Ajuda para minha luta política

Como eu contei no post anterior, na sexta-feira passada eu fui à Biblioteca Anne Frank pra saber das novidades da minha luta política.

– Oi, João Gabriel. Tudo bem?

– Tudo bem. E você, Heitor, como está? Andou sumido.

– Pois é… Antes de começarem as férias eu tive provas na escola e depois que acabaram as aulas, eu fui pra Flip.

– Você foi pra Flip??!! E como foi lá? Você gostou?

– Adorei e já contei tudo lá no blog.

– É mesmo. Vou ler.

– E como estão as coisas por aqui? Li no jornal que o prefeito vai, mesmo, derrubar a biblioteca e também o teatro…

– Foi o que ele disse, mas nós estamos lutando pra isso não acontecer.

– E o que eu posso fazer pra ajudar?

– Você pode divulgar no seu blog, que na próxima sexta-feira, dia 22 de julho, às 19 horas, haverá a reinauguração do teatro que passou por duas reformas. Trocaram todos os telhados, refizeram as saídas de água, também foi refeito todo aterro elétrico, os pararraios, o revestimento interno, a pintura, o revestimento acústico, trocaram todo piso e todas as poltronas. Ele está lindo!

– Você está falando do nosso teatro, o Décio de Almeida Prado, esse que fica aqui no quarteirão e que a prefeitura quer derrubar?

– Sim, esse mesmo.

– Mas quem vai inaugurar?

– A prefeitura.

– Mas como assim? Ela vai inaugurar e quer derrubar.

– Pra você ver, Heitor.

– Não posso faltar nessa! Na sexta eu estarei aqui pra defender o teatro e também a minha biblioteca. Não vamos deixar a prefeitura derrubar.

– Venha, mesmo, você vai ver como o teatro está bonito. Convida os leitores do seu blog pra virem também. Haverá um show da cantora Graziela Medori.

– Sim, claro, vou convidar, mesmo!

Essa foi a conversa que eu tive na sexta-feira passada com o meu amigo João Gabriel, o bibliotecário da Anne Frank. Sempre que eu vou lá, ele me dá ótimas sugestões de leitura. Dessa vez não foi exatamente uma sugestão de leitura, mas eu gostei muito dela. Portanto, estão todos convidados. Quem for de São Paulo ou estiver aqui por perto, venha assistir ao show da Graziela Medori e ajudar a nossa luta pela defesa do teatro, da biblioteca e de todo o quarteirão do meu bairro. Já estão programadas outras apresentações até o final de agosto. O endereço é rua Cojuba, 45 B, ao lado da biblioteca, no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo. Meu pai inventou um nome pra essa festa e eu achei o maior legal: Festejando com o inimigo! Vou lá para festejar com o inimigo a reinauguração do teatro, mas também vou protestar contra a demolição.

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Notícias da Flip

Cheguei de Paraty e já estou com saudades. Tentei mandar notícias de lá, mas não consegui. A gente ficava o dia todo pela rua, assistindo às palestras e participando da festa literária, e só voltava para a pousada à noite. Não deu tempo de escrever nada. Um dia eu tentei e até escrevi o primeiro parágrafo: “Estou aqui em Paraty, na Flip, já assisti a um monte de coisas e também perdi muitas, não dá pra ver tudo, acontecem muitos eventos ao mesmo tempo. Meus pais e os amigos deles, que também estão por aqui, me disseram que antes só tinham os eventos da Flip, mas hoje tem também a Flipinha, para as crianças; a Flipzona, para os adolescentes; os eventos na Casa de Cultura, na Casa do Sesc, as atividades na rua, eventos de um jornal… é legal, mas às vezes eu fico um pouco perdido e não sei o que assistir, se fico com os meus pais e os amigos deles e assisto aos eventos da Flip ou se atravesso a ponte e vou para a Flipzona.” Só escrevi isso, quando eu comecei a tentar explicar que a Flip ficava de um lado do rio e os outros eventos, do outro lado e por isso eu tinha que atravessar a ponte, me deu um sono tão grande, que eu não consegui continuar e minha mãe me disse: – Vai dormir, Heitor, amanhã temos que acordar cedo.

Assim que chegamos em Paraty, deixamos a bagagem na pousada e fomos assistir a abertura, em que o professor Antônio Cândido falou sobre o homenageado deste ano. Todo ano na Flip eles fazem homenagem a algum escritor e neste fizeram homenagem ao Oswald de Andrade, que fez parte do Movimento Modernista e participou da Semana de Arte Moderna, que aconteceu em São Paulo, em 1922. O Antônio Cândido conheceu o Oswald de Andrade e conviveu com ele. Eu ainda não li nada do Oswald, mas quando eu ler, acho que vou me lembrar de tudo que foi dito lá e a minha leitura vai ficar mais legal.

Também assisti a outra mesa sobre o Oswald de Andrade, com a Marcia Camargos e o Gonzalo Aguilar. A Marcia é brasileira, jornalista, historiadora e escritora, estudou e escreveu livros sobre o Oswald e os modernistas, e também escreveu a biografia do Monteiro Lobato. Vou ver se eu consigo falar com a Marcia sobre o Monteiro Lobato! O Gonzalo é argentino. Ele estudou literatura brasileira e é especialista em Oswald de Andrade.

Sobre o homenageado também vi a mesa de encerramento da Flipinha, o “mesão” que foi coordenado pela Anna Claudia Ramos e juntou um monte de escritores e ilustradores de literatura infantojuvenil para falar do Oswald de Andrade. Eu encontrei a Anna Claudia nas ruas de Paraty, fui conversar com ela e disse que ia assistir ao mesão. Eu conheci a Anna Claudia no ano passado, na Bienal do Livro. Estavam nessa mesa, além da Anna Claudia; a Heloísa Prieto, que disse que o Oswald era como um menino rebelde, que às vezes faz birra; o Daniel Munduruku, que disse que o Oswald falava que o índio devia estar na literatura brasileira e hoje o índio faz literatura – Daniel é escritor e índio; a Lúcia Hiratsuka, que é escritora e ilustradora e leu um poema do Oswald; a Suppa, que é ilustradora e morou na França; o André Diniz, que é desenhista e roteirista e faz histórias em quadrinhos; a Ciça Fittipaldi, que é ilustradora e disse que a “crítica na obra de Oswald às vezes é maldosa, mas sempre tem humor”; a Flávia Lins e Silva, que estava lançando o livro Mururu no Amazonas; a Bia Hetzel, que é escritora e editora e leu um poema bem engraçado do Oswald, chamado “Erro de português”; o Mauricio Veneza, que é ilustrador e escritor e falou sobre o humor de Oswald; e o Ilan Brenman, que é escritor e disse que as crianças devem falar sem se preocupar com que os adultos vão pensar, devem ser “transgressoras”, como o Oswald.

Uma mesa que fez muito sucesso por lá e eu também assisti foi a que juntou a “musa da Flip” a escritora argentina Pola Oloixarac, – ela é muito bonita e é uma grande escritora, também – e o “queridinho da Flip”, o escritor português nascido em Angola, valter hugo mãe – assim mesmo, tudo com minúscula, como ele escreve o nome dele e o livro também. Eu dei uma olhada no livro dele, é tudo escrito com minúsculas. O mãe disse que escrever faz muito bem para ele, mesmo quando ele escreve histórias tristes e que “os livros são máquinas de criar sentimentos.” No final o moderador perguntou aos dois sobre a relação deles com o Brasil. A Pola disse que achava o Brasil um lugar de pessoas felizes e o mãe leu um texto que ele escreveu sobre sua relação com o Brasil, desde a sua infância e emocionou toda a plateia, que no final o aplaudiu de pé e assim ele virou o “queridinho da Flip”.

Outra mesa legal que eu assisti foi a do escritor francês Emmanuel Carrère com o escritor húngaro, Péter Esterházy, chamada “Laços de família”. O Carrère disse que quando escreve e inventa histórias de ficção a partir do real e das coisas que acontecem, o real cria coisas muito mais fortes que alteram a ficção e a história que ele está escrevendo. Não é bacana isso? O Péter disse que geralmente escreve na primeira pessoa, mas jamais pensa que é uma autobiografia. Ele disse que os escritores não são muito amigos uns dos outros, por ciúmes ou raiva, mas que os livros desses escritores conversam entre si. Achei legal isso, fiquei pensando e descobri que os livros conversam, mesmo. O Péter também falou que antes ele era conhecido como o irmão de um jogador de futebol famoso, que jogou na seleção húngara. Ele disse que em 1985 o Brasil foi jogar em Budapeste e perdeu para a Hungria por 2 a 0 e o irmão dele fez um gol no Brasil.

Assisti a uma mesa com o Ignácio Loyola Brandão. É legal ouvir o Loyola falar! No ano passado eu assisti a uma palestra dele na Bienal do Livro. Na Flip ele contou sobre um livro que está acabando de escrever e vai lançar e que me deu vontade de ler. Um livro que ele disse que escreveu para pedir desculpas ao seu avô, que já morreu há muito tempo. Ele roubou e perdeu umas bolinhas de gude, que o avô guardava dentro de uma caixa de madeira e que eram muito importantes para ele. Essas bolinhas tinham sido os olhos dos cavalos de um carousel, que o avô tinha construído e que foi destruído num incêndio. Só sobraram as bolinhas. Elas sumiram, o avô sentiu a falta, parece que até ficou doente por isso, mas o Loyola nunca disse para o avô que ele tinha roubado as bolinhas. Muitos anos depois ele escreve um livro para contar e pedir desculpas ao avô. Não dá vontade de ler esse livro?

Assisti a uma mesa diferente, com dois escritores colombianos, o Héctor Abad e a Laura Restrepo, que se chamava “Em nome do pai”. Os dois escritores estavam lançando livros que falam de pais. O livro do Abad fala de seu pai, médico colombiano, que foi assassinado por paramilitares em 1987; e o da Laura, fala do pai de seu filho, o seu marido, militante comunista argentino que a abandonou grávida para entrar na luta política. Essa mesa foi diferente, pois o Abad começou dizendo que já estava cheio de falar do seu livro, fez muitos lançamentos, palestras, deu entrevistas e já não aguentava mais, daí ele falou do livro da Laura. Depois a Laura falou do livro do Abad. Achei muito bacana isso. Só ouvir escritores falando de si, às vezes cansa!

Também teve uma mesa com dois jornalistas que editam revistas literárias, chamada “No calor da hora”. O mexicano Enrique Krauze é editor da revista Letras Libres e estava lançando o livro Redentores; e o americano John Freeman, editor da revista Granta, que já tem versão em português e na próxima Flip vai lançar uma edição especial com jovens escritores brasileiros.

Assisti a mesa do David Byrne, que estava lançando o livro Diários de bicicleta. Ele anda de bike desde a década de 1980, conheceu muitas cidades pedalando e falou de urbanismo com o Eduardo Vasconcelos, sociólogo e engenheiro, autor de Transporte e meio ambiente, entre outros livros sobre o assunto. Não vi o Joe Sacco, o famoso quadrinista que faz reportagens com histórias em quadrinhos. Deixei para assistir a mesa dele na Flipzona, mas havia só oitenta lugares e eu não consegui pegar a senha. Também não vi o João Ubaldo Ribeiro. Já li um livro dele e contei aqui no blog. Na hora dessa mesa eu fui assistir ao mesão na Flipinha. Por falar em Flipinha, ela estava bem legal! Tinha uma biblioteca, exposição de trabalhos sobre o Oswald de Andrade com alunos das escolas de Paraty, contação de histórias, teatro, e uns pés de livros. Um monte de livros pendurados nas árvores da praça, que pareciam frutas. A gente podia pegar, ler e depois deixar lá. Embaixo dessas árvores ficavam uns monitores lendo para qualquer criança que quisesse ouvir histórias. Gostei muito da Flip e de Paraty, a cidade estava cheia de gente, escritores, leitores, todo mundo andando pelas ruas, conversando e se divertindo.

Ah, também assisti a um teatro que circulou pelas ruas da cidade apresentando o Dom Quixote de La Mancha. Foi o maior barato, o Dom Quixote e o Sancho Pança que estavam em Paraty eram muito engraçados! Vi muito mais coisas, mas vou parar por aqui, senão este post vai ficar muito grande. No final de tudo teve uma apresentação teatral do José Celso Martinez Corrêa, do Teatro Oficina chamada “Macumba antropófaga”, mas eu não pude assistir, era proibido para menores de dezoito anos. Meus pais e os amigos deles assistiram e me disseram que os atores ficaram pelados e que algumas pessoas do público também tiraram a roupa. Que final maluco! Pena que eu não pude ver.

Notícias da minha biblioteca

Tinha um jornal de São Paulo distribuído, de graça, lá na Flip. No sábado eu peguei um exemplar e sentei pra ler. Justamente nesse dia saiu mais uma daquelas notícias sobre a minha biblioteca: “Prefeito diz agora que tirará biblioteca e teatro do Itaim”. “Ao contrário da promessa original do prefeito, a biblioteca Anne Frank e o teatro Décio de Almeida Prado, não ficarão no terreno do Itaim Bibi. O secretário da cultura disse que o acervo da biblioteca será distribuído”. Eles querem mesmo derrubar a minha biblioteca e desmanchar o acervo organizado em sessenta e cinco anos. Temos que lutar para isso não acontecer. Nesta sexta-feira eu vou à biblioteca. Quero conversar com o meu amigo João Gabriel, o bibliotecário da Anne Frank, e saber o que eu posso fazer para ajudar.

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Primeira derrota da minha luta política

Hoje eu li uma notícia no jornal que me deixou muito triste: “Câmara libera venda de terreno no Itaim”. Eu já falei muito aqui no blog da minha primeira luta política, a luta em defesa da minha biblioteca. Participei de passeata, fui a algumas reuniões e a uma audiência pública na Câmara Municipal. A prefeitura quer vender um terreno onde ficam a minha biblioteca, um teatro, duas escolas, uma creche, duas unidades de saúde e uma unidade da Apae. Quem quiser saber mais, pode procurar aqui no blog, eu contei tudo em alguns posts anteriores. Pois é, a Prefeitura enviou o seu projeto e ontem teve a votação na Câmara. Eu não estava lá, fiquei triste e frustrado. Triste pelo resultado e frustrado por não ter participado desse dia tão importante na história da luta contra o fechamento da minha biblioteca e da venda do quarteirão do meu bairro.

Em abril a gente teve uma vitória, quando foi aberto o processo de tombamento do quarteirão. O Condephaat, que quer dizer Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado começou a analisar o tombamento do lugar e se ele for aprovado, o terreno e todos os serviços serão considerados patrimônio histórico e cultural e assim a minha biblioteca estará salva. Pelo menos foi o que eu entendi. Enquanto esse processo está sendo analisado, a prefeitura não pode mexer no terreno, mas mesmo assim ela continuou com a sua intenção de vender para derrubar tudo e construir um prédio. Ontem ela levou o seu projeto para a avaliação dos vereadores na Câmara Municipal e o resultado me deixou muito triste.

Dezesseis vereadores ficaram do nosso lado e votaram contra a prefeitura e trinta e cinco votaram a favor dela. Esses vereadores também querem derrubar a minha biblioteca e todos os serviços públicos do meu bairro e construir um prédio de apartamentos no lugar. A prefeitura disse que a empresa que ficar com o terreno vai construir duzentas creches na cidade. Isso é bom, a cidade de São Paulo precisa de creches, mas deve ter outro jeito de construir essas creches sem precisar derrubar a minha biblioteca. O que é que tem a ver uma coisa com a outra? Assim como diz um amigo meu lá da escola: uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Esse meu amigo é o Felipe, o Lipe, ele é uma figura.

O jornalista que fez a matéria entrevistou o José Eduardo Contreiras. Eu conheço o José Eduardo, ele é amigo do meu pai, eles estudaram juntos no colégio aqui do bairro. Eu o conheci no dia que eu fui com o meu pai na audiência pública na Câmara. Peguei o número do telefone e liguei para ele. Eu queria saber tudo que aconteceu lá e porque não me avisaram que a votação era ontem. Eu ia pedir para o meu pai me levar. O José Eduardo atendeu, disse que também estava triste e que tinha sentido a minha falta lá na Câmara.

– Você iria aprender muita coisa, Heitor, com tudo que aconteceu lá, ontem. Ele me disse que a aprovação da venda não é o fim da batalha, e que “nós devemos continuar lutando.” Eu disse que queria ajudar e que ele poderia contar comigo e que eu ia contar tudo, hoje mesmo, aqui no blog. Ele disse que nós devemos “promover atos públicos, ações na justiça, denúncias no Ministério Público e mobilizar o restante da comunidade.” Ele disse que está criando uma “rede de informações” com outros movimentos da cidade, pois estão acontecendo outros casos como esse, do nosso quarteirão. No final ele me deu alguns conselhos.

– Você ainda é novo, Heitor, mas eu gostaria que você estivesse lá, para prestar atenção em alguns vereadores e quando você começasse a votar, escolhesse direitinho aquele que, de verdade, irá representá-lo.

E antes de desligar o telefone ele disse mais.

– Eu quero que você perceba a importância de tudo que está acontecendo. A sua participação nessa luta em defesa da biblioteca e do quarteirão do bairro é muito importante. Você está tendo uma verdadeira aula de cidadania e quero ver você na próxima aula.
Estou adorando essa aula e prometo que não vou faltar na próxima.

Amanhã vou pra Flip em Paraty e quero mandar notícias de lá.

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Li história de mudança na vida de menino

Nesta semana o pessoal da Sintaxe me ligou.

– Tudo bem, Heitor?

– Tudo. E vocês?

– Também estamos bem, obrigado. Liguei para pedir que você tenha um pouco de paciência com o clube de leitura.

– Teve algum problema?

– Não exatamente. Falamos com a professora Rose e ela pediu para você esperar mais um pouco para publicar o primeiro post do clube. Os alunos já leram o livro e fizeram as rodas de conversa, mas nesta semana eles estão em provas. É a última semana antes do recesso e não vão ter tempo de colocar os comentários. Ela pediu para você publicar quando voltarem às aulas, depois do recesso. Tudo bem?

– Tudo.

– A professora disse que vai colocar um comentário no blog, explicando tudo direitinho pra você. Tudo bem, mesmo, Heitor?

– Sim. Às vezes eu fico um pouco ansioso. Acho esse nosso clube de leitura o maior legal e queria colocar logo o post para receber os comentários dos alunos da EMEF Itaim A. Não vejo a hora disso acontecer. Mas eu sei que é difícil organizar a leitura de cento e oitenta alunos. A professora Rose está tendo muito trabalho!

– Para lhe consolar, vamos lhe mandar um livro de presente. Se você gostar, pode comentar no blog.

– Oba!!! Qual é o livro?

– O livro é o Pra voar mais alto, da Flávia Côrtes, com ilustrações da Camila Matos. Esse livro tem um projeto gráfico muito bonito e conta uma história bem legal. Acabou de sair pela Editora Biruta. Acho que você vai gostar.

– Legal. Obrigado!

Eu li e gostei muito! Pra voar mais alto conta a história do Quequé, um menino de onze anos, que perdeu o pai e não queria de jeito nenhum aceitar um novo homem na sua casa, o namorado da mãe. Foi uma grande mudança que aconteceu na vida do menino, ele teve que enfrentar a morte do pai e a chegada do padrasto. A história começa com o menino durante uma aula de matemática, refletindo sobre a palavra saudade. Quequé vive sonhando, imaginando e viajando, e sempre que isso acontece o livro apresenta umas páginas com as letras grandes e bem coloridas. A gente logo vê que aquilo é uma viagem do Quequé. Na história, a mãe tenta aproximar o filho do seu namorado, inventa passeios, brincadeiras, jogo de ludo, almoço fora, sorvete, viagem de férias com os três, faz de tudo, mas o menino resiste e não quer aceitar que outro homem ocupe o lugar que era do seu pai. Lendo o livro, em algumas partes, me senti como o Quequé, e tive saudades. Não sei exatamente do quê, mas tive muitas saudades. No texto de apresentação do livro diz que “esta obra agrada tanto crianças, que se identificam com a personagem, quanto adultos, que podem apreciar a narrativa familiar, de tema tão delicado, tecida com inteligência e sensibilidade pela autora, Flavia Côrtes.” Então taí, uma dica para crianças e gente grande!

Flávia Côrtes é carioca e vive no Rio de Janeiro, com marido e duas filhas. Formou-se em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde também se especializou em Literatura Infantil e Juvenil. É tradutora e escreve livros para crianças e jovens. Apaixonada pelos livros, aprendeu a ler muito cedo. Aos seis anos começou a escrever e não pretende parar tão cedo.

Camila Matos mora no interior do Espírito Santo, em Cachoeiro de Itapemirim. Sempre gostou de desenhos animados e todo tipo de obra de humor gráfico (charge, caricatura). Até os dezessete anos queria de ser médica, quando descobriu o curso de Design Gráfico, e se formou em 2007. Começou a trabalhar com ilustrações de livros recentemente, e não pretende mais parar.

Primeiro aniversário e Flip

Na semana passada o Blog do Le-Heitor completou um ano de vida. Nesse tempo conheci um monte de escritores, li bastante livros e contei muitas histórias. O reloginho contador dele, lá embaixo, no pé da página, já está marcando mais de doze mil páginas visitadas. São mais de mil páginas por mês! Nesse período, recebi mais de duzentos comentários no blog e um monte de e-mails. Já me disseram que esses números são muito bons. Fiz alguns amigos e tem muita gente me ajudando a divulgar. Ganhei livros de escritores e de editoras. Estamos fazendo o clube de leitura com o apoio de três editoras e soube também que o blog até já virou trabalho em sala de aula. Estou muito feliz! Vou continuar escrevendo e divulgando.
Na próxima quarta-feira vou para a Flip com os meus pais. A Flip é uma festa literária que acontece todo ano na cidade de Paraty. Meus pais já foram lá, mas eu nunca fui. Vou pela primeira vez! Já contei isso aqui no blog. Quero assistir às palestras, conversar com os escritores, ver e fazer um monte de coisa, e depois contar tudo aqui. Aguardem!

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Ganhei brindes para o Clube de Leitura

Nesta semana eu recebi um e-mail da professora Rose. Ela é a orientadora da sala de leitura da escola que está participando e me ajudando a organizar o nosso Clube de Leitura.

“Oi, Heitor. Tudo bem? Gostaria de lhe dizer que as crianças estão terminando a leitura e a troca tem sido bem tranquila. Eles estão muito animados e em breve te avisarei que já pode postar.”

Eu já contei aqui que os alunos estão se revezando na leitura e se reunindo em “rodas de conversa”, para falar dos livros lidos. Eu respondi o e-mail da professora:

“Oi, professora. Que bom que os alunos estão animados, pois eu também estou SUPERANIMADO e não vejo a hora de postar o comentário do primeiro livro pra gente começar a trocar as nossas leituras.”

A professora também falou que está fotografando as rodas de conversa com os alunos e vai pegar as autorizações para eu poder publicar as fotos no blog. E eu disse para a professora contar para os alunos que os brindes já chegaram. Eu já falei aqui no blog que queria sortear alguns brindes entre os alunos que comentarem – os sócios do nosso clube de leitura – e já apareceram algumas doações.

O pessoal da Sintaxe conversou com a Faber-Castell e eles doaram três kits com material escolar. Os kits têm doze canetas hidrográficas coloridas, vinte e quatro lápis de cor aquareláveis, oito gizes de cera coloridos com apontador, uma lapiseira com uma caixinha de grafites, seis canetas esferográficas coloridas, um apontador de lápis e uma borracha colorida. Adorei os kits, eles são muito bonitos!

A Rosana Rios, uma escritora que eu já li um livro dela e contei aqui no blog (http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/?p=150), me mandou um e-mail oferecendo uns livros para sortear, claro que eu aceitei e os livros já chegaram. Já li um e vou contar neste post.

A Eliana Sá, dona da Sá Editora, que eu conheci na Bienal lançando um livro infantil e já contei aqui no blog (http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/?p=308), também mandou um e-mail oferecendo três exemplares do livro dela para sortear. Já recebi os exemplares, li o livro e vou contar as histórias dele aqui neste post.

Esse nosso Clube de Leitura está ficando cada vez mais bacana. Vou sorteando esses e quem sabe aparecem mais brindes. Tomara!

O livro da Eliana Sá se chama Um ônibus pra lua, tem ilustrações da Nireuda Longobardi e foi publicado pela Sá Editora. Ela conta diversas histórias em textos com rimas. Eu gosto de histórias contadas com rimas, sempre que pego um livro assim, leio em voz alta. Gosto de ouvir o som das palavras rimando, se encaixando e contando uma história. Parece música! Deve dar muito trabalho escrever com rimas. A primeira história deste livro conta a viagem da família Coelho. O Zé Coelho conversou com a dona Coelha e foi comprar as passagens do avião. Cada filho do casal tinha um desconto. Mas, como o dia da partida ia demorar, e sabendo com são os coelhos, imaginem só o que aconteceu…  Tem outra história que fala dos tipos de casa. “Se casa de índio é oca / e de passarinho é ninho, / a do tatu é toca. / Abelha mora em colméia, / formiga no formigueiro. / Ostra na sua concha / e galinha no galinheiro. Tem muitas outras histórias bacanas neste livro, a última, Um ônibus pra lua, tem o nome do livro e fala de um ônibus que saía “No domingo de manhã, / bem ali detrás da praça, / ia o ônibus pra lua, / e a viagem era de graça.” Apareceu tanta gente para viajar nesse ônibus e “O sucesso foi tão grande / que está linha continua. / Pode ser até que o ônibus / passe aí na sua rua!”

Eliana Sá é jornalista e editora de livros. Começou trabalhando com a Ruth Rocha na revista Recreio. Foi uma das criadoras da revista Crics. Editou centenas de livros em mais de 25 anos de carreira. Como autora de livros infantojuvenis, já publicou Dona Galinha e o ovo de Páscoa, Meu primeiro livro de poesias e Um amigo na caverna.

A Rosana Rios deu alguns livros para sortear, o que eu li e vou falar hoje é o Chiclete grudado embaixo da mesa, que foi ilustrado pelo Wagner Willian e publicado pela editora Frase&Efeito. Depois eu falo dos outros. A história deste livro começa com um menino falando da sua raiva. Ele dizia que quando estava com raiva, sentia uma quentura no rosto e tinha vontade de deixar os outros com raiva também. E, de repente saia fazendo a primeira maluquice que dava na cabeça. Limpar a mão melada de chocolate na parede, subir no sofá com os tênis sujos de terra, jogar o caderno da irmã dentro do tanque. Quem não teve vontade de fazer coisas deste tipo, quando estava com raiva, hem? Depois ele diz que começa a pensar em outra coisa, a raiva passa – e fica só a aprontação. Eu também já senti raiva e aprontei algumas coisas assim. Depois ele disse que um dia teve tanta raiva, isso faz muito tempo, mas era tanta raiva, mesmo, que ele pegou a bolota do chiclete que estava mastigando – ainda com um restinho de gosto de hortelã – e esmagou na parte de baixo da mesa. E o chiclete ficou lá, olhando para ele. Só o menino sabia que havia uma bolota de chiclete debaixo da mesa. A mãe fazia faxina na casa, mas não encontrava a bolota. O chiclete grudado embaixo da mesa passou a ser o seu segredo. Na casa todos tinham segredos, a irmã mais velha guardava os seus trancados com chaves. Agora ele tinha o seu, que vai acompanhar o menino até o final da história que acaba de um jeito muito bonito.

Rosana Rios é formada em Educação Artística e Artes Plásticas. Além de escritora, também é ilustradora, trabalha com arte-educação e escreve peças de teatro. Quando pequena, adorava ler, mas nunca imaginou que se tornaria uma escritora. Foi roteirista do programa Bambalalão, da TV Cultura de São Paulo, começou a publicar em 1988, já fez mais de cem livros e muitos deles foram premiados.

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Li um livro do Paul Auster

– Vou à livraria. Quer ir comigo, Heitor?

Meu pai sabe que esse tipo de convite eu sempre aceito.

– Claro que eu quero, pai. Vambora!

No caminho fomos conversando e ele me perguntou um monte de coisas e quis saber do blog.

– E o clube de leitura, vai sair, mesmo?

– Oh se vai. Eu já li o primeiro livro. Só estou esperando o pessoal da Sintaxe me avisar quando eu posso colocar o post. Assim que os alunos da escola terminarem de ler eu publico. Eles estão se revezando na leitura.

– E quando eles vão terminar?

– Até o final da semana. Eles também vão fazer rodas de leitura e conversar sobre o livro.

– E até lá você não vai escrever nada no blog?

– Então, eu vou dar uma olhada na livraria… Se eu encontrar um livro legal, você compra pra mim.

– Tudo bem, eu compro. Você merece!

– OBA!!!

– E os brindes para sortear, eles conseguiram?

– O pessoal me disse que uma empresa de material escolar já deu três kits e que duas escritoras prometeram dar uns livros para sortear. Depois eles vão me passar o nome da empresa e das escritoras para eu colocar no blog.

– Que bom! Está dando tudo certo, não é mesmo, Heitor?

– Se tá!

Chegamos na livraria, meu pai foi para a seção dele e eu fui para a seção dos juvenis. Comecei a fuçar nas estantes e vi um livro de um autor que eu já tinha ouvido falar. Peguei o livro, dei uma folheada e corri para falar com o meu pai.

– Pai, esse não é aquele escritor que você gosta e viu na Flip?

– Sim, é o Paul Auster.

– E ele escreve livro juvenil? Eu peguei lá na estante dos juvenis…

– Deixa-me ver. Contos de Natal de Auggie Wren. Eu não conhecia… Capa dura, tem ilustrações… É, parece juvenil. Vamos perguntar para a vendedora.

Voltamos para a seção dos juvenis e eu perguntei pra moça.

– Esse livro é juvenil?

– Sim, ele está classificado como juvenil. É um conto de Natal do Paul Auster, uma história muito bonita. É para você?

– É.

– Quantos anos você tem?

– Doze.

– Pode levar. Você vai gostar.

Contos de Natal de Auggie Wren, escrito por Paul Auster, com ilustrações de Isol e publicado pela editora Companhia das Letras, conta uma história bem legal. O jornal The New York Times convidou o Paul Auster para escrever um conto para ser publicado no dia de Natal. Ele pensou em dizer não, mas a pessoa insistiu tanto, que no final da conversa ele disse que ia tentar e logo depois entrou em pânico. “O que eu sei de conto de Natal? O que eu sei sobre escrever contos por encomenda?” Ele tinha medo que o seu conto ficasse muito sentimental, mentiroso e cheio de “bobagens melosas”. Ele não queria escrever uma coisa assim e foi salvo pelo seu amigo Auggie Wren, que trabalhava numa tabacaria aonde o Paul Auster ia com frequência. “Um conto de Natal?” Disse o amigo a ele. “É só isso? Se me pagar um almoço, vou contar para você a melhor história de Natal que já ouviu. E garanto que cada palavra dessa história é pura verdade.” Foi o amigo que contou a história que ele conta neste livro.

A história começa mais ou menos assim. Era o verão de 1972 e um rapaz apareceu e começou a roubar as coisas da loja onde o amigo de Paul Auster trabalhava. O rapaz estava na frente da estante de livros enchendo os bolsos de sua capa de chuva. Quando Auggie percebeu o que o rapaz estava fazendo, ele gritou, o rapaz pulou e saiu correndo pela avenida. Ele ainda correu atrás por meio quarteirão, mas depois desistiu. Quando voltou à loja viu que o rapaz havia perdido sua carteira. Não tinha dinheiro, mas tinha sua carteira de motorista e quatro fotografias. Ele podia ter chamado a polícia e mandado prender o rapaz, pois na carteira de motorista tinha o seu nome, Robert Goodwin e o endereço. Mas ele ficou com um pouco de pena do rapaz. “Não passava de um vagabundo de rua.” Numa das fotos da carteira ele estava de pé, com os braços por cima da mãe ou da avó em outra com nove ou dez anos de uniforme de beisebol. Ele ficou comovido. “Um garoto pobre do Brooklyn que vivia comendo o pão que o diabo amassou, e afinal por que dar tanta importância assim a dois ou três livros de bolso à toa?”

Então Auggie ficou com a carteira e de vez em quando vinha o impulso de devolver a carteira para o rapaz, mas ele vivia adiando e nunca fazia nada. Aí veio o Natal e ele não tinha nada para fazer. Estava de manhã em casa, sozinho e sentindo um pouco de pena dele mesmo. Viu a carteira de Robert Goodwin em cima de uma prateleira na cozinha e pensou: “Que diabo, por que não fazer uma coisa boa só para variar.” Daí ele vestiu o casaco e saiu pessoalmente para devolver a carteira. Agora, o que acontece depois eu não vou contar. Não quero estragar a surpresa de quem ainda não leu este livro. Só posso adiantar um trecho, quase no final do livro, em que o Paul Auster começa a desconfiar que o amigo inventou essa história, mas ele sabia que se o amigo tivesse inventado, mesmo, nunca iria confessar. E então ele concluiu: “Enquanto houver uma pessoa que acredite, não existe história que não possa ser verdadeira”.

Paul Auster nasceu em 1947, em Newark, Nova Jersey, nos Estados Unidos. Estudou literatura francesa, inglesa e italiana na Universidade de Colúmbia, em Nova York. Viveu em Paris de 1971 a 1975. Voltou para Nova York e se mudou em 1980 para o bairro do Brooklyn, onde vive e trabalha até hoje. Poeta, romancista, roteirista de cinema, tradutor, e crítico de cinema e literatura, tem diversos livros publicados.

Isol nasceu em 1972, em Buenos Aires, a capital da Argentina. É ilustradora e autora de livros para crianças, e recebeu muitos prêmios. Em 2006 e 2007, foi finalista do prêmio de literatura infantojuvenil Hans Christian Andersen, um dos mais importantes do mundo.

Vamos à Flip

Eu já falei aqui um pouco da Flip. A Flip é uma festa literária que acontece todo ano na cidade de Paraty. Vai um monte de escritores famosos, brasileiros e estrangeiros. Meus pais já foram lá e neste ano vão de novo. E eu vou também!!! Será no mês que vem, de 6 a 10 de julho. Os amigos dos meus pais, com quem brincamos de FLIP nas férias e eu contei aqui no blog (http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/?p=674), também vão. Eu vi a programação na internet, além da Flip, também tem a Flipinha e a Flipzona de literatura infantil e juvenil. Alguns escritores que eu conheci na Bienal estarão lá. Quero conversar com eles e contar aqui no blog..

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Ganhamos um Clube de Leitura

Ontem eu mandei um e-mail para o pessoal da Sintaxe:

“E aí, pessoal. Tudo bem? E aquele projeto com a escola, sai ou não sai?”

E eles responderam:

“Só falta conseguir os brindes para sortear, mas podemos fazer isso durante o projeto. Está liberado, Heitor! Você já pode anunciar!!!”

“OBA!!!!” (eu respondi). “Esse blog só me dá alegria! Obrigado. Vou contar agora, mesmo.”

Já falei um pouco desse projeto em uns posts anteriores, mas ainda não podia dar todos os detalhes. Estou tão animado com ele e estava louco pra contar aqui no blog. Finalmente ficou tudo certo e o nosso projeto vai sair. Foi uma ideia sensacional da escola e do pessoal da Sintaxe e hoje eu tenho a honra de abrir e apresentar para vocês O CLUBE DE LEITURA DO BLOG DO LE-HEITOR!

A ideia desse projeto começou com uma conversa por e-mail, no final do ano passado, entre o pessoal da Sintaxe e a professora da Sala de Leitura da Escola Municipal de Ensino Fundamental Itaim A, do bairro do Itaim Paulista, em São Paulo. Ela disse que gostou muito do blog, que na sala dela tem alunos assim como eu, apaixonados por livro, e que ela queria fazer algum trabalho em parceria, mas não sabia exatamente o que era. O pessoal da Sintaxe sugeriu fazer uma reunião com a professora na escola, que aconteceu no início das aulas deste ano. Foi nessa reunião que, depois de muitos palpites, apareceu a ideia do Clube de Leitura.

A professora ficou encarregada de separar as turmas que iriam participar e definir as “esferas literárias”, que são os tipos de livros que eles iam escolher para as leituras. (Eu sei isso, porque eles me explicaram tudo direitinho.) A Sintaxe ficou encarregada de buscar apoio de algumas editoras, para doar os exemplares dos livros que seriam distribuídos e lidos pelos alunos. Depois de tudo definido, os títulos dos livros, as turmas que iam participar, as editoras que iam apoiar… eles fizeram mais uma reunião com a diretora da escola, o professor de informática, e a professora da Sala de Leitura e fecharam todos os detalhes.

Participam deste Clube de Leitura cento e oitenta alunos, do sexto e do sétimo anos, divididos em seis grupos, e que vão ler seis títulos de livros. Cada grupo vai ler um título. Conseguimos o apoio de três editoras (Editora Biruta, Editora DCL e Editora Noovha América) que já doaram para a escola dois títulos e dez exemplares de cada título, totalizando sessenta exemplares de livros. Fazendo as contas, cada exemplar vai ser lido por três alunos em “sistema de revezamento.” Os livros escolhidos foram: A Bailarina Fantasma, de Socorro Acioli; e O Cachecol, de Lia Zatz, ilustrado por Inácio Zatz; da Editora Biruta. Robinson Crusoe, de Daniel Defoe, recontado por Fernando Nuno e ilustrado por Marcelo Ribeiro; e A Odisseia, de Homero, recontada por Silvana Salerno e ilustrada por Dave Santana e Maurício Paraguassu; da Editora DCL. Bullying – Vamos sair dessa?, de Miriam Portela, ilustrado por Toni D’Agostinho, e O menino com monstros nos dedos, de Almir Correia, ilustrado por Victor Tavares; da Editora Noovha América.

Vamos começar pelo O Cachecol, que é uma história bem bacana da Lia Zatz. Eu também ganhei um exemplar e já li, mas não vou falar dele agora, vou falar depois, em um post especial sobre este livro. O Clube de Leitura do blog do Le-Heitor vai funcionar assim: Eu vou falar do livro no post e os trinta alunos que leram esse livro vão colocar os seus comentários, durante a aula de informática e com a orientação do professor, e assim nós vamos compartilhar a nossa leitura. Se alguém, além dos alunos da escola, quiser comentar, claro que também pode, o meu blog é aberto e democrático. No final de cada sessão do clube, nós vamos sortear um brinde entre os alunos que comentarem e participarem, mas, o sorteio será só entre os alunos da escola. Isso se o pessoal da Sintaxe conseguir a doação dos brindes. Tomara! Vamos torcer.

Meu blog em sala de aula

A Maria Eduarda, a Regine e a Rayssa e acho que a Geovanna também fizeram um trabalho de escola com o meu blog. A professora Elizabeth, de Português pediu pra turma “navegar” no blog e responder umas perguntas. Fiquei sabendo disso pelos comentários que elas deixaram aqui. Estou tão feliz! E curioso, também. Meu blog sendo usado em sala de aula! E mais esse clube de leitura que inauguramos hoje. Isso é D+!!!

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Li um livro sobre uma luta política

No post anterior eu falei da minha primeira luta política, da luta contra o fechamento da biblioteca e de mais seis serviços públicos e a APAE, que ficam em um quarteirão do meu bairro e que a prefeitura quer vender para construir prédios. Hoje eu vou falar de um livro que eu li e que tem tudo a ver com isso. Quem me deu a dica desse livro foi a Petra Leão, que leu o post anterior, lembrou do livro e colocou um comentário no blog: “Leitor, eu tenho um livro pra te recomendar: chama-se É preciso lutar! da Marcia Kupstas…” (o comentário completo está lá no post). Eu pesquisei na internet o nome da Petra e descobri que ela é redatora e roteirista da revista Turma da Mônica Jovem, do Maurício de Sousa e faz um monte de coisa legal. Depois vou ver se ela quer dar uma “entrevista” para o blog!

É preciso lutar! foi escrito pela Marcia Kupstas, ilustrado por Ricardo Girotto, publicado pela editora FTD e recebeu da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, em 1988, o Prêmio Orígenes Lessa, de livro Altamente Recomendável para Jovens. A história dele é bem bacana e começa com a Margarida preparando o almoço e esperando o seu marido Juca sair do banheiro para ajudar a colocar a mesa, pois os seus filhos, a Zizi, de 14 anos e o Salviano, de 10 já estavam chegando da escola e deviam estar com uma “fome selvagem.” Todo dia na casa deles era assim, mas naquele dia foi diferente. A Margarida começou a ouvir uma discussão que vinha da rua. Eles moravam no 2º andar de um prédio. Ela foi até a sala, abriu a janela e viu um homem amarrado a uma árvore, na altura do apartamento dela.
– Boa tarde, falou o homem.
– Boa tarde, respondeu calmamente a Margarida e logo se virou para dentro da casa e gritou. – Juca, tem um homem pendurado na janela!
E o homem respondeu:
– Não, minha senhora. Não é pendurado na janela. É pendurado na árvore.

Quem estava pendurado na árvore era o Kanassa de Moura, um homem de 52 anos, pintor, vizinho da Margarida e que morava na única casa da rua Marcelina, que só tinha prédios. Ele subiu lá para proteger a árvore, uma tipuana. A prefeitura queria derrubar a tipuana, que era saudável e forte, dava umas flores amarelas e estava lá plantada há mais de 40 anos. E o Kanassa não ficou sozinho nessa luta. Logo a Zizi se juntou a ele e vieram outros, o César – que depois virou namorado da Zizi e essa parte da história também é bem legal – o Salviano, irmão da Zizi; a Débora e os seus três irmãos, Valério, Pedro e Igor; o Filipe e o Martim, que estudavam à tarde junto com o César; e duas amigas da Débora, a Fátima e a Hebe. Todos formaram um grupo e se organizaram para defender a tipuana e não deixar a prefeitura cortar a árvore. As reuniões do grupo aconteciam na casa do Kanassa. Fizeram abaixo-assinado para pressionar o prefeito e saíram pela rua, de casa em casa para pegar as assinaturas. Eles conseguiram o apoio do seu José, o português dono da padaria, que também passou o abaixo-assinado, do porteiro do prédio e da maioria das pessoas da rua e do bairro.

O Kanassa subia na árvore todas as vezes que a prefeitura vinha para cortar a tipuana e acontecia a maior confusão, baixava a polícia e vinha até a televisão. Numa das vezes a repórter perguntou ao Kanassa por que ele fazia isso.
– Porque é o jeito mais rápido de impedir a derrubada da árvore.
– O senhor faz isso para defender a ecologia?
E o Kanassa respondeu:
– Olha, eu nem pensei na ecologia. (risos.) Eu pensei, na hora, só em defender a árvore. É uma tipuana de mais de 40 anos, quando eu me mudei pra cá ela já existia. Isso nem é uma árvore, é um monumento!
A história dessa árvore parece com a história da Biblioteca Anne Frank. A biblioteca tem 65 anos e é um patrimônio do nosso bairro. E eu também entrei nessa luta só para defender a minha biblioteca, mas agora eu estou descobrindo muita coisa.

Marcia Kupstas nasceu e mora em São Paulo. Formou-se professora pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP. Escreve para suplementos literários e revistas destinadas ao público adulto e jovem. Sempre gostou de ler e de escrever, aos quinze anos já mandava seus contos para concursos. Para ela, escrever “representa uma necessidade orgânica tão intensa quanto a de comer, respirar e amar”.

Ricardo Girotto é formado em Publicidade e Propaganda pela PUC de Campinas. Começou a trabalhar como ilustrador no jornal Diário do Povo em 1987, e atualmente trabalha no Diarinho, suplemento infantil do jornal Diário de Grande ABC. Trabalha para as principais editoras do país e ilustra suplementos infantis, revistas, livros didáticos e de literatura para o público infantil e juvenil há mais de 20 anos.

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Notícias da minha luta política

Hoje eu liguei para o pessoal da Sintaxe* e perguntei o que eles achavam de eu fazer um post só sobre o movimento contra o fechamento da minha biblioteca. Eles responderam:

– Faz como das outras vezes, Heitor. Fala do movimento no começo do texto e depois fala de um livro, também. Você fez isso no post anterior, contou sua conversa com o bibliotecário e depois falou do livro do Pedro Bandeira. Por sinal, ficou bem legal!

– Obrigado! Mas é que desta vez eu tenho muita coisa pra contar, saiu notícia no jornal, eu participei de uma reunião… Acho que o post vai ficar muito grande!

– Tudo bem! Desta vez passa. Mas toma cuidado, o seu blog é sobre literatura e não sobre política.

Preocupado com a advertência deles, mas, motivado pela ideia de que fechar bibliotecas faz mal à literatura, eu escrevi o post de hoje.

Na semana passada eu estava lendo jornal com o meu pai. Gosto muito de ler jornal com ele, vou vendo as notícias e quando eu não entendo, ele me explica. Mas nesse dia saiu uma notícia, que eu estou entendendo muito bem e acompanhando de perto. Ele viu primeiro e me chamou.

– Venha ver, Heitor, hoje tem notícia da sua biblioteca, da sua primeira luta política.

Meu pai que inventou essa história de que participar do movimento contra o fechamento da biblioteca é a minha primeira luta política e eu estou adorando essa história.

– Que legal, pai. Deixa eu ver a notícia.

– E parece ser boa, ela está dizendo que vocês estão ganhando a luta.

– É mesmo! Deixa eu ler, então.

A notícia do jornal dizia que o processo de tombamento do quarteirão foi aberto. O Condephaat, que quer dizer Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado já começou a analisar o tombamento do lugar onde tem além da biblioteca, um teatro, duas escolas, uma creche, dois serviços de saúde e a APAE. Eu fiquei muito feliz, pois me disseram que se esse processo começasse a prefeitura não podia mexer em nada, até que ele fosse concluído. Se fosse aprovado, a minha biblioteca estaria salva, seria um patrimônio e ninguém mais poderia mexer com ela. E se não fosse aprovado, a prefeitura ainda teria que enviar o seu projeto de “tombamento” (que neste caso é derrubar, mesmo) para a Câmara Municipal para avaliação dos vereadores. A prefeitura devia esperar o resultado desse processo para continuar com seus planos, mas parece que a coisa não é bem assim. Pois, diz no jornal, que ela vai prosseguir com a sua intenção de vender a área para uma construtora, mesmo com a abertura do processo de tombamento. O jornal diz também, que “o terreno pode até ser vendido, mas toda a área e os prédios que existem nela não podem sofrer nenhum tipo de alteração.” Seria difícil alguém comprar o terreno não podendo mexer nele, mas, me disseram que nesse mundo da especulação imobiliária a gente nunca sabe direito.

Também teve uma reunião da organização do movimento e me convidaram, mandaram um e-mail me avisando e eu fui. Estavam todos felizes, mas ainda preocupados. Disseram que estamos ganhando, marcamos dois gols e está dois a zero pra gente, mas o jogo não acabou e vamos continuar lutando. Havia umas vinte pessoas nessa reunião e todos se apresentaram. Tinha um moço de uma ONG que fica no bairro, que trabalha com “políticas públicas e acompanha as câmaras municipais”, ele veio apoiar e oferecer ajuda para o nosso movimento. Uma moça da associação em defesa dos bairros dos jardins também veio oferecer ajuda. Outro moço, irmão de uma frequentadora da APAE, disse que mudar de lugar é um risco muito grande para a saúde das pessoas que se tratam lá. Também teve um moço do CAPS, que quer dizer Centro de Atenção Psicossocial, que disse que também é muito importante manter esse serviço de saúde no mesmo lugar. Outro que conhece bem a Câmara Municipal, disse o que nós devemos fazer para convencer os vereadores da importância em preservar esse patrimônio e votarem ao nosso favor, caso o processo seja encaminha pra lá. Outro que trabalha com a memória do bairro disse que toda a história desse nosso movimento está sendo documentada e pode virar um livro. (Oba! Vou ler esse livro!). A Eva Wilma também estava lá. Eu já conversei com ela uma vez, na passeata, e contei aqui no blog, no post “Fui à minha primeira passeata”. Ela disse que por ser atriz “fala emocionalmente”, e acha que devemos manter o quarteirão como está, principalmente, por ser “vital para o meio ambiente e um oásis do bairro.” Outro que falou emocionalmente foi o Helcias, que até já colocou comentário aqui no blog. Ele é da Associação Grupo Memórias do Itaim Bibi e sempre que fala anima todo mundo a continuar lutando na defesa do nosso quarteirão. Eu também me apresentei, disse que o meu nome é Heitor, tenho 12 anos e escrevo um blog. Falei que eu gosto muito de ler e que vou sempre à Biblioteca Anne Frank para pegar livros e não quero que ela seja fechada, que saia do quarteirão ou que vire um prédio. Gosto de ler no meio das árvores e lá está cheio de árvores.

– E depois, foi o Monteiro Lobato que escolheu o lugar onde ela fica e a prefeitura não pode tirar de lá. Assim eu terminei o meu “discurso”, como Helcias e Eva Wilma, também emocionado.

Quem quiser apoiar a “nossa luta” ainda pode colocar seu nome no abaixo assinado que está no link: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7756

* Sintaxe é a assessoria de imprensa que criou e me deu de presente este blog. Eles cuidam das mudanças e também divulgam.

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Li um livro do Pedro Bandeira

Na semana passada eu fui à biblioteca para pegar um livro emprestado e saber das novidades da “nossa luta” contra o fechamento. A prefeitura quer fechar a biblioteca do meu bairro para construir um prédio no terreno. Já falei disso em outros posts. Chegando lá, encontrei o meu amigo João Gabriel, o bibliotecário da Anne Frank.

– Oi, João. Tudo bem? Vim pegar um livro do Pedro Bandeira e saber como estão as coisas.

– Do Pedro Bandeira?! Ele me perguntou, espantado.

– Sim. Por quê? Eu respondi e devolvi a pergunta.

– Você não vai acreditar… Outro dia eu fui à Câmara falar sobre a Biblioteca Anne Frank e advinha quem estava lá?

– O Pedro Bandeira?!

– Sim, em pessoa! Ele também foi falar e falou depois de mim. Fiquei ao lado dele!

– E você conversou com ele?

– Conversei. Contei da biblioteca e disse que eu estava muito feliz em conhecê-lo pessoalmente.

– Ele é legal? Ele vai apoiar a nossa luta?

– Ele é muito legal e está do nosso lado.

– Então agora eu vou ler um livro dele com mais gosto! Você me ajuda a escolher.

– Claro que eu ajudo, Heitor. Estou aqui pra isso!

– Legal, João! Mas antes me conta. Como andam as coisas por aqui?

– Não sei se você já sabe, mas na outra semana tivemos uma vitória. A prefeitura tentou impedir, mas o Ministério Público decidiu manter o inquérito civil para a investigação sobre a venda do quarteirão. Com isso vamos ganhando tempo. Tem também o projeto de tombamento, se o processo for iniciado, por um bom tempo, até que o projeto seja avaliado, ninguém vai poder mexer com a nossa biblioteca.

– Que legal, João! Eu acho que vamos conseguir vencer.

– Eu também estou otimista, Heitor, mas temos que continuar lutando. Também tem um pessoal organizando um seminário e convidando uns especialistas para falar. Se for marcado, eu te aviso o dia. Acho que vai ser bacana!

– Me avisa, mesmo. Não posso faltar nesse dia. Outra coisa, você me falou que tem umas pessoas mais velhas, que frequentaram a biblioteca quando eram crianças. Queria conversar com elas. Você pode me apresentar alguma?

– Claro que eu posso. Sabe que também tem uns depoimentos escritos e guardados aqui, de pessoas que fizeram parte da história da Biblioteca Anne Frank. Você quer ver esses depoimentos?

– Oh, se quero! Vamos marcar um dia! Quero vir aqui para ler todas essas histórias.

– É só você me falar. Elas estão aqui, guardadas…
– Sim, Heitor, tem mais uma coisa… Outro dia uma amiga mandou um e-mail me perguntando se você existe, mesmo, ou se é um personagem. O que eu digo pra ela?

– Deixa eu pensar… Já sei, vamos enganar a sua amiga… Diz pra ela que eu não existo e que tudo que está escrito aqui no blog é invenção minha.

O João Gabriel riu e disse:

– Você não existe, Heitor!!!

Ele disse isso daquele jeito que as pessoas falam, quando acham alguém muito bacana. Gostei! Além de existir, acho que sou um menino legal.
– Agora vamos lá, então, João, escolher o meu livro do Pedro Bandeira.

Entramos nas salas dos livros e o João me mostrou uma estante.

– Tudo isso é Pedro Bandeira. O que você quer levar?

– Nossa! Quanto livro ele escreveu! O que você sugere?

– Pra começar você pode ler A marca de uma lágrima. Acho que você vai se apaixonar por essa história.

O João tinha razão, eu me apaixonei pela história e pela Isabel, a personagem principal deste livro. A história de A marca de uma lágrima (Editora Moderna) começa com uma conversa entre a Isabel e seu pior inimigo, “o mais cruel, o mais cínico, o mais impiedoso, o inimigo que falava a verdade, sempre a verdade”: o espelho do banheiro do seu quarto. Isabel se achava feia, tinha 15 anos e se apaixonou pelo seu primo Cristiano, que não via desde que os dois eram crianças. Mas Cristiano começou a namorar sua melhor amiga, a Rosana. Isabel lia bastante, adorava escrever e escrevia muito bem, até poesia ela fazia.

Antes de ti, Cristiano,

Eu nem sabia sequer,

Fui metade de mim, mesma,

Fui pedaço de mulher…

Estes versos ela escreveu para sua amiga Rosana entregar ao Cristiano, como se fossem da Rosana, e ajudá-la a conquistar o amor do seu primo, que também era a sua grande paixão.

Vou deixar meu peito aberto,

Rosana de amor sem fim,

Sem porteiro, sem vigia,

Para que entres em mim…

E estes foram para o Cristiano entregar a Rosana e retribuir todo amor que recebia pelas cartas e poemas de sua amada.

Isabel se meteu nessa confusão e nem conseguia enxergar e suportar as declarações de amor de outro menino da escola, o Fernando, que gostava das mesmas coisas que ela e também adorava livros.

No final o Cristiano vai ficar muito apaixonado pela Rosana. Não pelo que ela é, mas pelo que ela escreve. Isso vai dar muita confusão! E a história continua… a diretora da escola aparece morta e todos pensaram em suicídio. Isabel será a testemunha chave para desvendar esse crime. E tem muito mais… Gostei do Pedro Bandeira, parece que todas as suas histórias são cheias de emoção. Vou voltar na biblioteca e pegar mais livros dele.

Pedro Bandeira nasceu em Santos em 9 de março de 1942, morou em São Paulo de 1961 até 1999 e depois se mudou para São Roque (SP), onde mora atualmente. Estudou Ciências Sociais, trabalhou como professor e ator de teatro, publicitário, jornalista e editor. A partir de 1983 começou a publicar seus primeiros livros, a se dedicar somente a literatura e virou um grande escritor. Além de A marca de uma lágrima, escreveu também A droga da obediência, Pântano de sangue, Anjo da morte, Agora estou sozinha, O medo e a ternura, O grande desafio, A hora da verdade, Prova de fogo, Brincadeira mortal, entre muitos outros. Ele diz que os trabalhos em jornais e revistas o ajudaram na sua carreira de escritor. “O jornalista é obrigado a estar preparado para escrever sobre quase tudo”. Já a inspiração para cada história, ele fala que vem dos livros que leu e dos acontecimentos de sua própria vida. Ele é o autor de literatura juvenil mais vendido do Brasil. Ao todo já vendeu mais 21 milhões de exemplares dos seus livros.

Conversa engraçada

A biografia do Pedro Bandeira me fez lembrar uma conversa muito engraçada, que eu ouvi outro dia, parece uma piada.

Uma pessoa que queria escrever um livro, e também estava interessada em ganhar dinheiro perguntou a outra:

– Esse negócio de escrever livro dá dinheiro?

A outra respondeu:

Depende. Não basta escrever, tem que vender. Eu, por exemplo, conheci um cara que escreveu um livro e vendeu tudo…

Vendeu carro, vendeu casa…

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