunca que iria conseguir viajar para tão longe -, até que surgiu a oportunidade de vir pra cá. Viemos eu e o Lipe!

A contribuição do meu amigo tem sido fundamental pra nossa investigação, ele já está bem adiantado no inglês, quase fluente, eu ainda estou aprendendo, meu inglês é muito fraco, e graças ao Lipe, estamos conseguindo conversar com as pessoas e garimpar as informações necessárias. Inclusive, ele está aqui, do meu lado, pressionando para eu parar de escrever, pra gente sair pra rua e continuar com as nossas buscas.

London Boy

Apesar das minhas limitações com a língua, no terceiro dia, já me senti em casa e o Lipe, pra me zoar, começou a me chamar de London Boy e repetir uns versos do David Bowie, que ele leu num cartaz, na New Oxford Street, quase esquina com a Tottenham Court Road:

A London boy, oh a London boy, your flashy clothes are your pride and joy, a London boy, a London boy, you’re crying out loud that you’re a London boy“.

Não posso contar mais detalhes de tudo que está acontecendo por aqui, primeiro, porque ainda estamos no meio da investigação, depois, daria spoiler de uma história, que ainda não terminou. Espero que acabe antes do final do ano, pois será a continuação do livro “Os meninos da biblioteca”! Então, por enquanto, é só isso que posso dizer, mas aproveito este post, também, para mostrar algumas das fotos, que tiramos da cidade.

O Lipe e eu, enquanto traçávamos nosso plano de investigação

Álbum de Viagem

Londres

Biblioteca do bairro, fomos visitá-la logo no primeiro dia e já voltamos outras vezes

Na calçada da rua principal, miniatura indicando que a biblioteca está por perto

Um sebo da famosa Charing Cross Road, ainda há três, resistentes

Hatchards, tradicional e mais antiga livraria de Londres, fundada em 1797

O Brasil é manchete do jornal inglês The Guardian

Na estação ferroviária de St. Pancras, sai trem para Paris e Bruxelas

O Parlamento, visto de fora, que o atual primeiro ministro quis fechar

Downing Street, onde mora esse ministro, soube que essa rua já foi aberta

Russel Square, uma das muitas praças da cidade

Londres também é cheia de parques, esse é o Waterlow Park

Foto artística de Camden Town, ex-bairro punk. O Lipe disse que fiz sem querer

Shakespeare’s Globe, reconstrução do Globe Theatre, o teatro de Shakespeare

Royal Albert Hall, a rainha Vitória mandou construir, em homenagem ao marido

Tower of London, começou a ser construída em 1066 pelo rei Guilherme I

The British Library, a Biblioteca Nacional daqui, também fiz visita guiada

Outra edição do The Guardian, página inteira sobre o Brasil

A Catedral de St Paul, que só vi por fora

Na igreja de All Saints, assisti à missa, com coral e música de Mozart

The National Gallery, tem muitas obras históricas da Arte, mas o Van Gogh é a estrela

British Museum, história de várias culturas, a estrela, são as múmias do antigo Egito

O rio Tamisa e ao fundo, London Eye, a roda gigante, o olho de Londres 

Outra área de sebos, no South Bank Centre, Centro Cultural da margem sul do rio 

Tower Bridge é uma ponte pênsil e basculante e foi inaugurada em 1894

A casa de Freud, onde sua filha Anna morou até 1982, ano que morreu, hoje é museu

Museu do Sherlock Holmes, fomos buscar inspiração pra nossa investigação

O Palácio de Buckingham, residencia oficial da rainha, em dia de chuva

Uma esticada até Hay-on-Wye

Também fomos à Wales, o País de Gales! Em Londres, pegamos o metrô da linha Northern, descemos na estação Euston, que também é uma estação de trem, tomamos o trem, passamos em Birmigham, fomos até Hereford e de lá, pegamos um ônibus para Hay-on-Wye, pequena cidade no País de Gales, conhecida como a Town of Books, a Cidade dos Livros, lugar cheio de livrarias e sebos, e onde também acontece um festival anual de livros. Nossa última parada no Reino Unido. Hay-on-Wye já era uma cidade com muitas livrarias, quando, em 1962, Richard Booth, um excêntrico amante dos livros, herdou uma propriedade na cidade, transformou-a em uma livraria, começou a organizar o festival anual e deu um caráter mais comercial ao lugar. Ele se autodenominava King of Hay. Richard Booth morreu em agosto deste ano e a cidade estava cheia de homenagens a ele. 

A torre da cidade, nosso ponto de encontro

Uma das livrarias da cidade, essa especializada em poesia

Outra livraria, essa tinha muitos livros que falavam de livros

Essa é a livraria do Richard Booth, é a maior da cidade e tem de tudo

Seção infantil da livraria do Richard Booth

Ele transformou Hay-on-Wye na capital dos sebos do Reino Unido

Essa anunciava livros de segunda mão, mas todas tem

Outra livraria/sebo da cidade, são muitas, não dá para mostrar todas

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Os três últimos contos

Os contos de enigma dos alunos da Luiz Gatti

Hoje publico os três últimos contos de enigma, resultado do clube de leitura que fiz, sob a coordenação da professora Luciana, com os alunos do 8º ano, da Escola Municipal Luiz Gatti, de Belo Horizonte. Inspirados pela leitura de “Os dançarinos”, história de Sherlock Holmes, contada pelo Dr. John H. Watson e escrita por Sir Arthur Conan Doyle, eles escreveram, a pedido da professora, os seus próprios contos de enigma.

Post internacional

Mas antes de apresentar os contos, quero contar a última novidade. Como disse no primeiro post dessa série, estou ocupado com outro projeto, escrevendo uma história mais longa, continuação de “Os meninos da biblioteca”, que pretendo terminar antes do final deste ano. Como disse lá, também, nessa história, entre outras aventuras, eu e a minha turma estamos atrás de um livro que sumiu, seguimos o seu rastro e descobrimos que, depois de dar muitas voltas, ele foi parar em outro país. Quando já tinha desistido de contar essa história – nunca que iria conseguir viajar para tão longe, só para encontrar um livro – e começava a procurar outra história, surgiu a oportunidade de fazer essa viagem. Embarco, hoje e o meu próximo post, vou escrever de lá. Será um post internacional!

Agora, vamos aos contos

No primeiro conto “Amigo ou Inimigo?” , escrito pelo Fred, Max e o narrador dessa história tentam desvendar um assassinato e descobrir qual seria a motivação do crime. Será que Max, que é um detetive muito procurado, conseguirá desvendar mais esse mistério? No segundo “A morte de Joyce”, escrito por Gláucia Gomes e Geovana Raissa, duas detetives investigam um assassinato e desconfiam do filho da vítima. Teria, mesmo, o filho, assassinado a própria mãe? Já no terceiro conto, escrito por Laura Menks e Laís, a história começa numa festa, passa por uma briga de namorados e acaba em tragédia.

Amigo ou Inimigo?

Fred

Fred 8ºD

Em um prédio, há três meses, ocorreu um assassinato em que a vítima era reconhecida por Joel e parecia morar com Caio, que diz ser um amigo íntimo de Joel. Um policial ficou sabendo do ocorrido e foi chamado para investigar o caso. Sem saber, os policiais não chegaram a uma conclusão do suspeito, mesmo sabendo que seu vizinho não era muito amigo de um deles. Eu e Max, que era um detetive muito procurado naquela época, também fomos chamados para investigar o caso. No local havia várias pistas, mas não pudemos observar o corpo de Joel, pois iria passar por exames, para saber mais do que estava acontecendo. Nas pistas, Max encontrou um pano úmido com um cheiro muito forte de remédios que só eram usados por pessoa com dificuldade para dormir, e uma passagem de avião, rasgada ao meio que parecia ser para outro estado. Depois de observarmos as pistas, não descobrimos nada, e Max ficou atento, por muito tempo, dentro do quarto em que Joel dormia. 

No dia seguinte, eu e Max voltamos ao local do crime para interrogarmos algumas pessoas. No total, três pessoas foram interrogadas e só uma falou que tinha ouvido um escândalo em uma noite, vindo do prédio em que havia ocorrido o assassinato. Com essas pistas, Max interrogou Caio, que negou tudo o que Max tinha lhe perguntado sobre o assassinato de Joel. Assim se passou mais um dia de dúvidas sobre o ocorrido. 

De manhã, enquanto eu e Max estávamos dormindo, recebemos uma ligação urgente, que mais uma pessoa havia morrido no prédio. Nós dois saímos o mais rápido possível para vermos o corpo da outra vítima, que havia falecido. E, para a nossa surpresa, era o vizinho que havia falado que não gostava de um deles (Joel ou Caio). Imediatamente, quando Max viu o corpo e de quem era, logo foi à delegacia para mandarem prender Caio. Mas os policiais o perguntaram o motivo de prendê-lo. Max tirou um pano úmido que estava nos dois assassinatos.

No júri, estavam presentes Caio, eu e Max. Caio como acusado, eu e Max como investigadores dos assassinatos. Quando o júri chama Max para explicar o crime e o porquê de Caio ser o assassino, explica que Caio já estava há muito tempo planejando em assassinar o vizinho, mas quando Joel soube, tentou fugir para outro estado, Caio ficou com medo de que ele contasse para a polícia e resolveu matá-lo para esconder o verdadeiro crime. Com o relato, o júri acabou o caso e no dia seguinte Caio foi condenado e preso pelos assassinatos. Nos exames relatou morte por quantidade de remédios em Joel e no vizinho. Assim, por um instante, pensamos ter acabado o enigma, mais o porquê do vizinho não gostar de um deles acho que nunca saberemos !!!!!

A morte de Joyce

Gláucia Gomes e Geovana Raissa 8ºC

Já era fim de expediente! O silêncio da sala é quebrado pelo som do telefone! Por alguns segundos o cansaço de mais uma noite acordada me faz hesitar em atendê-lo. Enfim o retiro do gancho e uma jovem se identifica como Helena Ferrary! A primogênita de uma das famílias mais ricas da cidade relata o provável homicídio de sua mãe.

Chegando ao local, acompanhada de minha parceira Geovana, ouvimos atentamente o relato de Helena, analisamos o ambiente que sua mãe havia falecido. Não fugiram de nossos olhos os pedaços do vidro da janela caídos do lado de fora da casa, então perguntamos a Helena o que havia acontecido e ouvimos o seu relato:

– Na madrugada passada, me sentindo indisposta, levantei para ir à cozinha tomar água e resolvi ir ao quarto da minha mãe, ver como ela estava. Encontrei-a com um dos braços caído para fora da cama, sua pele estava fria e pálida e seus olhos vidrados e sem pulsação. Chamei-a mais de uma vez e ela não me respondeu.

Neste momento, vimos fortes sentimentos aparecerem em seu rosto! Ela enxugou suas lágrimas e disse:

– Ricardo chamou a ambulância e os médicos confirmaram a notícia, nossa mãe havia falecido… os médicos disseram que a causa da morte foi o medicamento que havia na seringa. Então minha assistente anotou em seu caderno e disse:

– Mas foi ela que tomou todos esses remédios?

Ela respondeu rapidamente:

– Não, os médicos constataram uma grande dosagem de vários remédios diferentes que ela costumava tomar. Um deles disse também que poderia ser um assassinato.

Perguntei:

– Quais foram aplicados em sua mãe?

Triste, Ricardo respondeu:

– Os médicos falaram que foram drogas sintéticas.

 Minha assistente falou:

– Hmmm… Muito suspeito detetive Gláucia, realmente pode ser um assassinato.

Helena e Ricardo se olharam, e naquele momento ele estava branco e nervoso, então eu perguntei:

– Alguém  de sua família estuda medicina?

Helena ficou em silêncio, mas Ricardo respondeu:

– Sim, eu estudo medicina, mas o que isso tem a ver?

– Por enquanto nada, estou apenas juntando os fatos.

Ricardo suspirou…Então eu continuei a dizer: 

– Eu posso olhar a casa?

– Claro que sim. – Helena disse.

Fomos para o quarto de Joyce e começamos a analisar detalhes.

– Vocês ouviram barulhos estranhos ou algo parecido?

– Não – Disse Helena.

E Ricardo confirmou balançando a cabeça. Eu e minha assistente vimos rastros de sapatos no chão, peguei minha lupa no bolso e segui os rastros, onde deu no quarto ao lado.

– De quem é esse quarto? E de quem é essa bota? Minha assistente perguntou.

Ricardo engoliu seco e levantou o dedo, dizendo:

– Esse quarto é meu, e a bota também. Mas faz meses que não uso essa bota, e nem sei o que ela faz aqui.

– Vamos para o quarto do crime, detetive – Disse minha assistente.
Eu olhei embaixo da cama e vi que lá havia uma bolsa, peguei e disse:

– De quem é essa bolsa? Ficaram em silêncio então falei mais alto:

– De quem é essa bolsa?

Eles persistiam em não responder, então eu falei brutalmente:

– Se vocês não responderem de quem é essa bolsa, irão para a delegacia!

– Essa bolsa é de Ricardo – Disse Helena, não querendo se envolver.

– Sim ela é minha, mas ela estava em meu quarto – Disse Ricardo

– Igual a sua bota? – Falou minha assistente.

Ricardo abaixou a cabeça. Eu abri a bolsa, onde havia uma seringa usada e do lado uma ampola quebrada, ele disse:

– Detetive, você não está pensando que…

A detetive o interrompeu dizendo:

– Existem várias provas de que você é o culpado!

– Não detetive … Não fui eu!

Fechei a cara e disse bem alto e em bons tons: “Você está preso!”

Helena, comovida, disse;

– Não, meu irmão não seria capaz de matar nossa própria mãe!

Peguei as algemas e enquanto o prendia, assustado e se debatendo gritava que não era o culpado. Enquanto o conduzia até a porta, ordenei que Helena  abrisse, momento em que, desesperada pela cena e motivada pelo remorso, a irmã de Ricardo confessa toda sua trama:

– Meu irmão não seria capaz de matar nossa própria mãe, EU A MATEI.

Facada Mortal

Laura Menks e Laís

Laura Menks e Laís 8ºA

Nessa noite eu, Maycon, Jéssica, Pedro e Flávia faremos uma festa surpresa para Pâmela.

A festa estava ótima! E a noite parecia boa. Só faltava a Pamela chegar para cantarmos os parabéns.

Quando ela chegou com o Maycon vimos que estava tudo bem com ela e que, como sempre, estava linda!

Depois dos parabéns, o clima ficou um pouco tenso, a Pâmela e o Maycon brigaram, isso era comum entre eles, mas essa briga, em particular, estava sendo pior.

Depois da briga, o Maycon resolveu ir embora (ainda bem, não aguentava mais a discussão). A festa continuou com o clima estranho e a Pâmela ficou quieta sem falar nada com ninguém, resolvi então conversar com ela.

– Oi Pamela! Está gostando da festa? Ela olhou para mim com os olhos lacrimejando.

– Não enche, Richard! Eu sei que você e os outros ouviram nossa briga!

– Sim, você tem razão, nós ouvimos a briga de vocês, mas ele foi um babaca com você!

– Não. A culpa foi minha!

Até parece! A culpa nunca é da Pâmela, é sempre o Maycon que erra e ela fica se sentindo culpada.

– Mesmo assim,  aproveita um pouco a festa, conversa com a galera! Se anima! Estamos aqui por você.

Depois do que eu disse, ela parecia tentar ficar feliz, mas falhava, miseravelmente.

– Depois desse dia eles brigaram de novo certo Richard? Perguntou Cecile.

– Sim detetive, e dessa vez foi bem crítica, e aí eles terminaram o namoro.

Eu estava sem palavras, quase não conseguia contar a história direito.

– E cada dia que se passava ela ficava mais triste e deprimida… Nem parecia mais a mesma. Foi aí que eu fiz de tudo para animá-la: tomamos sorvete juntos, fomos ao cinema, passeamos no zoológico… E nesse meio tempo, começamos a nos aproximar mais e ver que tínhamos várias coisas em comum e começamos a namorar, foi tudo bem rápido… O Maycon não sabia nada sobre a gente, ela o havia bloqueado nas redes sociais, até que esses dias para trás ele nos viu de mãos dadas no parque, olhou bem nos nossos olhos e foi embora bem rápido. Um tempo depois, estávamos na minha casa e víamos vultos passar pela janela, eu falava que não era nada, mesmo assim ela e eu ficávamos com medo, mas nunca achamos necessário ligar para a polícia. Um tempo depois que começamos a namorar, Flávia e Pâmela brigaram, eu não sei o porquê, só sei que depois disso elas não se falaram mais. No dia da morte dela eu fui ao mercado e quando voltei ela estava ferida no chão com uma faca perto do peito. A primeira coisa que eu fiz foi ligar para a emergência e ficar ao lado dela, depois que desliguei o telefone ela tentou murmurar algo como “Fo… Fo… FOI… E… El…E…” Foi só isso que eu consegui entender. Depois disso ela ficou fraca e não resistiu…

– Ou seja, morreu. – Disse Theo.

– Infelizmente sim, detetive.

– Seu depoimento foi muito importante para a investigação, senhor Richard. Assim que tivermos alguma pista entraremos em contato. Agora vamos detetive Theo.

UMA SEMANA DEPOIS

-A não! A campainha tocando justo em um sábado de manhã! Olho no olho mágico e… MEU DEUS! Finalmente!

-Cecile, Theo! Entrem, alguma pista?

Eles só olharam para a minha cara e disseram:

– Já temos possíveis suspeitos…

– Nos acompanhem por favor.

– Mas… Quem são?

– Você verá.

Fiquei tenso o caminho inteiro, ninguém falava nada e foi bem constrangedor. Depois de uns 10 minutos, chegamos a uma delegacia. Lá, eles me levaram para uma sala e dentro dela estavam Flávia, Jéssica e Maycon, todos pareciam tensos e ninguém falava nada. E assim Theo começou a falar:

– Achamos que um de vocês foi quem matou Pâmela.

– Como assim? Falaram todos em coro.

– Deixe-me explicar.

– Primeiro você, Richard, conseguimos o vídeo da câmera de segurança do mercado que estava, realmente você estava lá quando Pâmela foi morta. Maycon, conseguimos falar com o dono do bar em que você alegou estar, ele confirmou tudo. Jéssica, conversamos com a companhia aérea e eles confirmaram que você havia pegado um avião um dia antes e voltaria após dois dias. Mas e você Flávia? Não achamos nada que provasse sua inocência, mesmo você alegando estar em casa na hora do crime.

Fiquei confuso e perguntei:

– Eu era um suspeito?

Todos me ignoraram e Cecile disse:

– Pegamos o vídeo da câmera de segurança da casa de Pâmela e vimos uma pessoa estranha entrar na casa e sair por volta de 20 minutos depois.

– Vocês são idiotas, eu estava de capuz. Quer dizer… Essa pessoa devia estar de capuz… Hehe…

– Flávia, você está presa. Tem direito a um advogado. Tudo o que você falar pode ser usado contra você, então sugiro ficar calada.

– NÃOOO…

Nós ficamos na sala até o advogado dela chegar e ela por fim começar a falar.

– Bom… Eu só fiz isso tudo por causa dela! Falou Flávia.

Eu estava com um pouco de medo, e curioso também. Como alguém teria coragem de matar Pâmela?

– O que te motivou a cometer o crime? Perguntou Cecile.

– Nós éramos melhores amigas…  Trabalhávamos no mesmo lugar… Até que surgiu uma promoção na empresa e uma de nós iriamos ocupar a tal vaga…Ela sabia que eu estava precisando de dinheiro, mesmo assim queria que a vaga fosse dela… Eu iria apenas conversar com ela quando fui até a casa dela… Tentar explicar minha situação… Mas discutimos mais ainda.

A Pamela não havia me falado nada sobre essa vaga de emprego.

– E, durante a briga, eu vi a faca e não aguentei… Mas me arrependo de tudo isso.

– Vai se arrepender, mais ainda, na cadeia. Podem levá-la.

 

    

 

 

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Mais dois contos de enigma

Os contos de Enigma dos alunos da Luiz Gatti

Conforme prometi, hoje publico mais dois contos de enigma, dos alunos do 8º ano, da Escola Municipal Luiz Gatti, de Belo Horizonte, os novos colaboradores do blog. Os contos são resultado do nosso clube de leitura. Inspirados pela leitura de “Os dançarinos”, história de Sherlock Holmes, contada pelo Dr. John H. Watson e escrita por Sir Arthur Conan Doyle, eles escreveram, a pedido da professora Luciana, seus próprios contos de enigma.

No primeiro conto de hoje “O sumiço de Mia”, de Ludmila Stefane, duas amigas, Mia e Barbara, tentam reatar a amizade em um passeio no parque. Será que vai dar certo? Já no segundo, “A carta secreta”, Júlia Vieira conta a história de Agnes, que procura um detetive para desvendar o mistério, que fez com que sua melhor amiga, se distanciasse dela.

O sumiço de Mia

Ludmila Stefane 8ºA

Ludmila Stefane 8ºA

Era pra ser um dia normal mas tudo mudou com a ligação que Mia recebeu.

Ela estava bem, mas depois da ligação, Mia ficou triste. Então resolvi perguntar quem era, mas ela não disse muita coisa, falou que era uma amiga e não tocou mais no assunto. Mais tarde ela falou que iria sair, pois tinha passado a manhã inteira no quarto e depois de meia-hora, ela saiu. Não a vi mais o dia inteiro e Mia só reapareceu à noite, triste e pálida. Então fiquei preocupada e sentei-me do seu lado para conversar sobre o que estava havendo com ela, pois já fazia tempo que não via minha irmã assim, como no dia em que mamãe morreu, há 3 anos. Quando entrei no quarto de Mia, ela estava deitada em sua cama, chorando. Pedi a ela pra me contar o que aconteceu porque eu fiquei preocupada com ela. Ela me falou que tinha brigado com Bárbara, sua melhor amiga e que tinha saído para encontrá-la, mas que preferia não conversar com ela…

2 semanas depois …

Bárbara e Mia se entenderam e decidiram marcar um passeio em grupo: Caio, George, Mia, Gabi e Bárbara foram em um parque. Todos aproveitaram, foram em todos os brinquedos do parque, comeram pipoca, algodão doce etc. Bárbara e Mia se aproximaram mais. George e Gabi aproveitaram pra se conhecer melhor e Caio quis ir mais algumas vezes nos brinquedos. Ficaram mais algumas horas no parque, mas na hora de ir embora algo terrível aconteceu. Mia sumiu, Bárbara me ligou desesperada falando que Mia sumiu, fiquei desesperada e pedi Bárbara para me passar o endereço do parque. Chegando lá, procuramos em todos os lugares até que…

– Você está bem, quer continuar? perguntou o detetive.

– Sim, estou bem quero continuar sim. Respondi chorando e continuei.

Quando perguntei a Bárbara onde foi a última vez que viu Mia, ela falou que tinha sido na fila  do algodão-doce.

Então fui olhar se ela ainda estava lá por perto foi quando vi uma lixeira perto de uma árvore no fim do parque então assustei, lá estava Mia atrás da lixeira, morta .

– Você desconfia de alguém, detetive ?

– Humm talvez.

– Quem?

– A melhor amiga de Mia, pelo que estou vendo ela é a que passou mais tempo com Mia.

– Humm sim.

-Você poderia chama-la?

– Sim, claro!

Bárbara chegou contou tudo que sabia do momento que chegaram até o momento do sumiço, mas Bárbara teria falado a mesma coisa que o detetive sabia?

– Então detetive? Eu e Bárbara perguntamos.

– Irei olhar as câmeras de segurança e também irei conversa com a Gabi e os meninos.

– Quer que os chame, detetive?

– Não, irei ver primeiro as câmeras segurança.

– OK

No parque ,o detetive olhou na câmera e viu que era uma pessoa que usava um capuz preto que matou Mia, mas como não tinha nenhuma prova concreta, o detetive teve um plano, que precisaria de mim. Ele falou que eu poderia ser a culpada da morte de Mia mas como na câmera de segurança tinha afirmado que eu não estava lá eu não era considerada uma suspeita.

O plano …

O detetive me pediu pra que chamasse Gabi ,Caio ,George  e Bárbara. Eu falei coisas que fizessem que eles se emocionassem se algum deles fosse o culpado iria confessar.

Fiz o que o detetive pediu falei que estava muito triste que seria impossível viver sem ela minha irmã Mia, que sem ela minha vida não seria a mesma coisa. Confesso que achei que não daria certo ,mas fiquei impressionada. Caio falou que tinha matado Mia porque tinha discutido com ela.

– Porque você fez isso? Você acabou com a vida da minha irmã! Falei ainda chorando

– Por conta da nossa discussão, eu empurrei ela e ela caiu e desmaiou, achei que ela não estava morta, entrei em desespero  e peguei uma faca que estava em minha bolsa e a matei.

Nesse momento, o detetive chegou e prendeu Caio. Ele ficou desesperado e gritando:

“me perdoa, por favor não foi de propósito”

A Carta Secreta

Julia Vieira 8ºA

Júlia Vieira 8ºA

– Olá, detetive, meu nome é Agnes, tenho 29 anos e tinha uma amiga que conheci há 15 anos atrás, tinha 9 anos quando a conheci, já faz 5 anos que não a vejo, que não falo com ela, e algo a separou de mim, pois éramos melhores amigas e agora ela não quer mais me ver ou até mesmo, me ouvir. Chamei o senhor para que descubra o porquê, se for possível, é claro.

– Olá, Agnes, boa tarde, meu nome é Armando, tudo bom?

– Não muito, pois estou com isso na cabeça e não paro de pensar nisso.

– Olha, vou te ajudar, mas preciso de mais detalhes

– Obrigada. Ela trabalha no mesmo lugar que eu, na ADIDAS.

– Ela tem alguma amiga no trabalho?

– Sim, e por sinal elas são muito amigas.

  Agnes, hoje vou lá no seu trabalho e irei fingir que não te conheço, ok?

– Ok!

Chegando lá…

– Olá, boa tarde meninas, queria saber quanto é esse tênis cinza?

– Olá boa tarde, pode me acompanhar por favor. Disse Taís.

– Agnes, toma, anda e não deixe a Taís ver. Disse Maitê.

2 horas depois…

  Senhor, Armando, que bom que te achei, a Maitê me deu essa carta:

                                                  PFMAA   ISAT  +

– Posso levar pra casa, para estudar?

– Sim, pode!

15 dias depois outra carta:

                                                   + ISAT   TMA

– Agnes, você precisa fugir com a Maitê, ela está sendo ameaçada!

– Como? Por quem?

– Veja a explicação: PFMAA ISAT´+ =Por  Favor Me  Ajuda A TAÍS +=morte. Agora, rápido. Olham vou enrolar a Taís e você foge com ela para esse endereço, para esse número, com essa chave e me aguarde…

Chegando lá…

-Olá, ééé Taís? – perguntou Armando.

– Isso, boa tarde, posso te ajudar?

– Sim, eu gostei muito daquele tênis cinza, você lembra? Tem ele de outra cor?

– Sim, temos vinho, azul, preto, branco. Quer dar uma olhada?

– Sim, por favor.

Enquanto isso…

– Maitê, rápido vem!

– Aonde?

– Não me faz perguntas agora, anda vem!

– Tá, calma vou pegar minhas coisas!

– Não, anda vamos, não temos tempo…

Chegando lá…

– Onde é isso? Onde estamos? É sua casa?

– Não sei, meu detetive me entregou essa chave e esse endereço.

– Mana, isso e um golpe vamos para um aeroporto por favor, lá eu te explico o que tá acontecendo!

Chegando lá…

– Ela estava me ameaçando e o seu “detetive” estava junto com ela, a Taís matou a minha irmã e foi presa por um bom tempo e ela voltou para me matar…

– Meu Deus…mais o que meu advogado tem a ver com isso?

– Eu escutei eles conversando no telefone e ela deu um bom dinheiro pra ele ajudar a matar nós duas para ninguém ficar sabendo e finalizar o serviço. Mas agora vamos esquecer isso e nos divertir pois estamos indo para os EUA e eles nunca irão nos encontrar…

 

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Contos de enigma

Os contos de enigma dos alunos da Luiz Gatti

Semana passada recebi um e-mail da professora Luciana, que sempre me anima a escrever no blog.

Oi, Heitor, tudo bem?

Meus alunos hoje perguntaram se eu já havia lhe enviado os contos de enigma, que eles criaram, para você ler. Prometi que enviaria o mais rápido possível. Como promessa é dívida, então, seguem, para você dar uma olhada. Se não quiser publicar no blog, não tem problema, manda uma mensagem, pelo e-mail, que eu encaminho para eles. Ok?

Claro que vou publicar, professora – respondi para ela. Além do mais, os contos ficaram ótimos!

221B Baker Street

Hoje, começo a publicar os contos de enigma, dos alunos da escola Luiz Gatti, de Belo Horizonte, os novos colaboradores do blog. Inspirados pela leitura de “Os dançarinos”, história de Sherlock Holmes, contada pelo Dr. John H. Watson e escrita por Sir Arthur Conan Doyle, eles escreveram, a pedido da professora Luciana, seus próprios contos de enigma. São sete contos, ao todo, vou publicar, aos poucos, hoje e nos próximos dias.

Minhas novas aventuras

Mas antes de começar a mostrar os contos, quero justificar, mais uma vez, as minhas faltas. Tenho andado distante daqui, isso não quer dizer que não esteja lendo e escrevendo, continuo cumprindo as minhas obrigações escolares, estudando, lendo os livros da escola, e outros, que pego emprestado na biblioteca e compro nas livrarias ou nos sebos. Não tenho falado das minhas leituras, aqui no blog, um pouco, por falta de tempo, mas também, por falta de animo. Estou numa fase que, não sei se o que tenho pra falar, dos livros que leio, interessaria a vocês. Também estou desanimado com a situação política do país, mas esse é assunto para outra oportunidade. Minha mãe já me disse que estou em crise, que é próprio da idade, mas que vai passar. Enquanto não passa, continuo no meu canto, mas se, por acaso, aparecer outra proposta de clube de leitura, como esse que faço com a professora Luciana, largo tudo e topo na hora. Para fazer clubes de leitura, eu estou sempre animado, podem me chamar, que eu arrumo um tempo!

84 Charing Cross Road

Também tenho me ocupado de outro projeto, estou escrevendo uma história, continuação de “Os meninos da biblioteca”, que espero acabar antes do final do ano. Entre as coisas que acontecem nessa história, eu e a minha turma estamos procurando um livro que sumiu, ainda não sabemos direito, se ele foi roubado ou perdido, mas já descobrimos, que passou por um sebo, seguimos o seu rastro e talvez eu tenha que fazer uma longa viagem, para tentar recuperar esse livro perdido. Se a viagem acontecer, mesmo, quero contar aqui no blog, de onde eu estiver, um pouco dessa nossa nova aventura. Só um pouco, pois a história completa, vou guardar para contar no próximo livro. Aguardem!

Agora, os contos

Hoje, apresento os dois primeiros contos de enigma, dos meus novos colaboradores, os alunos do 8º ano, da Luiz Gatti. No primeiro, “O Cofre”, a dupla Samara Alejandra e Gabriela Fernandes, do 8º ano D, recriam uma história de Sherlock Holmes e tentam desvendar um crime de roubo, seguido de morte. Será que conseguirão? Ja o segundo, ”O assassinato da professora”, foi escrito pela dupla Gabriela Alencar e Maria Amélia, também do 8º ano D, e conta a história de uma professora que aparece morta, assassinada e estirada, no chão da escola. Quem teria matado essa professora tão querida?  As alunas dessa escola Samara, Gabriela, Maria Amélia e Gabi vão investigar o crime.   

O cofre

Samara Alejandra e Gabriela Fernandes, 8ºD

 

Samara Alejandra e Gabriela Fernandes

Em Paris…

– Não tem mais casos interessantes para nós aqui em Paris, Dr. Watson.

– Não mesmo, mas sinto que logo logo vamos resolver outro enigma.

– Assim espero.

Uma visita chegou.

– Olá, Holmes e Dr. Watson, vim aqui relatar algo estranho que aconteceu na noite de ontem.

– Sente-se.

– Obrigada. Sou esposa de Hector Jasmin, bom, ontem à noite eu e meu marido estávamos dormindo até que ouvimos um barulho estranho no escritório de Hector, pensamos que seria um barulho de animal ou algo do tipo. Ao amanhecer, Hector chegou em seu escritório e viu que alguém tentou abrir o seu cofre mas não conseguiu. Queria que você fosse até a mansão investigar.

-Interessante. Sim, iremos.

… Ao chegarem na mansão …

Os detetives investigaram mas não encontraram nada, só o cofre danificado, pois o ladrão tentou abrir. E os detetives voltaram para casa…

…No outro dia…Na mansão

             TOC TOC TOC

-Olá, primo, quanto tempo?

-Olá, estou com saudades Hector, como vai a vida?

-Bem, mas ando preocupado, tem alguém tentando roubar o dinheiro que tem em meu cofre.

-Nossa, que situação.

-Mas o que o ladrão não sabe e que a senha fica de baixo do tapete rsrsrsrs. Mas só te conto isso pois é um amigo de confiança

– Claro, pode ficar tranquilo, seu segredo está seguro. Opa, já deu minha hora tenho que voltar para o trabalho. Depois eu volto.

– Ate mais…

– Posso ajudar Sr. Hector? Perguntou o inspetor Varley.

– No momento não, obrigado.

– Licença.

– Hector vamos ao escritório resolver as contas da casa? Disse a esposa.

– Vamos claro.

Quando eles chegam lá, o inspetor Varley estava limpando o cofre e empurrando para ver se estava aberto com muita força.

– O que você está fazendo, posso saber?

– Estava averiguando se o cofre estava mesmo fechado, licença.

– Suspeito bem suspeito.

Sra. Lisia e Hector foram dormir e Hector ouviu o mesmo barulho da noite passada e resolveu descer com seu revolver. Mas, quando chegou no escritório, o ladrão abriu o cofre e pegou o dinheiro, atirou em Hector e saiu pela janela.

De manhã, Lisia acorda e vai ao escritório vê seu marido morto, entra em desespero e liga para Holmes e conta que viu Hector morto em seu escritório e o cofre aberto sem nada lá dentro.

…Holmes e Watson chega a mansão…

– Olá, Lisia, viemos o mais rápido possível. Disse Holmes.

– Olá, tudo bem?

– Obrigada. Não, nada bem. Hector morreu.

– Dr Holmes, eu vi o crime sendo feito, um homem de máscara no rosto saindo pela janela com todo o dinheiro, mais o Hector já estava morto, infelizmente.

– Bom, acho que o caso já está quase solucionado.

– Mas antes de acusar, vamos investigar o escritório, licença.

… Um tempo depois …

– Então, quem é o culpado, Sr Holmes? O inspetor Varley?

– Não, Lisia fique tranquila, ele virá aqui sem que precisemos chama-lo.

– Exatamente.

– Mas quando ele chegar você estará aqui?

                          TOC TOC TOC

Holmes diz baixo para abrir a porta, quem entra é o primo de Hector, o Breno Marques, Holmes coloca a arma na cabeça de Breno Marques, Dr Watson prende suas mãos. Holmes diz: você e o culpado pela morte de Hector e por roubar o cofre.

-Você não pode me acusar assim.

– Posso e devo. Quando cheguei aqui, depois do assassinato de Hector, a senha do cofre não estava debaixo do tapete e só você sabia disso. Sua máscara caiu próxima à casa com seu nome escrito nela.

– Chame a polícia, Varley.

O caso foi solucionado, o dinheiro voltou para a Sra Lisia.

Breno Marques foi preso, condenado a vinte anos de cadeia. 

Sherlock Holmes e Dr John Watson voltaram para  casa felizes, pois resolveram o mistério.

 

O assassinato da professora

Gabriela Alencar e Maria Amélia, 8ºD

Gabriela Alencar e Maria Amélia

Nossa história começa com quatro alunas: Samara, Gabriela, Maria Amélia e Gabi. Era um dia normal na escola até que ouve-se um grito. As quatro meninas foram correndo para lá e quando chegaram, lá estava uma professora morta no chão. Elas ficaram aterrorizadas, mas mesmo assim começaram a investigar.

Elas começaram indo na sala das câmeras e entrevistaram o segurança, mas ele apenas falou que durante o ocorrido sentiu um cheiro forte e desmaiou. Depois elas foram entrevistar o diretor, ele falou que nunca a machucaria pois ela era sua noiva e que na hora do crime ele estava corrigindo as provas. A Gabi aproveitou o momento e perguntou sobre sua nota, ela foi bem, eu acho. Elas perguntaram para todos da escola e por último para o zelador que disse que na hora estava lavando a escada do pátio, quando se virou algo caiu do seu bolso, era um papel.

Então, elas juntaram tudo que sabiam e pensaram, e pensaram, e pensaram até que descobriram quem tinha sido o assassino. Elas falaram que tinha sido o diretor, pois ela o estava traindo e ele teria o motivo certo para matá-la. Mas ele nem sabia da traição. Então elas se desculparam e foram embora. Novamente elas ficaram pensando, e pensando, e pensando e pensando. Então, elas perguntaram uma coisa para as faxineiras, no mesmo instante da resposta, elas descobriram quem era o culpado. Elas chamaram o diretor, ligaram para a polícia e falaram que o zelador era o assassino.

Durante o crime, o zelador disse que estava lavando a escada do pátio que fica ao lado da sala da professora, aquele papel que caiu do seu bolso era o horário dos professores, então ele saberia a hora e o lugar certo de agir e ele tinha um motivo para o crime, ele ficou enfurecido quando soube que a professora iria se casar com o diretor, pois era com o zelador que a professora traía o diretor. Ele a matou porque sabia que ela iria largá-lo. Para ninguém saber quem era o culpado, ele usou um produto químico para fazer o segurança desmaiar para que ele pudesse desligar as câmeras.

 E foi assim que terminou a nossa história com o assassino na cadeia e mais um crime resolvido por Gabriela, Samara, Gabi e Eu.

Na terça-feira tem mais!

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Clube de leitura com Sherlock Holmes

Encerrando esta edição do clube de leitura

Hoje estamos encerrando esta edição do clube de leitura. Trabalhamos  com a HQ “Os dançarinos”, baseada em história de Sherlock Holmes. Além das três turmas de 8º ano, da professora Luciana, outras três turmas, de 9º ano, da professora Soraya também participaram. Leram o livro, trabalharam em sala de aula, leram a resenha que fiz e deixaram seus comentários, com opiniões, perguntas e sugestões. Foram tantos comentários, que não deu para responder um a um, então, tive que escrever um textão nos comentários, que reproduzo abaixo, tanto as respostas às turmas de 8º ano, como às turmas de 9º ano. Estão ao final deste post, lá também tem fotos das turmas. A última novidade é que encontramos o link para o texto original desse conto de Arthur Conan Doyle, eu não estava encontrando, li num ebook, mas os alunos encontraram: https://mundosherlock.wordpress.com/canon_e/arthur-conan-doyle-a-volta-de-sherlock-holmes-1905/os-dancarinos/

Já conversei com as professoras Luciana e Soraya e combinamos de fazer outro clube de leitura, no segundo semestre. E quem mais quiser fazer um clube como este, é só falar, que podemos combinar!

 

Clube de leitura com alunas e alunos da Luiz Gatti

Como prometi no post do livro “Melodia Mortal”, hoje vamos começar outro clube de leitura com os alunos da escola Luiz Gatti, de Belo Horizonte. Desta vez, são 140 leitores de quatro turmas (A, B, C e D), do oitavo ano. O clube faz parte da atividade de leitura literária, das aulas de Língua Portuguesa, da professora Luciana. Ele funciona assim, a professora adota um livro para os alunos lerem e trabalharem em sala de aula, me avisa e eu também leio esse livro. Em seguida, posto sobre o livro, os alunos  entram aqui, deixam seus comentários, suas opiniões ou até fazem perguntas, que tento responder, quando posso. Assim, compartilhamos nossas leituras e formamos o nosso clube de leitura. E se alguém mais quiser comentar e participar do clube, também pode, mesmo não sendo aluno da escola.

Roda de conversa com o Lipe  

Naquele post, também disse que minha mãe largou mão e não pega mais no meu pé, quando fico sem escrever aqui, já o meu amigo Lipe, continua o mesmo:

– Até que enfim você escreveu no blog!

– Ando meio desanimado, você sabe porque, Lipe.

– Sim, Le, mas precisa reagir, até aquele outro projeto nosso, você deixou de lado.

– Já retomei ele, também. Amanhã, na escola, vou chamar a turma para uma reunião.

– Quero ver…

– Por que, ao invés de ficar me perturbando, você não me ajuda?

– …

– Vou fazer outro clube de leitura com a professora Luciana de BH.

– Qual é o livro, mesmo?

– “Os dançarinos”, é uma história de Sherlock Holmes que foi adaptada para HQ, queria que você lesse, também, pra gente conversar depois.

– Demorô!

– Ela também indicou um filme que tem no Youtube, que os alunos vão assistir, depois a gente assisti juntos.

– Combinado!

Emprestei “Os dançarinos” para o Lipe, que leu e voltou em casa no dia seguinte, assistimos o filme e conversamos. Nunca tinha lido as histórias de Sherlock Holmes, nem o Lipe, só tinha visto alguns episódios de uma série de TV. Quem conta as histórias do famoso detetive inglês, escritas por Arthur Conan Doyle, é o parceiro de Holmes, Dr. John Watson. Gostamos tanto da história, que fomos ler o conto, narrado por Watson, que deu origem a HQ e ao filme. Ele foi publicado pela primeira vez em 1903, em uma revista e no ano seguinte, saiu em livro. Encontramos uma edição em ebook, da Editora Zahar, bem baratinha (R$ 3,90), baixamos e lemos também.

História de Sherlock Holmes adaptada para HQ

A HQ “Os dançarinos”, baseada em conto de Arthur Conan Doyle, adaptado por Vincent Goodwin, com ilustração de Ben Dunn, tradução de Cassius Medauar, publicada pela Farol Literário, conta mais um caso complicado, investigado pelo famoso detetive inglês, Sherlock Holmes. Elsie, esposa de Hilton Cubitt recebe uma carta vinda dos Estados Unidos, eles moram no Solar Riding Thorpe, no condado de Norfolk, região leste da Inglaterra. Como sua esposa nasceu e viveu naquele país, Mr. Cubitt supôs que fossem notícias “de velhos conhecidos na América”, mas, ao lhe entregar, ela rasgou a carta, sem ao menos abrir o envelope e nem quis conversar sobre o assunto. Quando se conheceram e se casaram, fizeram um acordo, ela não falaria de seu passado, de quando vivia em Chicago, nos Estados Unidos, e ele pretendia respeitar esse acordo. 

Mas os mistérios continuaram e, em seguida, Mr. Cubitt encontrou vários homenzinhos dançando, desenhados com giz no parapeito da janela da cozinha e o pior é que ninguém da casa sabia como esses homenzinhos foram parar ali. Ele contou a sua esposa Elsie, que implorou a ele que avisasse, caso aquilo voltasse a ocorrer. Logo, apareceram mais desenhos no jardim e quando ele lhe mostrou, ela viu e desmaiou. Desde então, ficou “perplexa e aterrorizada”. O homem, preocupado, pensou em avisar a polícia, mas ficou com medo que rissem dele, então, mandou um telegrama a Sherlock Holmes e, no mesmo dia, já estava em seu apartamento, em Londres, na 221B Baker Street, expondo o caso a ele e a seu parceiro, Dr. John Watson, atrás de ajuda, para resolver o caso e acabar com o sofrimento da esposa, que ele tanto amava.

Não preciso dizer que o caso foi resolvido, soube que Sherlock Holmes nunca deixou uma investigação sem solução, mas nesse, aconteceu uma tragédia, que de certa forma, abalou a competência do grande detetive inglês.

Por indicação da professora Luciana, fui assistir ao filme também (abaixo link para o filme “Os dançarinos”), os meus amigos do clube de leitura também assistiram (foto abaixo). Adoro assistir filmes baseados em livros, sempre fico conferindo se as cenas e os personagens que estão no filme são como imaginei, enquanto lia o livro. No caso de “Os dançarinos” vi três versões da mesma história, pois também li o conto de Arthur Conan Doyle, que baixei em ebook.

“Os dançarinos”, o filme: https://www.youtube.com/watch?v=PBhzc-PtFQg&feature=youtu.be

Os autores

Arthur Conan Doyle (escritor) nasceu no dia 22 de maio de 1859 em Edimburgo, na Escócia, estudou na Inglaterra, retornou à Escócia e ingressou na Escola de Medicina da Universidade de Edimburgo e se formou em 1885. Ainda estudante, ficou impressionado enquanto o seu professor observava os menores detalhes na condição de um paciente para diagnosticá-lo e anos mais tarde ele escreveria histórias em que seu personagem mais famoso, Sherlock Holmes, usaria a mesma técnica para resolver mistérios. O primeiro livro de Sherlock Holmes foi publicado em 1887, “Estudo em vermelho”, logo, o personagem se tornou famoso e até 1927, Doyle escreveu 66 histórias e publicou 3 livros, tendo Holmes como personagem principal. Ele também escreveu outros livros de ficção e não ficção durante sua vida. Morreu no dia 7 de julho de 1930 em Sussex, na Inglaterra. 

Vincent Goodwin (adaptador) formou-se em Teatro e Comunicação na Universidade de Trinity, no Texas, Estados Unidos. É autor de três peças de teatro e escreveu o livro “Piratas vs. Ninjas II”. Goodwin também é um jornalista consagrado e ganhou prêmios por seus trabalhos como colunista e repórter.

Ben Dunn (ilustrador) fundou a Antartic Press, uma das maiores editoras de quadrinhos dos Estados Unidos. Já fez trabalhos para a Marvel e a Image Comics. Nos Estados Unidos ele é conhecido pelas séries “Ninja High School” e “Warrior Nun Areala”.

Cassius Medauar (tradutor) é jornalista formado pela Cásper Líbero.Trabalhou na Abril Jovem e depois foi editor de HQs nas editoras Conrad e Pixel. Atualmente é tradutor de quadrinhos e livros e tem uma coluna no site PublishNews.

Minha resposta aos comentários dos alunos da professora Luciana

Adorei os comentários, estamos melhorando ano a ano! Também espero fazer outros clubes de leitura com vocês, pois agora estou mais animado, quero continuar publicando minhas resenhas, quero falar de um autor que acabei de descobrir, mas também vou procurar outros livros de mistérios e contos de enigma. E fico feliz que vocês gostem das aulas com o blog.

Luiz Gatti 8ºB

Foram tantos comentários, que não vai dar pra responder um a um, li com atenção e vou tentar responder a todos, aqui, neste comentário. SERÁ UM TEXTÃO! Não acho que o filme seja mais completo, só é uma forma diferente de contar a mesma história, com outros recursos, a HQ é curta e dá pra ler rápido. Se a gente for comparar, acho que o conto original é mais completo, tem mais detalhes. Por exemplo, para o Sherlock Holmes desvendar o mistério dos dançarinos (a parte que mais gostei da história), no conto, ele faz muito mais análises das que aparecem na HQ e no filme. Sim, eu também percebi que na HQ, a Elsie rasga a carta e no filme ela queima, como no conto original, lá, essa cena não é narrada, o Mr. Cubitt, que conta, que ela “jogou no fogo”. Não entendi porque o Vincent Goodwin, que fez a adaptação para HQ, mudou essa parte.

Luiz Gatti 8ºC

Eu não encontrei o texto do conto original para postar no blog, li de um ebook que baixei e custou R$ 3,90, mas quem sabe vocês encontrem. Quando disse que conhecia o Sherlock Holmes, mas nunca tinha lido nada dele, só tinha visto uma série, era do “Elementary” que eu estava falando. Li “Os dançarinos” por sugestão da professora Luciana, ela já tinha me falado que vocês iam ler esse livro, daí eu soube que o Pedro Bandeira tinha lançado o “Melodia Mortal”, que também são histórias de Sherlock Holmes e resolvi ler ele também. Com o “Melodia Mortal”, ainda não fiz clube de leitura, mas tem post dele aqui.

Luiz Gatti 8ºD

Por falar na Luciana, eu também tive a sorte de conhecer a professora de vocês e fazer essa parceria, pois sem ela, não haveria esse nosso clube de leitura. Vocês me disseram que vão ter que escrever um conto de enigma e me pediram sugestões, sinceramente, não sei como fazer, temos que inventar um enigma que tenha solução, mas não pode ser uma solução muito simples, em que o leitor desvende, rapidamente o mistério, mas também não pode ser muito complicado e não ter solução… precisamos pensar. Acho que a primeira coisa é encontrar um enigma e depois inventar uma história com ele. Sobre esse trabalho de vocês, tive uma ideia, já consultei a professora Luciana e ela topou. O que vocês acham de postar os contos de enigma que vocês escreverem, aqui no meu blog?

Luiz Gatti 8ºA

Teve também alguns comentários, que disseram que não gostaram do livro, que não gostam do gênero. Tudo bem, a gente não é obrigado a gostar de tudo que lê e sempre temos os nossos preferidos. Teve outro comentário de uma aluna, que disse, que não gosta de ler. Eu também não gostava muito de ler, até que descobri um livro que me despertou o gosto pela leitura e a partir desse, nunca mais parei.

Acho que já respondi quase tudo, só falta dizer de onde veio ideia para fazer este blog e porque estou desanimado. Bem, a ideia para fazer o blog, conto no primeiro post, os meus pais sempre me incentivaram e se quiserem ler depois, está neste link: http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/como-ganhei-um-blog/. E pra finalizar, vou tentar contar porque estou desanimado, tentar, pois essas coisas a gente nunca sabe direito de onde vem. Estou triste com o que está acontecendo no Brasil, nossa turma participava de um movimento em defesa das bibliotecas públicas, aqui na cidade, história que conto no livro “Os meninos da biblioteca” (livro que tem na biblioteca da escola), que foi onde nossa luta começou. E agora estamos dispersos, mas já estou reagindo (graças a vocês, também) e já marcamos uma reunião pra próxima semana, pra retomarmos os nossos trabalhos, pois não podemos ficar parados.

Minha resposta aos comentários dos alunos da professora Soraya

Fiquei feliz com a participação de vocês, alunos da professora Soraya, no nosso clube de leitura, e agradeço muito a dedicação e o trabalho da professora. Foram tantos comentários, perguntas, análises do livro, do filme, alguns elogios e uma crítica ao blog, que não daria para responder um a um. Então, vou ter que escrever um textão.

Vou começar pela crítica que disse que eu deveria melhorar a estética do site. Recentemente, eu reformulei o blog, mas acho que dá para melhorar, sim, principalmente nesta seção de comentários. Mudar para poder responder um a um, ficando mais claro e facilitando a leitura, tanto dos comentários como das respostas. Para o nosso clube, que tem muitos comentários, melhoraria bastante! Vou pensar em melhorar outras partes do site, também. Obrigado pela crítica!

Como eu, a maioria gostou do livro e comparou ao filme. Já falei na resposta às turmas da professora Luciana, que são formatos diferentes. No filme, que tem movimento, acho que fica mais fácil de passar a emoção e o suspense, mas essa HQ também coloca a gente no clima das histórias de Sherlock Holmes. Alguns se queixaram que tanto no livro como no filme, o enigma é resolvido muito rapidamente. Li o conto original, que deu origem ao quadrinho e ao filme e que tem o link dele aqui nesse post. Lá o suspense é bem maior!

Luiz Gatti – 9º ano

Alguns me perguntaram o que eu achava que teria acontecido com a Elsie, se ela morreu ou sobreviveu. Antes de acabar a história, o autor dá a dica de que ela estava se recuperando. Eu também tenho a mania de vocês, de querer continuar as histórias dos livros, depois que elas acabam. O livro acaba com ela internada, né? Foi isso que o autor contou pra gente, depois disso, não sabemos, e se a gente tentar imaginar, não será a história desse livro, será outra história. A Elsie ficava apavorada, pois sabia quem era o autor dos desenhos.

Vocês também me contaram, que no trimestre passado, trabalharam com o livro “O diário de Anne Frank” e me pediram que fizesse uma resenha dele para debater. Pois essa resenha já foi feita! Eu também li esse livro e escrevi no blog sobre ele. Vejam o link: http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/encontro-de-blogueiros-e-anne-frank/. Escrevi sobre esse livro e outros assuntos, quem quiser, pode ir lá e comentar também.

Alguém me pediu dicas para fazer um blog, disse que já tem canal no YouTube. Este meu blog, pedi para uns amigos, espertos nessa área, fazerem pra mim. Mas tem um monte de sites, que orientam e até hospedam blogues. Para quem tem canal, fazer blog é fácil, quanto ao conteúdo, só precisa escolher um tema. Pensa e depois me conta.

Luiz Gatti – 9º ano

Pra terminar, vou juntar alguns comentários de vocês e no final, fazer uma proposta. Teve um comentário que disse que acha muito bom, ler a primeira página de um livro e ter vontade de ler muito mais; outro comentou que gosta de conhecer pessoas que influenciam outras a ler; outro disse que está lendo um mangá e gostaria que eu fizesse a resenha dele; outro, que gosta de ficção científica e terror e me pediu a indicação de um livro; e muitos disseram que querem participar do clube de leitura outras vezes. Bem, pretendemos continuar com o nosso clube, pelo menos é a nossa vontade, minha, da professora Luciana e, agora, da professora Soraya também. Vocês terão oportunidade de participar de outros clubes como este.

Mas o que eu quero propor é outro tipo de clube e que seria mais ou menos assim: vocês das turmas da professora professora Luciana e da professora Soraya montam um grupo de colegas, escolhem um livro (de preferência que tenha na biblioteca da escola), lêem e conversem entre vocês, sobre esse livro. Eu vou fazer o mesmo por aqui e conversar com o meu amigo Lipe. Depois, eu escrevo a resenha e vocês comentam. Seria um desdobramento deste nosso clube, em que a gente vai ter mais autonomia e poder produzir nossos próprios textos. Falem com as suas professoras, tenho certeza que elas vão concordar e ajudar. Melhor: elas seriam as supervisoras desse nosso projeto, que vamos criar sozinhos! O que acham? E depois, quem sabe?, como a Lavínia Rocha, eu também faça uma visita ao Luiz Gatti.

 

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Viva João Carlos Marinho

Soube da morte de João Carlos Marinho, fiquei muito triste e fui reler o post do clube de leitura que fizemos, junto com o professor Carlos e seus alunos da EMEF Vera Lúcia Carnevalli Barreto, de São José do Campos, com o autor de “O gênio do crime”. Nós até entrevistamos o escritor! Obrigado, João Carlos Marinho! Quem quiser, pode ler o post desse clube, neste link: http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/joao-carlos-marinho-no-clube-de-leitura/

 

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Sherlock Holmes e o próximo clube de leitura

Ando afastado do blog, apareço de vez em quando, posto algumas coisas e sumo. Quero voltar a escrever com regularidade, mas estou meio desanimado. Antes, quando ficava um tempo, assim, sem escrever aqui, minha mãe pegava no meu pé, tinha medo que eu abandonasse o blog, mas agora, até ela largou mão e nem se incomoda mais. Não pretendo abandonar o blog, não, tenho muitos planos para ele e um deles, é o clube de leitura, e é pelo clube que volto aqui, hoje.

Clube de leitura com 140 leitores

Outro dia, recebi uma mensagem da professora Luciana, de Belo Horizonte: “Oi, Heitor, tudo bem? Será que dá pra gente fazer o clube de leitura com o livro ‘Os dançarinos’? Vai ser a primeira leitura do ano.” Topei na hora! Só a professora Luciana e o nosso clube de leitura, para me animarem. Já tinha conversado com ela sobre “Os dançarinos”, esse livro é uma adaptação para HQ, de uma história de Sherlock Holmes, escrita, claro, por Sir Arthur Conan Doyle, adaptada por Vincent Goodwin, ilustrada por Ben Dunn, traduzida para o português por Cassius Medauar e publicada pela Farol Literário.

Mas, hoje, ainda não vou falar de “Os dançarinos”, só passei aqui para avisar, que na próxima semana, começaremos outro clube de leitura, com os alunos da Escola Luiz Gatti, de Belo Horizonte, que estão lendo o livro (fotos). Quem quiser, poderá acompanhar ou participar do clube aqui pelo blog. Da escola, são 4 turmas do 8º ano, no total de 140 alunos. E já que estou por aqui, mesmo, vou aproveitar para falar de outro livro, que li recentemente e que também conta uma história de Sherlock Holmes. É o “Melodia Mortal”, de Pedro Bandeira e Guido Carlos Levi.

Melodia Mortal

Já conhecia o Pedro Bandeira, li outros livros dele e, uma vez, participei de um bate-papo com ele (Encontro com Pedro Bandeira), inclusive, nesse dia, peguei o seu autógrafo. No bate-papo, ele disse, entre outras coisas, que o narrador e a forma como a história é contada são muito mais importantes do que a própria história. Em “Melodia Mortal”, um dos narradores é o próprio John Watson, médico, amigo, parceiro e biógrafo de Sherlock Holmes, e narrador muito famoso e competente.

Escrito por Pedro Bandeira e por Guido Carlos Levi, e publicado pela Fábrica 231, selo da Editora Rocco, “Melodia Mortal” se passa em duas épocas, no tempo de Holmes e Watson e no tempo atual. O detetive e seu parceiro médico investigam as circunstâncias em que grandes compositores morreram, e colocam em dúvida a versão oficial. Essas investigações são contadas por Watson e, depois, analisadas por um grupo de 12 médicos londrinos, a Confraria dos Médicos Sherlockianos, que se reúnem, sempre em algum restaurante, e analisam esses casos, sob a ótica do conhecimento científico dos tempos atuais. Esta parte do livro é narrada em 3ª pessoa e o co-autor do livro, Guido Carlos Levi, médico como Watson, amigo de Pedro Bandeira e apaixonado pela música erudita, empresta seus conhecimentos científicos para a Confraria observar, com critério, todos os casos analisados, investigados por Sherlock Holmes e contados pelo Dr. John Watson.

A morte de Vicenzo Bellini, aos 35 anos de idade, teria sido “apressada por mãos humanas”? Frédéric Chopin morreu, mesmo, de tuberculose? Wolfgang Amadeus Mozart morreu por negligência médica? Piotr Ilitch Tchaikovsky morreu de cólera ou foi vitima de um suicídio induzido? Teria sido a esquizofrenia, que levou Robert Schumann a uma tentativa de suicídio e anos depois, a sua morte? – a análise desse caso tem o apoio de Sigmund Freud (em pessoa) e traz diálogos divertidíssimos do pai da Psicanálise com Sherlock Holmes. E, finalmente, teria Ludwig Van Beethoven morrido de cirrose hepática, envenenado por sais de chumbo?

Os autores

Pedro Bandeira nasceu em Santos em 1942 e vive em São Paulo desde 1961. Cursou Ciências Sociais na USP, foi ator de teatro, publicitário e jornalista e, a partir de 1983 passou a se dedicar totalmente à literatura infantojuvenil. Tem mais de cem títulos publicados e milhões de exemplares vendidos. É também palestrante, especialista em letramento e técnicas especiais de leitura. Tem três filhos e cinco netos.

Dr. Guido Carlos Levi nasceu em Jaú, em 1941, mas desde cedo vive e clinica na cidade de São Paulo. Formou-se em Medicina na PUC de SP, campus Sorocaba. Especializou-se como infectologista e por anos dirigiu o Hospital Emílio Ribas. É proprietário e diretor da CEDIPI, clínica especializada em doenças infecciosas, parasitárias e em imunizações. Publicou “Recusa de vacinas: causas e consequências” e “Investigação de surtos e epidemias no Brasil”. Tem três filhos e seis netos.

Dr. John H. Watson, M.D. nasceu em Londres, Inglaterra, por volta de 1857, formou-se em Medicina pela Universidade de Londres em 1878 e especializou-se em cirurgia em Netley, Hampshire. Como cirurgião assistente do Quinto Regimento de Fuzileiros de Northumberland, partiu para Índia e logo foi designado para atuar na Guerra Anglo-Afegã. Gravemente ferido na batalha de Maiwand (1880), foi aposentado por invalidez como médico militar. De volta a sua cidade natal, alternou suas atividades como clínico com a de biógrafo de um detetive particular. Foi casado com Mary Morstan Watson e faleceu em Londres por volta de 1930 ou 1940.

 

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