Notícias da luta política e de caros amigos

Hoje vou contar novidades sobre a luta em defesa do quarteirão e da biblioteca do nosso bairro; vou falar do primeiro livro da minha amiga Stela Greco Loducca, que tem um site bem legal chamado “O Pequeno Leitor” – o livro dela se chama A lobinha ruiva e foi ilustrado pelo, agora, meu amigo Renato Moriconi. Também vou mostrar trecho de um vídeo de animação do meu amigo escritor Almir Correia; e vou falar do livro O Elefante Infante, de Rudyard Kipling, um clássico da literatura infantil, editado pela Musa, editora da minha amiga Ana Cândida Costa, traduzido pelo meu amigo Adriano Messias e ilustrado por Fernando Vilela, que ainda não conheço pessoalmente.

Coisas do meu melhor amigo

– Você é o maior comédia, Heitor!

Fiquei surpreso com o Lipe, por dizer que sou comédia e por me tratar pelo nome, faz tempo que ele só me chama pelo apelido. Deve estar p. comigo!

– Por que, Lipe?

– Esses seus “amigos”

Falou com desdém e fez sinal com os dedos colocando aspas em amigos.

– O que é que tem meus amigos?

– Você fica falando no seu blog que é amigo de todos esses escritores. É tudo ficção!

– Não é tudo ficção, não, Lipe! Tem alguma ficção no meu blog, sim, mas a minha amizade com esses escritores, é verdadeira. Pode perguntar a eles.

Quem acompanha o meu blog sabe da minha amizade com esses escritores e de como tudo começou. Primeiro conheci o pessoal da Sintaxe, em uma visita que fiz a uma editora, tudo isso está contado aqui. Foram eles que me deram a ideia do blog, me ajudaram a fazer, a divulgar e me introduziram nesse mundo da literatura. Eles me levaram a feiras de livros, lançamentos, a outros passeios literários e me apresentaram a seus amigos escritores, ilustradores e editores. Depois aprendi a me virar sozinho, meti as caras e hoje continuo ampliando minha rede de amigos do livro. O Lipe é o meu melhor amigo e sabe disso tudo, não sei por que fica tão p. comigo.

Minha primeira luta política

Faz tempo que não falo da minha primeira luta política, a luta em defesa do quarteirão e da biblioteca do nosso bairro. Todos devem ter acompanhado pelo jornal ou aqui no meu blog. O prefeito anterior queria demolir a biblioteca, o teatro, duas escolas, uma creche e duas unidades de saúde, que ficam em um terreno público aqui no Itaim Bibi, para construir um prédio de apartamentos particulares.  A biblioteca é a Anne Frank, que eu frequento desde criancinha.

Quando soube que as pessoas do bairro estavam se organizando pra defender o quarteirão, perguntei pro meu pai se eu podia participar do movimento, também. Ele me deu a maior força e disse: “Essa será sua primeira luta política, de verdade, Heitor!” E é por isso que eu a chamo assim: “minha primeira luta política”. Esta e outras cenas dessa minha luta estão aqui no blog, e em breve vou contar toda essa história, completa, em detalhes. Aguardem!

As comissões

Apesar de o prefeito ter cedido a nossa pressão e, antes de terminar seu mandato, desistido de demolir o quarteirão, a lei que autoriza a prefeitura a vender o terreno continua valendo. No ano passado o então vereador Eliseu Gabriel, que apoiou o nosso movimento, entrou com um PL (Projeto de Lei) na Câmara para revogar essa lei. Mas antes de ir à plenária para ser votado pelos atuais vereadores, esse projeto tem que passar por quatro comissões: Comissão de Constituição e Justiça, de Política Urbana e Meio Ambiente, de Administração Pública, e de Finanças e Orçamento.

Na quarta-feira, ele passou pela primeira comissão, a de Constituição e Justiça, foi aprovado, e o nosso grupo estava lá, fazendo pressão. Eu não fui, não podia faltar à escola, mas foram meus amigos e companheiros de luta, o Helcias, o Luiz, a Joyce, o Cacildo e o Toufic. Nossa luta vai continuar, vamos pressionar as próximas comissões e também acompanhar o processo de tombamento que está parado no Condephaat, para salvar o nosso quarteirão, para sempre.

Personagens trocadas

Na outra semana recebi um e-mail da minha amiga Stela Greco Loducca me convidando para o lançamento de seu primeiro livro, A Lobinha Ruiva:

Oi Heitor, tudo bem com você? Quanto tempo! Queria muito te contar que sábado que vem, dia 3, será o lançamento do meu primeiro livro com uma das historinhas do meu site O Pequeno Leitor. Estou muito feliz e gostaria muito que você desse uma passadinha lá na livraria já que é fã de livros. Beijos, Stela.

Fazia tempo que eu não via a Stela, eu a conheci no lançamento de “O Pequeno Leitor” (essa história eu contei aqui no blog), depois nos encontramos na entrega do prêmio de uma revista para os melhores livros infantojuvenis (essa eu não contei aqui, não dá pra contar tudo), ela já tinha me falado que estava pra lançar o livro. Respondi ao e-mail dizendo que ia, sim, ao lançamento e que, além de ser fã de livros, também era fã do site e do trabalho dela. O Pequeno Leitor é um site bem legal, tem um monte de histórias e ainda dá pra criar personagens e construir sua própria história. Fui ao lançamento do livro, conversei com a Stela, com o Renato Moriconi, que fez as ilustrações e peguei autógrafo dos dois.

A Lobinha Ruiva é o primeiro de uma série de livros que a Companhia das Letrinhas vai lançar com as histórias que Stela Greco Loducca escreveu para o site O Pequeno Leitor. Será um lançamento por semestre e o segundo já está previsto para o final de 2013. Ilustrado por Renato Moriconi, esse livro reconta a história da Chapeuzinho Vermelho e troca as personagens. Nessa história a Chapeuzinho  se chama Amanda e é uma lobinha bem boazinha. Sua mãe é Dora e a vovó, Gertrudes. Todas lobas!

E o bicho malvado que tenta enganar Amanda, é “bem esquisito”, quase não tem pelos no corpo e anda com duas pernas. “Seria o caçador?” Sua mãe alertou-a para que “tomasse cuidado com os caçadores maus que poderiam aparecer na floresta”. A lobinha desconfiada pede a ajuda dos outros bichos para salvar sua vovozinha. No final, o livro dá algumas sugestões para o leitor misturar personagens de outra história e criar sua própria, como acontece no site O Pequeno Leitor, ou inventar outros finais para essa história.

Stela Greco Loducca trabalhou por 18 anos com redatora publicitária, mas foi depois do nascimento de seu filho, sua maior fonte de inspiração, que virou a página e, assim como a Chapeuzinho, foi caminhando estrada afora. Começou a escrever histórias, que tinham a ver com os momentos de vida dele, e também desenvolveu um trabalho de incentivo à leitura em uma comunidade carente. A partir dessas experiências criou O Pequeno Leitor, um site interativo e cheio de histórias para pequenos que um dia serão grandes leitores. A Lobinha Ruiva é o seu primeiro livro.

Renato Moriconi nasceu na cidade de Taboão da Serra, em São Paulo. Estudou artes plásticas e design gráfico. Tem mais de quarenta livros publicados no Brasil e também em outros lugares do mundo, como França, México e Coreia do Sul. Recebeu alguns prêmios ao longo de sua carreira, como o de Melhor Livro-Imagem, em 2011, e de Melhor Livro Para a Criança, em 2012, pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Foi finalista do prêmio Jabuti 2011 em duas categorias: Melhor Ilustração Infantil e Melhor Livro Infantil.

Um teaser de animação

Conheci o Almir Correia na Bienal do Livro e falei de um livro dele aqui no blog. Depois disso trocamos alguns e-mails, gosto de acompanhar todas as coisas que ele faz e sempre peço notícias. Ele é escritor, com muitos livros publicados por diversas editoras; roteirista; produtor de vídeos de animação e autor da série “Carrapatos e Catapultas”, sucesso de animação que passou na TV Cultura, na TV Brasil e no Cartoon Network. Em breve quero fazer um post especial sobre o trabalho dele. Hoje vou mostrar um trecho de uma animação nova, que ele produziu e me mandou o link por e-mail:

Oi, Heitor. Aqui vai o teaser da nossa mais recente animação “Menina Lua Menino Lua”. Abraços, Almir Correia.

Teaser do curta de animação “Menina Lua. Menino Lua.”. Roteiro e direção de Almir Correia. Animação e direção de arte de Giordana Medaglia. Trilha sonora de Rodrigo Grigoletti. Produção Zoom Elefante. Junho de 2013.

Um prêmio Nobel de Literatura

O conto O Elefante Infante, de Rudyard Kipling, com ilustrações do próprio autor e de Fernando Vilela, traduzido por Adriano Messias, e publicado em versão trilíngue (português, inglês e francês) pela Musa Editora foi tirado do livro Histórias assim (Just so stories), uma de suas mais famosas coletâneas de contos. Ele é dedicado a sua filha Josephine e conta a história de um elefantinho muito curioso, que queria saber de tudo, e vivia fazendo perguntas.

À sua tia Avestruz perguntava por que as plumas de sua cauda cresciam daquele jeito, à sua tia Girafa, por que tinha a pele manchada, à gorda tia hipopótamo, por que tinha olhos vermelhos, e ao seu tio peludo Babuíno, por que os melões tinham aquele gosto. O Elefante Infante tinha perguntas pra tudo, não conseguia respostas pra nada, e só apanhava a cada pergunta feita.

Até que um dia, numa bela manhã, ele aparece com uma pergunta que jamais havia feito: “O que o Crocodilo come no jantar?” Todos os bichos ficaram assustados e bateram no Elefantinho por muito tempo. Depois, encontrou o Pássaro Kolokolo, que disse pra ele seguir pelas margens do grande rio Limpopo, que encontraria sua resposta. O Elefantinho foi e isso mudou sua vida e o transformou para sempre.

O escritor Adriano Messias, de quem eu já falei aqui no blog, disse que, traduzir Rudyard Kipling do francês e do inglês para nosso idioma foi tarefa de responsabilidade e prazer. Sobre essa história ele diz que “a interessante relação do narrador com sua ‘bem-amada menina’ torna a narrativa agradável, ora se reportando às densas florestas, ora voltando o contador ao ambiente em que narra a história, por meio de seus desenhos, o que promove uma maior interação leitor e autor.” Kipling foi um escritor marcante na infância e juventude do Adriano.

Rudyard Kipling nasceu em Bombaim (atual Mumbai), na Índia, em 1865, e morreu em Londres, em 1936. Jornalista, poeta e escritor é considerado o maior inovador na arte do conto curto e seus livros para crianças são clássicos da literatura infantil. Foi um dos escritores mais populares da Inglaterra no final do século XIX e início do século XX. Em 1907 ganhou o prêmio Nobel de Literatura, na época foi o primeiro autor de língua inglesa a receber esse prêmio, e até hoje, o mais jovem. Foi um lutador pelos direitos dos povos indianos colonizados, e seus textos tratam com ironia as incongruências do império britânico. Ao mesmo tempo, foi considerado por outros, como o profeta do imperialismo britânico.  A controvérsia sobre esses temas em sua obra perdurou por muito tempo, mesmo assim, ele é reconhecido como um intérprete incomparável de como o império era vivido. É autor da série O livro da Selva, das diversas versões de Mogli, o menino-lobo, entre muitas outras obras de prosa e poesia.

Próximo post

O próximo post será sobre o livro Os herdeiros do Lobo, de Nelson Cruz, em mais uma edição do clube de leitura com os alunos da Escola Municipal Luiz Gatti, de Belo Horizonte. Haverá entrevista coletiva com o autor, não percam!

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  1. Oi Heitor, tudo bem? Adorei que você foi no lançamento da Lobinha ruiva. Sua opinião como leitor é muito bacana pra mim que sou sua fã e fã dos livros que você comenta. Adorei o seu post.
    um beijo grande,
    Stela

  2. Poxa Heitor, parabéns pela sua primeira luta política! É realmente injusto quererem demolir ambientes que geram lazer e educação ao povo. Esse prefeito só quer saber de lucro, hein!
    Por outro lado, não sabia que existia uma biblioteca chamada Anne Frank! Por coincidência agora estou lendo o diário da Anne, e estou gostando muito! Interessante saber que a pobre menina foi homenageada no nome de uma biblioteca paulistana.

    Parabéns Heitor por todas as suas amigas escritoras. Deve ser uma honra ter amigas que escrevem livros aparentemente tão legais! A lobinha ruiva deve ser muito legal!

  3. Oi, Luara. Pois é… O prefeito que queria demolir era o anterior, o que entrou neste ano, disse que não pretende desapropriar o lugar, mas a gente nunca sabe, vai que… Por isso, continuamos lutando para anular a lei e tombar o quarteirão, como patrimônio histórico. Então, a biblioteca Anne Frank foi fundada em 1946, nessa época ela tinha outro nome, um tempo depois foi feita essa homenagem à Anne Frank. Ela é a segunda biblioteca infantojuvenil mais antiga de São Paulo, a primeira é a Monteiro Lobato, que fica na região central da cidade. Logo vou contar toda a história dessa nossa luta e aviso você. Obrigado! Então, ainda não li o Diário de Anne Frank, outro dia ganhei um exemplar do meu pai. Vou ler e depois podemos compartilhar a leitura. Que tal?

  4. Poxa, não sabia disso não! A biblioteca que eu vou também se chama Monteiro Lobato, fica no centro de São Bernardo do Campo! E não se esqueça de postar sobre a sua luta, viu!? Torço por você! Quanto ao diário de Anne Frank leia ele sim, é muito legal!

  5. Pois é, Luara. Nossa Monteiro Lobato fica na Vila Buarque, perto do Centro de São Paulo. Vou postar sim! Também vou ler o Diário de Anne Frank, postar aqui e esperar o seu comentário.

  6. Olá Heitor, tudo bom? Adorei o seu post e aqui estamos novamente na sua luta política. Parece que esse prefeito não gosta muito de cultura e conhecimento não é, para querer destruir teatro, biblioteca e tal. O Elefante Infante para ser um livro incrível e quantos amigos você tem! Bom, sabia que estou com a ideia de começar o meu próprio livro? Acho que você também deveria tentar. Um abraço!

  7. Olá Iago. Sim, ainda estamos resolvendo o estrago que ele fez, por isso continuo na minha luta política. Que legal, depois quero saber mais dessa sua ideia de livro, vá em frente! Também estou pensando numas coisas parecidas.

  8. Olá,
    Eu me chamo Jamilli sou aluna da professora Luciana e adorei o livro ”Os Herdeiros do Lobo”.s
    Eu já li esse livro três vezes e muito bom .
    bjs.Jamilli

  9. Olá
    eu sou aluna professora Luciana e me chamo Millena tenho 11 anos de idade gostei muito do livro herdeiros do lobo e gostei muito deste livro e gostaria de conhecer outro livro do Nelson Crús .

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