Clube de leitura com Sherlock Holmes

Encerrando esta edição do clube de leitura

Hoje estamos encerrando esta edição do clube de leitura. Trabalhamos  com a HQ “Os dançarinos”, baseada em história de Sherlock Holmes. Além das três turmas de 8º ano, da professora Luciana, outras três turmas, de 9º ano, da professora Soraya também participaram. Leram o livro, trabalharam em sala de aula, leram a resenha que fiz e deixaram seus comentários, com opiniões, perguntas e sugestões. Foram tantos comentários, que não deu para responder um a um, então, tive que escrever um textão nos comentários, que reproduzo abaixo, tanto as respostas às turmas de 8º ano, como às turmas de 9º ano. Estão ao final deste post, lá também tem fotos das turmas. A última novidade é que encontramos o link para o texto original desse conto de Arthur Conan Doyle, eu não estava encontrando, li num ebook, mas os alunos encontraram: https://mundosherlock.wordpress.com/canon_e/arthur-conan-doyle-a-volta-de-sherlock-holmes-1905/os-dancarinos/

Já conversei com as professoras Luciana e Soraya e combinamos de fazer outro clube de leitura, no segundo semestre. E quem mais quiser fazer um clube como este, é só falar, que podemos combinar!

 

Clube de leitura com alunas e alunos da Luiz Gatti

Como prometi no post do livro “Melodia Mortal”, hoje vamos começar outro clube de leitura com os alunos da escola Luiz Gatti, de Belo Horizonte. Desta vez, são 140 leitores de quatro turmas (A, B, C e D), do oitavo ano. O clube faz parte da atividade de leitura literária, das aulas de Língua Portuguesa, da professora Luciana. Ele funciona assim, a professora adota um livro para os alunos lerem e trabalharem em sala de aula, me avisa e eu também leio esse livro. Em seguida, posto sobre o livro, os alunos  entram aqui, deixam seus comentários, suas opiniões ou até fazem perguntas, que tento responder, quando posso. Assim, compartilhamos nossas leituras e formamos o nosso clube de leitura. E se alguém mais quiser comentar e participar do clube, também pode, mesmo não sendo aluno da escola.

Roda de conversa com o Lipe  

Naquele post, também disse que minha mãe largou mão e não pega mais no meu pé, quando fico sem escrever aqui, já o meu amigo Lipe, continua o mesmo:

– Até que enfim você escreveu no blog!

– Ando meio desanimado, você sabe porque, Lipe.

– Sim, Le, mas precisa reagir, até aquele outro projeto nosso, você deixou de lado.

– Já retomei ele, também. Amanhã, na escola, vou chamar a turma para uma reunião.

– Quero ver…

– Por que, ao invés de ficar me perturbando, você não me ajuda?

– …

– Vou fazer outro clube de leitura com a professora Luciana de BH.

– Qual é o livro, mesmo?

– “Os dançarinos”, é uma história de Sherlock Holmes que foi adaptada para HQ, queria que você lesse, também, pra gente conversar depois.

– Demorô!

– Ela também indicou um filme que tem no Youtube, que os alunos vão assistir, depois a gente assisti juntos.

– Combinado!

Emprestei “Os dançarinos” para o Lipe, que leu e voltou em casa no dia seguinte, assistimos o filme e conversamos. Nunca tinha lido as histórias de Sherlock Holmes, nem o Lipe, só tinha visto alguns episódios de uma série de TV. Quem conta as histórias do famoso detetive inglês, escritas por Arthur Conan Doyle, é o parceiro de Holmes, Dr. John Watson. Gostamos tanto da história, que fomos ler o conto, narrado por Watson, que deu origem a HQ e ao filme. Ele foi publicado pela primeira vez em 1903, em uma revista e no ano seguinte, saiu em livro. Encontramos uma edição em ebook, da Editora Zahar, bem baratinha (R$ 3,90), baixamos e lemos também.

História de Sherlock Holmes adaptada para HQ

A HQ “Os dançarinos”, baseada em conto de Arthur Conan Doyle, adaptado por Vincent Goodwin, com ilustração de Ben Dunn, tradução de Cassius Medauar, publicada pela Farol Literário, conta mais um caso complicado, investigado pelo famoso detetive inglês, Sherlock Holmes. Elsie, esposa de Hilton Cubitt recebe uma carta vinda dos Estados Unidos, eles moram no Solar Riding Thorpe, no condado de Norfolk, região leste da Inglaterra. Como sua esposa nasceu e viveu naquele país, Mr. Cubitt supôs que fossem notícias “de velhos conhecidos na América”, mas, ao lhe entregar, ela rasgou a carta, sem ao menos abrir o envelope e nem quis conversar sobre o assunto. Quando se conheceram e se casaram, fizeram um acordo, ela não falaria de seu passado, de quando vivia em Chicago, nos Estados Unidos, e ele pretendia respeitar esse acordo. 

Mas os mistérios continuaram e, em seguida, Mr. Cubitt encontrou vários homenzinhos dançando, desenhados com giz no parapeito da janela da cozinha e o pior é que ninguém da casa sabia como esses homenzinhos foram parar ali. Ele contou a sua esposa Elsie, que implorou a ele que avisasse, caso aquilo voltasse a ocorrer. Logo, apareceram mais desenhos no jardim e quando ele lhe mostrou, ela viu e desmaiou. Desde então, ficou “perplexa e aterrorizada”. O homem, preocupado, pensou em avisar a polícia, mas ficou com medo que rissem dele, então, mandou um telegrama a Sherlock Holmes e, no mesmo dia, já estava em seu apartamento, em Londres, na 221B Baker Street, expondo o caso a ele e a seu parceiro, Dr. John Watson, atrás de ajuda, para resolver o caso e acabar com o sofrimento da esposa, que ele tanto amava.

Não preciso dizer que o caso foi resolvido, soube que Sherlock Holmes nunca deixou uma investigação sem solução, mas nesse, aconteceu uma tragédia, que de certa forma, abalou a competência do grande detetive inglês.

Por indicação da professora Luciana, fui assistir ao filme também (abaixo link para o filme “Os dançarinos”), os meus amigos do clube de leitura também assistiram (foto abaixo). Adoro assistir filmes baseados em livros, sempre fico conferindo se as cenas e os personagens que estão no filme são como imaginei, enquanto lia o livro. No caso de “Os dançarinos” vi três versões da mesma história, pois também li o conto de Arthur Conan Doyle, que baixei em ebook.

“Os dançarinos”, o filme: https://www.youtube.com/watch?v=PBhzc-PtFQg&feature=youtu.be

Os autores

Arthur Conan Doyle (escritor) nasceu no dia 22 de maio de 1859 em Edimburgo, na Escócia, estudou na Inglaterra, retornou à Escócia e ingressou na Escola de Medicina da Universidade de Edimburgo e se formou em 1885. Ainda estudante, ficou impressionado enquanto o seu professor observava os menores detalhes na condição de um paciente para diagnosticá-lo e anos mais tarde ele escreveria histórias em que seu personagem mais famoso, Sherlock Holmes, usaria a mesma técnica para resolver mistérios. O primeiro livro de Sherlock Holmes foi publicado em 1887, “Estudo em vermelho”, logo, o personagem se tornou famoso e até 1927, Doyle escreveu 66 histórias e publicou 3 livros, tendo Holmes como personagem principal. Ele também escreveu outros livros de ficção e não ficção durante sua vida. Morreu no dia 7 de julho de 1930 em Sussex, na Inglaterra. 

Vincent Goodwin (adaptador) formou-se em Teatro e Comunicação na Universidade de Trinity, no Texas, Estados Unidos. É autor de três peças de teatro e escreveu o livro “Piratas vs. Ninjas II”. Goodwin também é um jornalista consagrado e ganhou prêmios por seus trabalhos como colunista e repórter.

Ben Dunn (ilustrador) fundou a Antartic Press, uma das maiores editoras de quadrinhos dos Estados Unidos. Já fez trabalhos para a Marvel e a Image Comics. Nos Estados Unidos ele é conhecido pelas séries “Ninja High School” e “Warrior Nun Areala”.

Cassius Medauar (tradutor) é jornalista formado pela Cásper Líbero.Trabalhou na Abril Jovem e depois foi editor de HQs nas editoras Conrad e Pixel. Atualmente é tradutor de quadrinhos e livros e tem uma coluna no site PublishNews.

Minha resposta aos comentários dos alunos da professora Luciana

Adorei os comentários, estamos melhorando ano a ano! Também espero fazer outros clubes de leitura com vocês, pois agora estou mais animado, quero continuar publicando minhas resenhas, quero falar de um autor que acabei de descobrir, mas também vou procurar outros livros de mistérios e contos de enigma. E fico feliz que vocês gostem das aulas com o blog.

Luiz Gatti 8ºB

Foram tantos comentários, que não vai dar pra responder um a um, li com atenção e vou tentar responder a todos, aqui, neste comentário. SERÁ UM TEXTÃO! Não acho que o filme seja mais completo, só é uma forma diferente de contar a mesma história, com outros recursos, a HQ é curta e dá pra ler rápido. Se a gente for comparar, acho que o conto original é mais completo, tem mais detalhes. Por exemplo, para o Sherlock Holmes desvendar o mistério dos dançarinos (a parte que mais gostei da história), no conto, ele faz muito mais análises das que aparecem na HQ e no filme. Sim, eu também percebi que na HQ, a Elsie rasga a carta e no filme ela queima, como no conto original, lá, essa cena não é narrada, o Mr. Cubitt, que conta, que ela “jogou no fogo”. Não entendi porque o Vincent Goodwin, que fez a adaptação para HQ, mudou essa parte.

Luiz Gatti 8ºC

Eu não encontrei o texto do conto original para postar no blog, li de um ebook que baixei e custou R$ 3,90, mas quem sabe vocês encontrem. Quando disse que conhecia o Sherlock Holmes, mas nunca tinha lido nada dele, só tinha visto uma série, era do “Elementary” que eu estava falando. Li “Os dançarinos” por sugestão da professora Luciana, ela já tinha me falado que vocês iam ler esse livro, daí eu soube que o Pedro Bandeira tinha lançado o “Melodia Mortal”, que também são histórias de Sherlock Holmes e resolvi ler ele também. Com o “Melodia Mortal”, ainda não fiz clube de leitura, mas tem post dele aqui.

Luiz Gatti 8ºD

Por falar na Luciana, eu também tive a sorte de conhecer a professora de vocês e fazer essa parceria, pois sem ela, não haveria esse nosso clube de leitura. Vocês me disseram que vão ter que escrever um conto de enigma e me pediram sugestões, sinceramente, não sei como fazer, temos que inventar um enigma que tenha solução, mas não pode ser uma solução muito simples, em que o leitor desvende, rapidamente o mistério, mas também não pode ser muito complicado e não ter solução… precisamos pensar. Acho que a primeira coisa é encontrar um enigma e depois inventar uma história com ele. Sobre esse trabalho de vocês, tive uma ideia, já consultei a professora Luciana e ela topou. O que vocês acham de postar os contos de enigma que vocês escreverem, aqui no meu blog?

Luiz Gatti 8ºA

Teve também alguns comentários, que disseram que não gostaram do livro, que não gostam do gênero. Tudo bem, a gente não é obrigado a gostar de tudo que lê e sempre temos os nossos preferidos. Teve outro comentário de uma aluna, que disse, que não gosta de ler. Eu também não gostava muito de ler, até que descobri um livro que me despertou o gosto pela leitura e a partir desse, nunca mais parei.

Acho que já respondi quase tudo, só falta dizer de onde veio ideia para fazer este blog e porque estou desanimado. Bem, a ideia para fazer o blog, conto no primeiro post, os meus pais sempre me incentivaram e se quiserem ler depois, está neste link: http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/como-ganhei-um-blog/. E pra finalizar, vou tentar contar porque estou desanimado, tentar, pois essas coisas a gente nunca sabe direito de onde vem. Estou triste com o que está acontecendo no Brasil, nossa turma participava de um movimento em defesa das bibliotecas públicas, aqui na cidade, história que conto no livro “Os meninos da biblioteca” (livro que tem na biblioteca da escola), que foi onde nossa luta começou. E agora estamos dispersos, mas já estou reagindo (graças a vocês, também) e já marcamos uma reunião pra próxima semana, pra retomarmos os nossos trabalhos, pois não podemos ficar parados.

Minha resposta aos comentários dos alunos da professora Soraya

Fiquei feliz com a participação de vocês, alunos da professora Soraya, no nosso clube de leitura, e agradeço muito a dedicação e o trabalho da professora. Foram tantos comentários, perguntas, análises do livro, do filme, alguns elogios e uma crítica ao blog, que não daria para responder um a um. Então, vou ter que escrever um textão.

Vou começar pela crítica que disse que eu deveria melhorar a estética do site. Recentemente, eu reformulei o blog, mas acho que dá para melhorar, sim, principalmente nesta seção de comentários. Mudar para poder responder um a um, ficando mais claro e facilitando a leitura, tanto dos comentários como das respostas. Para o nosso clube, que tem muitos comentários, melhoraria bastante! Vou pensar em melhorar outras partes do site, também. Obrigado pela crítica!

Como eu, a maioria gostou do livro e comparou ao filme. Já falei na resposta às turmas da professora Luciana, que são formatos diferentes. No filme, que tem movimento, acho que fica mais fácil de passar a emoção e o suspense, mas essa HQ também coloca a gente no clima das histórias de Sherlock Holmes. Alguns se queixaram que tanto no livro como no filme, o enigma é resolvido muito rapidamente. Li o conto original, que deu origem ao quadrinho e ao filme e que tem o link dele aqui nesse post. Lá o suspense é bem maior!

Luiz Gatti – 9º ano

Alguns me perguntaram o que eu achava que teria acontecido com a Elsie, se ela morreu ou sobreviveu. Antes de acabar a história, o autor dá a dica de que ela estava se recuperando. Eu também tenho a mania de vocês, de querer continuar as histórias dos livros, depois que elas acabam. O livro acaba com ela internada, né? Foi isso que o autor contou pra gente, depois disso, não sabemos, e se a gente tentar imaginar, não será a história desse livro, será outra história. A Elsie ficava apavorada, pois sabia quem era o autor dos desenhos.

Vocês também me contaram, que no trimestre passado, trabalharam com o livro “O diário de Anne Frank” e me pediram que fizesse uma resenha dele para debater. Pois essa resenha já foi feita! Eu também li esse livro e escrevi no blog sobre ele. Vejam o link: http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/encontro-de-blogueiros-e-anne-frank/. Escrevi sobre esse livro e outros assuntos, quem quiser, pode ir lá e comentar também.

Alguém me pediu dicas para fazer um blog, disse que já tem canal no YouTube. Este meu blog, pedi para uns amigos, espertos nessa área, fazerem pra mim. Mas tem um monte de sites, que orientam e até hospedam blogues. Para quem tem canal, fazer blog é fácil, quanto ao conteúdo, só precisa escolher um tema. Pensa e depois me conta.

Luiz Gatti – 9º ano

Pra terminar, vou juntar alguns comentários de vocês e no final, fazer uma proposta. Teve um comentário que disse que acha muito bom, ler a primeira página de um livro e ter vontade de ler muito mais; outro comentou que gosta de conhecer pessoas que influenciam outras a ler; outro disse que está lendo um mangá e gostaria que eu fizesse a resenha dele; outro, que gosta de ficção científica e terror e me pediu a indicação de um livro; e muitos disseram que querem participar do clube de leitura outras vezes. Bem, pretendemos continuar com o nosso clube, pelo menos é a nossa vontade, minha, da professora Luciana e, agora, da professora Soraya também. Vocês terão oportunidade de participar de outros clubes como este.

Mas o que eu quero propor é outro tipo de clube e que seria mais ou menos assim: vocês das turmas da professora professora Luciana e da professora Soraya montam um grupo de colegas, escolhem um livro (de preferência que tenha na biblioteca da escola), lêem e conversem entre vocês, sobre esse livro. Eu vou fazer o mesmo por aqui e conversar com o meu amigo Lipe. Depois, eu escrevo a resenha e vocês comentam. Seria um desdobramento deste nosso clube, em que a gente vai ter mais autonomia e poder produzir nossos próprios textos. Falem com as suas professoras, tenho certeza que elas vão concordar e ajudar. Melhor: elas seriam as supervisoras desse nosso projeto, que vamos criar sozinhos! O que acham? E depois, quem sabe?, como a Lavínia Rocha, eu também faça uma visita ao Luiz Gatti.

 

Viva João Carlos Marinho

Soube da morte de João Carlos Marinho, fiquei muito triste e fui reler o post do clube de leitura que fizemos, junto com o professor Carlos e seus alunos da EMEF Vera Lúcia Carnevalli Barreto, de São José do Campos, com o autor de “O gênio do crime”. Nós até entrevistamos o escritor! Obrigado, João Carlos Marinho! Quem quiser, pode ler o post desse clube, neste link: http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/joao-carlos-marinho-no-clube-de-leitura/

 

Sherlock Holmes e o próximo clube de leitura

Ando afastado do blog, apareço de vez em quando, posto algumas coisas e sumo. Quero voltar a escrever com regularidade, mas estou meio desanimado. Antes, quando ficava um tempo, assim, sem escrever aqui, minha mãe pegava no meu pé, tinha medo que eu abandonasse o blog, mas agora, até ela largou mão e nem se incomoda mais. Não pretendo abandonar o blog, não, tenho muitos planos para ele e um deles, é o clube de leitura, e é pelo clube que volto aqui, hoje.

Clube de leitura com 140 leitores

Outro dia, recebi uma mensagem da professora Luciana, de Belo Horizonte: “Oi, Heitor, tudo bem? Será que dá pra gente fazer o clube de leitura com o livro ‘Os dançarinos’? Vai ser a primeira leitura do ano.” Topei na hora! Só a professora Luciana e o nosso clube de leitura, para me animarem. Já tinha conversado com ela sobre “Os dançarinos”, esse livro é uma adaptação para HQ, de uma história de Sherlock Holmes, escrita, claro, por Sir Arthur Conan Doyle, adaptada por Vincent Goodwin, ilustrada por Ben Dunn, traduzida para o português por Cassius Medauar e publicada pela Farol Literário.

Mas, hoje, ainda não vou falar de “Os dançarinos”, só passei aqui para avisar, que na próxima semana, começaremos outro clube de leitura, com os alunos da Escola Luiz Gatti, de Belo Horizonte, que estão lendo o livro (fotos). Quem quiser, poderá acompanhar ou participar do clube aqui pelo blog. Da escola, são 4 turmas do 8º ano, no total de 140 alunos. E já que estou por aqui, mesmo, vou aproveitar para falar de outro livro, que li recentemente e que também conta uma história de Sherlock Holmes. É o “Melodia Mortal”, de Pedro Bandeira e Guido Carlos Levi.

Melodia Mortal

Já conhecia o Pedro Bandeira, li outros livros dele e, uma vez, participei de um bate-papo com ele (Encontro com Pedro Bandeira), inclusive, nesse dia, peguei o seu autógrafo. No bate-papo, ele disse, entre outras coisas, que o narrador e a forma como a história é contada são muito mais importantes do que a própria história. Em “Melodia Mortal”, um dos narradores é o próprio John Watson, médico, amigo, parceiro e biógrafo de Sherlock Holmes, e narrador muito famoso e competente.

Escrito por Pedro Bandeira e por Guido Carlos Levi, e publicado pela Fábrica 231, selo da Editora Rocco, “Melodia Mortal” se passa em duas épocas, no tempo de Holmes e Watson e no tempo atual. O detetive e seu parceiro médico investigam as circunstâncias em que grandes compositores morreram, e colocam em dúvida a versão oficial. Essas investigações são contadas por Watson e, depois, analisadas por um grupo de 12 médicos londrinos, a Confraria dos Médicos Sherlockianos, que se reúnem, sempre em algum restaurante, e analisam esses casos, sob a ótica do conhecimento científico dos tempos atuais. Esta parte do livro é narrada em 3ª pessoa e o co-autor do livro, Guido Carlos Levi, médico como Watson, amigo de Pedro Bandeira e apaixonado pela música erudita, empresta seus conhecimentos científicos para a Confraria observar, com critério, todos os casos analisados, investigados por Sherlock Holmes e contados pelo Dr. John Watson.

A morte de Vicenzo Bellini, aos 35 anos de idade, teria sido “apressada por mãos humanas”? Frédéric Chopin morreu, mesmo, de tuberculose? Wolfgang Amadeus Mozart morreu por negligência médica? Piotr Ilitch Tchaikovsky morreu de cólera ou foi vitima de um suicídio induzido? Teria sido a esquizofrenia, que levou Robert Schumann a uma tentativa de suicídio e anos depois, a sua morte? – a análise desse caso tem o apoio de Sigmund Freud (em pessoa) e traz diálogos divertidíssimos do pai da Psicanálise com Sherlock Holmes. E, finalmente, teria Ludwig Van Beethoven morrido de cirrose hepática, envenenado por sais de chumbo?

Os autores

Pedro Bandeira nasceu em Santos em 1942 e vive em São Paulo desde 1961. Cursou Ciências Sociais na USP, foi ator de teatro, publicitário e jornalista e, a partir de 1983 passou a se dedicar totalmente à literatura infantojuvenil. Tem mais de cem títulos publicados e milhões de exemplares vendidos. É também palestrante, especialista em letramento e técnicas especiais de leitura. Tem três filhos e cinco netos.

Dr. Guido Carlos Levi nasceu em Jaú, em 1941, mas desde cedo vive e clinica na cidade de São Paulo. Formou-se em Medicina na PUC de SP, campus Sorocaba. Especializou-se como infectologista e por anos dirigiu o Hospital Emílio Ribas. É proprietário e diretor da CEDIPI, clínica especializada em doenças infecciosas, parasitárias e em imunizações. Publicou “Recusa de vacinas: causas e consequências” e “Investigação de surtos e epidemias no Brasil”. Tem três filhos e seis netos.

Dr. John H. Watson, M.D. nasceu em Londres, Inglaterra, por volta de 1857, formou-se em Medicina pela Universidade de Londres em 1878 e especializou-se em cirurgia em Netley, Hampshire. Como cirurgião assistente do Quinto Regimento de Fuzileiros de Northumberland, partiu para Índia e logo foi designado para atuar na Guerra Anglo-Afegã. Gravemente ferido na batalha de Maiwand (1880), foi aposentado por invalidez como médico militar. De volta a sua cidade natal, alternou suas atividades como clínico com a de biógrafo de um detetive particular. Foi casado com Mary Morstan Watson e faleceu em Londres por volta de 1930 ou 1940.