Hoje vamos começar um clube de leitura bem diferente, eu, a professora Luciana e os alunos da Escola Municipal Luiz Gatti, de Belo Horizonte. Vamos ler um texto do escritor Jorge Miguel Marinho, cedido especialmente para o blog, que será publicado em três capítulos, e tentar adivinhar a palavra escondida
Outro dia recebi um e-mail do meu amigo escritor Jorge Miguel Marinho, dizendo que tinha um texto, que já foi publicado no passado pela revista Recreio, e depois virou um livro, que se chama A palavra que não queria dizer seu nome. Ele disse que tem autorização para “publicar e veicular onde quiser”, e me ofereceu, com exclusividade, para postar em capítulos aqui no blog.
Ele me explicou que é uma história de palavra e de suspense, um quebracabeças. Disse que eu “poderia publicar no blog aos poucos, por breves capítulos, e fazer uma bela brincadeira de adivinhação com os leitores”. Ele falou para eu ficar à vontade e só publicar se achasse a ideia bacana. Claro que achei bacana, uma ótima ideia, e fiquei super feliz. Um texto do Jorge Miguel Marinho publicado, com exclusividade, no meu blog… É uma honra!!!
E logo me lembrei da professora Luciana, que também acredita em mim, e dos meus amigos, alunos da Luiz Gatti. Juntos já fizemos muitos clubes de leitura. E pensei, faz tempo… estou com saudades dos nossos clubes de leitura, vou convidar a professora e ver se querem participar desse clube diferente. Eles também gostaram da ideia e toparam participar. Até entrevista com o Jorge Miguel Marinho combinamos de fazer, eles já pesquisaram sobre o autor e mandaram as perguntas.
Dividi o texto do Jorge Miguel em três partes, neste post, vou publicar a parte inicial, nos próximos, publico o restante do texto, a entrevista com o autor e mais informações sobre esse nosso novo clube. O desafio é adivinhar o nome da palavra escondida, e todos estão convidados a participar. Fica a dica do Jorge Miguel: primeiro a gente tenta descobrir o sentido da palavra até chegar ao nome dela. Participe dessa brincadeira e dê seu palpite aqui nos comentários!
A PALAVRA QUE NÃO QUERIA DIZER SEU NOME…
Jorge Miguel Marinho
Imagine só se isso acontece…
É você mesmo…! Eu sou o escritor dessa história e estou falando com você mesmo aí bem na sua frente. Então me escuta…
Ela era uma palavra que tinha muita vergonha do nome dela.
É verdade mesmo, e você pode acreditar nisso. Era uma palavra envergonhada, com raiva dela mesma, sem a menor auto-estima.
E é por isso mesmo que ela vivia se escondendo no Dicionário que é uma das casas das palavras.
Ele, o Dicionário que nunca foi e nunca vai ser o Pai dos Burros, ele sabia muito bem que toda palavra tem casa em qualquer lugar – ela mora na rua, na escola, no banheiro, na mão direita ou na mão esquerda e em tantos outros lugares que até fica acordada lá dentro do sonho da gente e inventa história de verdade como eu.
Pois muito bem: o Dicionário às vezes era um pouco vaidoso como todo o mundo e ficava com a lombada estufada se achando o dono de todas as palavras. Por mais que tentasse fazer a maior força para entender, não conseguia admitir de jeito nenhum esta atitude tão apavorada da palavra. Uma palavra que tremia dos pés à cabeça só de imaginar que alguém pudesse descobrir o seu sentido… E muito pior ainda ficar sabendo o “sentimento” dela.
“Isto não pode ficar assim – não, Não e NÃO!”, ele gritava não muito alto, tinha bom senso e não podia perder a cabeça. Mas também não conseguia tirar da cabeça que uma palavrinha qualquer, muito metida à besta, tivesse o atrevimento de ficar escondida dentro dele. Justamente dele que nunca tinha pensado na vida em ser um esconderijo.”
O dicionário pensava muito: ele sabia muito bem que era uma casa, mas espera aí!, era uma casa de portas abertas para quem quisesse visitar qualquer palavra. Não tinha o menor cabimento uma palavra ou uma pessoa que é a mesma coisa ficar se escondendo ou escondendo o nome dela. Eu concordo com ele, você eu não sei…
“Rrrespeito é bom e eu gggosto”, ele rangia o R com os dentes e abraçava o G com a língua no céu da boca.
“Que palavra mais descarada, fingida, sem vergonha”, ele acusava. E na hora se corrigia:
“Sem vergonha ou envergonhada? Para essa palavra maluca, tudo é a mesma coisa e pronto – essa garota só tem nove letras e é tão confusa”.
Escutou o que ele disse? Eu escutei…
Eu ainda não conto e nem sei se vou dizer o nome da palavra, se não eu estrago o segredo dessa história. E você sabe muito bem que uma história sem segredo é muito pior do que uma palavra que tem vergonha do nome dela.
O Dicionário que não podia perder o sentido das coisas, buscava encontrar uma razão para esse medo da palavra, mas não se conformava. Quando sentia o dedo de alguém percorrendo com os olhos bem abertos o seu caminho alfabético e essa palavra se apagava, fugia e até se disfarçava com as letras de uma colega sua, ele ficava realmente com os nervos à flor da pele: mordia um pouco a capa, ficava pálido nas páginas e desconfiado de outras palavras, até apertava ainda mais as abreviaturas. Mas isto durava só um instantinho. Afinal ele era muito equilibrado e tinha de manter em ordem todas as letras para cuidar dos sentidos bem corajosos das outras palavras. E depois não adiantava ficar muito bravo – cada palavra era dona do seu próprio nariz e fim. Eu também acho isso…
Imagine você que às vezes ele, o Dicionário, ficava até meio comovido, tinha o coração mole, cheio de outras palavras e deixava até escapar algumas delas:
“Coitada dessa palavra, tem palavra que já nasce para sofrer, é uma tragédia.”
Se conformar, ele não se conformava, mas a paciência de esperar era a maior qualidade do Dicionário. E, se existia palavra exibida como “Exuberante, Fascinante, Insinuante”, por que não podia existir palavra com complexo de inferioridade? Até “Estupendo” que era demais de vaidosa e por coincidência tinha o mesmo número de letras da palavra envergonhada!
Mas acontece que, para o azar dessa palavra que se escondia, ela tinha acento circunflexo bem em cima do Ê e esse chapeuzinho chamava muito a atenção. Um dia lá longe quando ela percebeu esse som mais forte lá dentro e lá fora da penúltima sílaba dela, não teve outra: ela se trancou nela, igual a um caramujo que mora e se recolhe dentro da sua própria concha que nem janela tem para ele ver o sol.
“OPA”…, que me deu uma vontade de dizer agora o nome dela, mas nem pensar: como eu já disse, essa palavra é muito envergonhada e eu sou muito discreto. Ainda bem porque você já deve estar adivinhando o tamanho e o jeito dessa palavra.
(continua no próximo post)
Olá, Heitor! Quanto tempo! Eu estava com saudades do nosso clube de leitura. Sua ideia foi ótima! Já estou curiosa para descobrir a palavra! Meus alunos vão adorar! Um abraço.
Ah, Heitor, você sempre nos surpreendendo. Que ideia genial. Eu já estou aqui matutando: que palavrinha será essa? Vou continuar lendo o texto para descobrir. Adorei.
Oi, professora Luciana! Quem bom! Também estava com saudades. Tomara que dê certo esse nosso novo clube. Estou torcendo! Abraço.
Oi, Leni. Que bom que você gostou! Também adorei! O texto do Jorge Miguel é tão bonito e deixa a gente bem curioso.
Oi, Heitor,
Puxa, que legal! Adorei o texto. Por enquanto eu nem desconfio da palavra, mas estou supercuriosa! Vou acompanhar e indicar para os meus amigos. Quem sabe a gente descobre juntos?
Um beijo da
Susana
Oi, Susana.
Que bom! Fico muito feliz de você participar, também. Sim, vamos descobrir juntos…
Um beijo, Heitor.
Nossa !! Adorei o primeiro capitulo do livro espero que os proximos sejam interresante igual a este , amei o seu trabalho espero que quando terminar este faremos outros… beijos <3
Que legal adorei essa primeira parte do livro estou bastante curioso para saber a palavra misteriosa, acho esse trabalho com o clube de leitura bem interessante.
Estou pensando em varias palavras com nove letras.
ate mais
abraço
Larissa Cristina e Caio Vinicius
alunos da professora Luciana
Adorei o primeiro capitulo , achei bacana ! muito bom
Abraço !
Que legal, adorei a primeira parte do livro, quero ver a segunda parte, deve esta muito legal,estou muito curioso para saber que palavrinha é esta.
Até mais um abraço
Ola Heitor , Sou aluno da professora Luciana , adorei esse livro, só o começo dele está me deixando muito curioso, mas acho que vamos conseguir descobrir essa palavra é só usar bem a cabeça . Apesar de estar bem difícil , mas vamos conseguir juntos um , Abraço , João !
OI HEITOR, GOSTEI MUITO DO BLOG. ACHEI MUITO INTERESSANTE ESTÁ DE PARABÉNS ………
LUCAS FELIPE
Oi Heitor, tudo bem ? Eu gostei muito do seu blog , eu fiquei curioso para saber a palavra ,espero que revele logo para matar minha curiosidade. Ate mais um abraço.
Oi Heitor, gostei muito do seu blog, você é um ótimo escritor,que dia que você vai vir na nosso escola. Parabéns! Gleysson Silva , Gusttavo Henrique.
Oi Heitor.gostei muito desse capitulo,curto muito seu trabalho,e estou esperando os próximos. Até logo.
Oi Heitor ,eu gostei bastante do Blog que você escreveu hoje ,eu curti o livro e estou curioso para descobrir essa palavra ! Um Abraço!!!
Olá Heitor, é um prazer imenso fazer parte desse seu grandioso trabalho, já estou amando e me divertindo bastante, também estou muito curioso para saber que palavrinha é essa (hahaha). Gostaria de agradecer a oportunidade que você está nos oferecendo de aprimorar nossos conhecimentos na literatura, vai ser um desafio em tanto, aguardo o próximo capítulo.
Abraços.
Olá Heitor
Sou aluno da professora Luciana , ela pediu para lermos o seu Blog. Bom, achei interessante seus comentários sobre “A palavra” ……. continue assim que vc vai longe.
Espero um dia te ver, abraços!!!!
att:Ygor
Meu chute é Periguête. Hahahaha.
Oi, turma da E. M. Luiz Gatti, alunos da professora Luciana.
Estou muito feliz de fazer esse trabalho, de novo, com a nossa querida professora. Das outras vezes lemos o livro inteirinho e conversamos sobre ele, desta vez, estamos lendo o livro aqui no blog, em capítulos, e eu estou adorando, também. Foi ideia do autor, o Jorge Miguel Marinho! Nesse primeiro capítulo ainda tá difícil de descobrir qual é a palavra escondida, mas no próximo tem mais dicas, vamos ver… Obrigado pelos comentários que vocês deixaram aqui, gostei muito. Um dia quero ir a Belo Horizonte pra conversar “pessoalmente”. Beijos e abraços, Heitor
Oi, Mario. Você errou… kkkkk
Outro chute: Sapiência!
Acho que você errou de novo, Mario, mas só vamos ter certeza e descobrir no terceiro capítulo…
Só eu chuto? :´( Paciência.
Oi Heitor! ainda não conseguimos achar a palavra misteriosa estamos muito curiosos para saber qual é não temos nem ideia de qual palavra seja.
Caio Vinicius e Larissa Cristina
Oi Heitor, tudo bem? Eu estou muito curiosa com a palavra eu pensei em hortênsia por causa do acento circunflexo e eu estou pensando em outra palavra junta mas não tenho ideia ainda. Espero descobrir no próximo capítulo, um abraço e beijos até mais Lorena e Rayssa.
“Ler e muito solitario. Entao, quando a gente tem a possibilidade de trocar experiencias, fica um habito mais completo.” A afirmacao da servidora publica Leila Costa Pereira, de 40 anos, resume bem o que leva cada vez mais paulistanos a frequentar clubes de leitura – ha dezenas espalhados por bibliotecas, livrarias e outras instituicoes culturais da cidade.