Participei de mediação de leitura

Aquela visita que fiz ao pessoal da Sintaxe, e que rendeu o post anterior, também vai render o post de hoje. Naquele dia eles me contaram, também, que faziam um curso:

– Heitor, estamos fazendo um curso de mediação de leitura numa biblioteca da prefeitura e acho que vai ser útil para o seu blog.

– Como, assim?

– Você já não fez posts e transformou seu blog em clubes de leitura?

– Fiz vários posts com clubes de leitura, com três escolas, uma de São Paulo, outra de Belo Horizonte e outra de São José dos Campos. Vocês sabem disso, no começo, me ajudaram, muito.

– Então… Agora estamos pensando em transformar seu blog em mediador de leitura. O que acha?

– Como é isso? Já ouvi falar de mediação de leitura, mas não sei direito o que é… Mas, se for pra agitar o blog, eu topo!

Tem tanta coisa pra eu aprender sobre livros, que acho que vou precisar daquela “vida inteira pela frente” que minha mãe sempre fala que tenho, quando estou com pressa de fazer as coisas.

Eles me explicaram o que é mediação de leitura, me deram “um curso intensivo” e me disseram que eu ia aprender na prática, e na marra. No final do curso, eles teriam que fazer uma medição, como conclusão, e me convocaram a participar dessa prova final. A mediação de leitura já estava marcada, ia ser na Biblioteca Anne Frank, e com os alunos da EMEI Tide Setubal, escola que fica ao lado da biblioteca. Fiquei mais tranquilo, pelo menos estaria “em casa”, na biblioteca do meu bairro, e com o meu amigo Gustavo, o coordenador da Anne Frank.

Biblioteca Anne Frank

Tirando minhas dúvidas

No dia da mediação de leitura, cheguei meia hora antes da hora marcada e fiquei conversando com o Gustavo, contei pra ele que também ia participar da mediação, disse que estava ansioso e preocupado, achando que não ia dar certo, ele falou pra eu ficar tranquilo e que se tivesse qualquer dúvida, era só perguntar, “estamos aqui pra ajudar”. O Gustavo fez formação em mediação de leitura com A Cor da Letra, que é um Centro de Estudos em Leitura, Literatura e Juventude, e que “formou muitos multiplicadores na prefeitura, inclusive a Ângela, a Márcia, o Cleo, e a Sandra, que estão dando a formação na Biblioteca Viriato Corrêa para o seu amigo”. Aproveitei o tempo que tinha, antes que chegassem as crianças, a professora e o meu amigo, para tirar todas as dúvidas com o Gustavo.

31 crianças e quatro mediadores de leitura

Na hora combinada, chegaram o meu amigo da Sintaxe, a professora Bete, e os 31 alunos da EMEI Tide Setubal, e fomos pra sala de leitura. As crianças se sentaram no chão e a professora começou a conversar com eles, apresentou o meu amigo pra turma e disse que eu era o seu convidado. O Gustavo já é um velho amigo deles, essa escola sempre leva seus alunos na biblioteca Anne Frank. O meu amigo se apresentou, falou do curso de medição de leitura que estava fazendo, que essa seria sua prova final, e passou a palavra pra mim. Eu me apresentei, disse que tenho 12 anos (tenho o dobro da idade deles, eles têm 6), que escrevo um blog e que ia falar desse nosso encontro no meu blog, e depois passava o link pra eles. Feitas as apresentações começamos nossa mediação de leitura, com quatro mediadores e 31 crianças.

A professora organiza a nossa mediação

A professora Bete começou a nossa mediação, combinou com a gente e pediu aos alunos que escolhessem algum livro das estantes, folhassem, e depois trocassem com seus amigos. No final todos iriam escolher um único livro para ela ler pra toda turma.

A procura de seu mediador

Ficamos observando, todos escolheram um livro, alguns trocaram entre si, outros pegaram o livro escolhido, saíram da roda, e foram procurar um mediador, disposto a ler aquele livro, naquela hora, pra eles.

Foi mediação pra todo lado

Cauã, João Vitor, Artur, Luna, Pietro, Nicole, Bernardo, Lucas e Pedro foram alguns dos alunos que saíram da roda a procura de seu mediador, cada um, abraçado ao seu livro. Contando com Ninoca, Cabun, O Soluço do Lúcio, Nas Nuvens, Comilança, Um Amor de Botas, O Casal Perfeito, O Macacão Espantado, Pega Ladrão no Planeta Zog, Rodolfo e o Tesouro Perdido foram alguns dos livros que trouxeram pra gente ler.

Muitos não ficavam até o fim da história

Às vezes o livro escolhido não prendia a atenção da criança, ela saía, ia para outra roda, ou buscava outro livro na esperança de encontar uma história mais interessante. Alguns voltavam com revistas “Recreio” ou gibis do Maurício de Sousa.

Leitura de livro

Quando algumas crianças chegaram com revistas e me pediram pra ler, eu não soube o que fazer. Perguntei aos meus amigos, que fizeram o curso, se devia ler ou não. Eles disseram para eu sugerir a troca da revista por um livro, “nossa mediação é de leitura de livros”. E concluíram: Mas se não tiver jeito, leia a revista, mesmo.

Um livro bem legal

No final encontrei um livro bem legal pra fazer mediação, e foi por acaso. Quem me trouxe esse livro foi o Artur, se chama Ponto de Vista e foi escrito por Sonia Salerno Forjaz. Li esse livro para o Artur e só não cheguei até o final da história porque a aula terminou e eles tiveram que ir embora. O livro é escrito em rimas, rimas muito engraçadas. O Artur estava adorando, tanto, que no final, me disse:

– Quero ficar aqui com você e terminar de ouvir a história.

– Você tem que ir embora, eu volto outro dia e termino de contar essa história pra você. Combinado?

– Combinado! – ele me respondeu, animado.

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