Bullying no Clube de Leitura

O Clube de Leitura do Blog do Le-Heitor é organizado pela EMEF Itaim A, uma escola municipal que fica no bairro do Itaim Paulista, em São Paulo, e pelo pessoal da Sintaxe, e tem como “sócios” cento e oitenta alunos do sexto e do sétimo anos dessa escola. A Editora Biruta, a Editora DCL e a Editora Noovha América apoiaram esse projeto e doaram os livros para a escola. Cada editora doou dois títulos e dez exemplares de cada título, que os alunos estão lendo em “sistema de revezamento.”

Os livros escolhidos foram: O Cachecol, de Lia Zatz, ilustrado por Inácio Zatz; e A Bailarina Fantasma, de Socorro Acioli; da Editora Biruta. Bullying – Vamos sair dessa?, de Miriam Portela, ilustrado por Toni D’Agostinho, e O menino com monstros nos dedos, de Almir Correia, ilustrado por Victor Tavares; da Editora Noovha América. Robinson Crusoe, de Daniel Defoe, recontado por Fernando Nuno e ilustrado por Marcelo Ribeiro; e A Odisseia, de Homero, recontada por Silvana Salerno e ilustrada por Dave Santana e Maurício Paraguassu; da Editora DCL.

Quem quiser saber mais sobre o funcionamento do nosso clube de leitura pode ler em http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/?p=1156. E quem quiser ver a postagem do primeiro livro que lemos (O Cachecol) e os comentários de mais de quarenta alunos pode ler em http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/?p=1520.

Bullying – Vamos sair dessa?

Hoje vou falar do segundo livro, Bullying – Vamos sair dessa?, e vou esperar os comentários dos alunos da escola, e quem mais quiser participar. Depois vamos sortear alguns brindes entre os alunos que comentarem.

Como eu fiz com o primeiro livro do clube de leitura, pedi para o meu amigo Lipe também ler o Bullying pra gente conversar e descobrir mais coisas do livro. Foi assim que fizeram os alunos da EMEF Itaim A. Depois de ler, eles se reuniram em “rodas de conversa” para falar do livro. Como sempre, no começo o Lipe reclamou: – Poxa, já tem tanto livro pra gente ler pra escola e ainda você fica inventando essas coisas. Mas depois de ler, ele gostou e veio correndo, fazer a nossa roda de conversa.

– Li rapidinho esse livro, Le. Ele é muito bom! Você já leu?

O Lipe me chama de Le, antes ele me chamava de Heitor, mas depois que apareceu esse apelido lá na escola, ele começou a me chamar de Le e se acostumou.

– Li e também gostei muito.

– Achei o Gustavo meio parecido com você.

– Por quê?

– Ele também gostava de ler e por isso era zoado na escola.

– Mas eu não sou zoado…

– Claro que é! Até apelido arrumaram pra você.

– É, mas eu nem ligo.

– No começo você ficou mal. Lembra? Até veio conversar comigo…

– É, mas passou. Só ficou o apelido.

– “Le!” Até que é um apelido legal. Você não acha, Heitor.

– Fazia tempo que você não me chamava de Heitor, Felipe.

– E você nunca tinha me chamado de Felipe, Heitor.

Eu ri muito e o Lipe também e continuamos conversando e descobrindo um monte de coisas deste livro.

A história do livro Bullying – Vamos sair dessa?, escrito por Miriam Portela (eu conheço a Miriam Portela! Já contei isso aqui no blog), ilustrado por Toni D’Agostinho e publicado pela Editora Noovha América começa com uma confusão em frente ao colégio. O trânsito estava lento, viaturas de polícia cercavam o quarteirão, seguranças revistavam os carros e as aulas tinham sido suspensas. A Beatriz e a Silvana, que estudavam lá, conseguiram atravessar a multidão para conversar com o porteiro e souberam que um aluno havia desaparecido. Achavam que ele tinha sido sequestrado.

Depois elas descobriram que o aluno desaparecido era o Gustavo, que era da sala da Beatriz. Ele era muito estranho e apaixonado por livros. “As coisas que ele dizia, o jeito educado e o ar desligado faziam dele um cara diferente de todos os outros. Ele era tão fora de moda! Tão nerd.” A Beatriz gostou do jeito dele e ficou muito amiga do Gustavo, mas as suas amigas não conseguiam entender porque ela perdia tempo com um cara tão sem graça. A maioria do colégio pensava assim, e ele era muito zoado por isso.

Ao lado dessa escola, que era particular, tinha uma escola pública onde estudava o Antônio. Todo dia ele atravessava um terreno baldio que separava sua casa da escola. Ele tinha 12 anos e morria de medo de fazer esse caminho sozinho. Já tinha visto policiais removendo corpos ou dando tiros de manhã bem cedo. Nesse dia ele cruzou um bando de rapazes calçando tênis caros e camisetas de marca. Não gostou da cara deles e tentou desviar.

– Onde você pensa que vai, seu marginalzinho? Eram alguns alunos encrenqueiros do colégio particular. – Você não tem nenhuma irmãzinha bonitinha pra gente se divertir? Eles pegaram seu material escolar, chutaram suas pernas e puxaram seus cabelos. – Te manda, moleque. Da próxima vez que você atravessar na nossa frente, vai levar uma surra. Ele entrou na escola correndo. Nessa escola estudava o Tiago, que era alto demais, gordo, pele cheia de espinhas e meio desajeitado. Ganhou diversos apelidos, Geleia, Sherek, Nutella, Cocô, e era muito zoado.

As duas escolas, a particular e a pública sofriam com o bullying e os professores, pais e alunos precisavam fazer alguma coisa. Nessa história a escritora Miriam Portela fala do preconceito, mostra o sofrimento, as causas e as consequências do bullying e conta como essas escolas enfrentaram esse problema.

Miriam Portela nasceu em Florianópolis (SC) e começou a escrever ainda criança, quando descobriu que podia criar histórias e inventar personagens. Jornalista, trabalhou em jornais, revistas e televisão. Escreveu quatro livros de poesia e depois percebeu que queria contar histórias para crianças. Tem muitos livros publicados: Alguém muito especial, Onde andará a alegria e Histórias do encantado, pela Editora Moderna; Alice passou por aqui, pela Editora Terceiro Nome; e Minha família não para de crescer, Bichorro e Louco por bichos, entre outros, pela Editora Noovha América.

Toni D’Agostinho é sociólogo, caricaturista, ilustrador, escritor e diretor teatral. Ele já fez vários trabalhos para as principais editoras do país. Participou da exposição de caricatura “Futebol Pensado”, durante a Copa de 2006 no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, e criou para o Banco do Brasil a mostra “Nanquim no Machado” com personagens de Machado de Assis caricaturadas. Na televisão fez caricaturas para o programa Show do Tom, da Record e Raul Gil da Bandeirantes.

Minha luta política

Na semana passada eu fiz um passeio da hora! Fui conhecer todas as unidades que ficam no quarteirão do meu bairro. Aquele que a prefeitura quer derrubar e que nós estamos lutando para impedir esse “crime contra o patrimônio”, como eu ouço falar nas assembleias. Lá tem a biblioteca, o teatro, duas escolas, uma creche, duas unidades de saúde e a Apae. Eu só conhecia o teatro e a biblioteca, onde eu sou freguês de carteirinha. Quem me convidou para esse passeio foi o Helcias, que é o presidente da Associação Grupo de Memórias do Itaim Bibi.

Fomos com o pessoal de uma produtora e uma agência de publicidade. Eles vão gravar um vídeo para divulgar a nossa luta, com depoimentos de pessoas que defendem o quarteirão. E vocês não vão acreditar… Eu fui convidado para dar o meu depoimento, também! Achei mó legal! E agora, depois de ver tudo aquilo e conhecer as pessoas que trabalham e frequentam esses lugares, estou mais do que convencido: não podemos deixar a prefeitura cometer esse crime contra o patrimônio do meu bairro e da minha cidade. Vamos lutar até o fim!

Antes de começar o passeio eu conversei com o pessoal da produtora para combinar o meu depoimento.

– Quem é você?

– Meu nome é Heitor, tenho 12 anos, moro no bairro, frequento a biblioteca, gosto muito de ler e tenho um blog.

– Legal! Quero conhecer o seu blog.

Ele olhou o meu blog, achou muito bacana, mas fez um comentário

– Pena que você não é um personagem animado, seria melhor para gravar o seu depoimento…

– Sou animado, sim, principalmente se for pra defender a minha biblioteca!

– Não é desse tipo de animação que eu estou falando, essa eu já percebi que você tem de sobra.

Fiquei confuso, não sei como eles vão gravar o meu depoimento e se ele será animado. Da minha parte podem ter certeza que o ânimo estará garantido.

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  1. Oi Le (rsrsrs)
    Você sabe que sempre leio seu blog, mas nem sempre dá para escrever, você sabe q aqui tem fila. Você lembra de mim, né?
    Queria ser sua amiga assim como o Li, mas nossas realidades não permitem, isso me lembra o seu post sobre o livro marginal a esquerda, alias, não gosto desse título, acho que é muito preconceituoso, embora o livro não seja.
    Espero q esse clube de leitura va para minha escola. falei até com minha professoara, mas não sei se ela achou uma boa ideia.
    Fui.

  2. Heitor, esse negócio de animado é como muitas imagens que existem hoje em dia na internet, que se mexem, tem muito blog com imagens desse jeito.
    Eu também sou fã do quarteirão, fui a muitos shows no teatro e fui uma vez na biblioteca, ler gibi.

  3. Oi, Anônimo! Fala de novo com a sua professora. Quem sabe a gente faz um clube de leitura com a sua escola, no ano que vem.

  4. oi, heitor!
    muito legal essa ideia do Clube de Leitura do Blog do Le-Heitor, lá na EMEF Itaim A.
    ler em grupo e trocar experiências é muito bom!
    parabéns pra vc, para a sintaxe, para a escola e para as editoras participantes.
    abração,
    adriana

  5. Oi, Adriana. Obrigado! Estou adorando essas rodas de conversa.
    Vi o seu site! Tenho umas ideias e comecei a escrever umas histórias… Depois quero conversar com você.

  6. Oi, Heitor, eu acabei de ler seu post! Puxa, vc vai ser ou escritor ou jornalista quando crescer, hein?! hehehehe
    Muito legal essa iniciativa. E o tema do livro (bullying), muito importante de ser abordado. Continue nos contando suas experiências. Beijocas da Pauloca.

  7. Oi, João Gabriel. O meu amigo Le também acha que aconteceu comigo… Adorei que você deixou seu comentário aqui. Fala pro seus amigos da escola comentarem também. Estou esperando.

  8. Oi, Paula. Eu acho que é legal ser jornalista, mas o que eu quero mesmo é ser escritor. Não sei se vou conseguir… Tenho que ler muito ainda.

  9. Oi Heitor

    faço parte do clube de leitura e gostei muito do livro Bulling, pois se trata de um assunto bem típico de hoje em dia e é importante que todo mundo saiba o que é isso. E o livro retrata em isso como é no dia a dia de quem sofre com isso, as pessoas ficam zoando as outras por qualquer coisa, porque é gorda ou maga, alto ou baixo. Por isso que o livro é interessante e bem legal. Isso tem que parar! Diga não ao Bulling!!!!

  10. O livro Bulling que li no clube de leitura é muito interessante e quem ler vai saber que o livro fala a verdade, o que acontece em todas as escolas não só na minha na do mundo inteiro e o que mais achei que acontece no seu dia-a-dia que eu vejo é o caso da menina Cristina isso me comoveu muito porque querendo ou não isso acontece mesmo nas escolas.

  11. Olá Heitor

    Hoje eu vim falar do livro Bulling que li no clube de leitor do Blog do leheitor.O livro é muito interessante, porque fala da história de um menino que era muito inteligente e uns meninos fizeram muitas agressões psciocológicas com ele e por medo dos meninos e pela humilhação que ele sofreu ele viajou para a fazenda e uma menina que era amiga dele pensou que ele tinha sido sequestrado pelos valentões que soavam ele. Ele mandou uma msg para amiga falando que estava bem,Depois de3 um professor se interessar pelo problema e ajudar a resolver, o menino que mais zoava ele o “Gui”, virou amigo dele também. o livro é de Miriam }Portella eu gostei e aconselho que todo mundo leia. Obrigada Heitor pela atenção em lêr o meu comentário.

  12. Eu li o livro do bulling no clube de leitura e eu gostei porque ele fala de como sair do bulling e fala sobre o bulling, fala como são as agressões , as pessoas que não saõ mas e as que são, eu já vi uma pessoa sofrendo bulling e eram três meninos agredindo um da quarta série. Eu nunca sofri Bulling, eu nuca bati em ninguém e ninguém nunca bateu em mim, eu acho que os meninos grandes sempre querem bater nos pequenos, porqe eles tem amigos que não querem saber de brigas.

  13. Eu gostei do livro bulling porque ele fala de outras pessoas que sofrem bulling na escola que nem eu, no livro os garotos que sofriam Bulling porque eles eram diferentes. Quando eu chego na escola os meninos da minha sala eles passam perto da minha carteira e batem na minha cabeça e quando me machucam eu falo para os professores e eles falam que não me bateram e me xingam inteiro, eu gostei bastante do livro porque eu vi como posso lidar com isso.

  14. O que acontece no livro Bulling é fato rel porque nem todas as escolas do mundo vai falar que você não sofreu Bulling, se você sofreu, então não pratique esse é conselho que te dou porque quem faz, vai receber também, nunca queira isso para você, aqui na escola eu vi uma menina que chorou porque os meninos estavam Zoando ela, o livro se refere a isso.

  15. Eu li o livro no clube de leitura e fiquei comovido, orque lembrei de um amigo meu que sofria bulling, os moleques batia nele se ele não dava dinheiro e batia muito e ele era o meu melhor amigo, a mãe dele veio na escola que tentou ajudar, mas como ela ficou muito preocupada resolvewu mudar ele de escola e agora eu só falo com ele por meio do orkut.

  16. O bulling, infelizmente é comum, muitas pessaos sofrem Bulling, mas as vezes algumas se revoltam e quer fazer coisas erradas, mas sempre sofrem, eu li o livro e achei que este livro é muito legal, fala de varios faos acontecidos. Eu nunca sofri bulling mais nas ruas o bulling é pior é muito mais violento do que na escola.

  17. Olá querido Heitor!!!

    Estamos ai batalhando para que o nosso clube de leitura dê cada vez mais certo, apesar dos contratempos, eu aqui na escola percebo nitidamente a importância do nosso clube de leitura e o quanto é fundamental para os nossos pré adolescente e adolescentes este contanto com leituras de qualidade, porque embora o nosso maior objetivo seja despertar o interesse para leitura, alcançamos muitos outros e talvez ainda mais profundos como por exemplo na formação de pessoas que sabem se posicionar diante da vida, o que me deixa muito feliz e sei que a leitura tem este poder de tocar no coração e na razão das pessoas…Bem! Este livro da Miriam Portela na minha opinião é um presente que veio para informar, desmistificar um tema tão na “moda”, orientar e com uma cara nova sem parecer técnico ou bula de “rémedio”,penso que ela foi feliz nas situações por ela criada para os seus personagens e nos apontamentos para diminuir e solucionar os conflitos, percebi muitos alunos se identificando com os personagens e as histórias,eu recomendei a vários amigos educadores e quero de parabenizá-la por este trabalho tão rico, aqui na escola nos lançamos o livro no clube de leitura, porém achei tão significativo que li e trabalhei com os meus alunos de ouras séries , que não participam do clube de leitura, e o resultado foi sem dúvida muito bom!
    Muito obrigada por esta oportunidade, Beijos, Heitor!!!

  18. oi heitor eu gostei muito do livro bullying.
    por que eu tenho um amigo que sofreu fisica e verbal.
    eu tambem sofri agressao verbal por um menino da setima serie

  19. oi heitor
    gostei muito do livro e achei muito educativo para pessoas que nao sabem respeitar as pessoas que parecem diferentes, e saber respeitar as pessoas diferemtes das outras.

  20. oi Heitor sou Lais
    eu gostei muito do livro tem pessoas que não tem coração que gostam da maldade, pelas pessoas que respeitam eu apoio gostei mesmo

  21. OI HEITOR SOU A GRACIELI EU ACHO MUITO FEIO QUEM COLOCA APELIDO NOS OUTROS EU SEI QUE TODO MUNDO E IGUAL PORISSO EU RESPEITO MEUS COLEGAS E JA TEVE MUITAS COISAS AQUI NA ESCOLA. ESSE É O MEU RECADO PARA AS PESSOAS QUE JA SOFRERAM BULLYING

  22. OI HEITOR SOU DANIELLE GOSTEI MUITO DO LIVRO EU Ñ ACHO CERTO ESSAS PESSOAS QUE PRATICAM BULLYING, JA SOFRI MUITO E ATE HOJE SOFRO COM APELIDOS QUE OS MENINOS COLOCAM NAS PESSOAS E E ESSE LIVRO MOSTRA QUE É FEIO COLOCAR APELIDO NAS PESSOAS NEGRAS, MAGRAS E DEFICIENTES E OBESAS.

    TCHAU BEIJOS

  23. Você fala com tanta ternura dos livros e dos autores! Gosto tanto disso, Heitor!
    Fiquei interessada em ler o livro da Miriam Portela sobre Bullyng.( Ela é natural de meu Estado, SC , não sabia disso).
    A prática do bullyng é uma coisa tão covarde. Fico muito preocupada com os tímidos, que são as vítimas preferidas desta crueldade.
    Meu grande abraço

  24. Oi, Eloí. Obrigado!
    Que bom que você acha isso. Eu comecei a fazer esse blog pra mostrar o amor que eu tenho pelos livros e pelos escritores. Acho que eu estou conseguindo. Fico feliz!
    A Miriam Portela mora em São Paulo, mas é de Santa Catarina, como você, e o livro dela mostra um jeito de enfrentar essa coisa horrível que é o bullying.

  25. Oi pessoal da EMEF Itaim A, os sócios do nosso clube de leitura.
    Adorei os comentários. Queria responder um a um, mas não dá, se eu fizer isso, vou acabar falando muito. A professora Rose disse que vai ter mais, vou esperar e depois eu falo de novo. Ah, depois também a gente vai sortear os brindes deste post.

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