Esta semana que passou foi bastante agitada. No dia 30 fui à entrega do Prêmio Jabuti, no dia 1º fiz panfletagem no meu bairro e no dia 5 fui ao Condephaat, e hoje eu vou contar todas essas minhas aventuras
– Oi, Heitor. Tudo bem? É a Otacília.
– Oi, Ota! Eu estou bem. E você?
– Estou com saudades…
– Eu também, nunca mais a gente conversou.
– Pois é. Eu levei você naquele lançamento da Silvana Salerno, quando você começou a fazer o blog, e depois te abandonei.
– Que nada! Você me apresentou a um monte de gente bacana e me mostrou tantos livros… Por falar nisso, você tem algum livro legal pra me indicar?
– Não. Hoje eu tenho um convite pra você!
– É mesmo? Convite do que?
– Você quer ir comigo amanhã à entrega do Prêmio Jabuti?
– OBA! Se quero! Mas antes eu preciso falar com a minha mãe pra ver se ela deixa.
– Ela está aí?
– Tá
– Chama que eu converso com ela.
– MANHÊ! A OTACÍLA QUER FALAR COM VOCÊ!
Faz tempo que eu conheço a Otacília, ela é amiga do pessoal da Sintaxe, e é minha amiga também. Ela me levou a minha primeira sessão de autógrafos e eu contei esse passeio aqui, está lá, bem no começo do blog, é o quarto post. Ela é editora de livros infantojuvenis e trabalha na Planeta. Bem, ela conversou com a minha mãe e nós fomos à festa de entrega do 53º Prêmio Jabuti, e agora eu vou contar aqui um pouco do que eu vi por lá.
A festa foi na Sala São Paulo, na entrada tem um saguão enorme e antes de começar a entrega dos prêmios, que foi dentro da sala, ficamos nesse saguão encontrando e conversando com as pessoas. Estava cheio, a Otacília conhece muita gente e foi me apresentando pra todo mundo. “Esse é o Heitor, ele tem um blog de literatura, o Blog do Le-Heitor.” Levei uns cartõezinhos com a minha foto, o meu nome e o endereço do meu blog e quem se interessasse em conhecer, eu dava um cartãozinho desses. Disseram que isso se chama network. Eu distribuí um monte de cartõezinhos e fiz a minha network! Fique muito feliz por conhecer um monte de gente nova e encontrar alguns amigos.
Encontrei a Maria Viana. Eu já falei dela aqui, ela sempre deixa comentário no blog e uma vez me ajudou a fazer um post muito especial de um escritor mineiro, que ela gosta e conhece bastante, o Murilo Rubião. Encontrei também a Rosinha, ela é de Recife e veio aqui pra receber um Jabuti! Ganhou terceiro lugar em “Ilustração de Livro Infantil e Juvenil” com uma coleção chamada Palavra rimada com Imagem. Eu já falei de um livro dessa coleção da Rosinha aqui no blog, o livro se chama A história da Princesa do Reino da Pedra Fina. Eu fui ao lançamento dessa coleção aqui em São Paulo e tenho esse livro autografado por ela. É um reconto de um folheto de literatura de cordel do Leandro Gomes de Barros e o texto também é da Rosinha. As ilustrações são muito bonitas, são xilogravuras, que é uma técnica muito usada para ilustrar os folhetos de literatura de cordel.
Encontrei também o André Neves. Ele ganhou dois Jabutis com o livro Obax: segundo lugar em “Ilustração de Livro Infantil e Juvenil” e primeiro lugar, melhor livro “Infantil”. Eu li o livro Obax, adorei e levei o meu exemplar para ele autografar. Ele escreveu uma dedicatória bem bacana pra mim: “Heitor. Para chover imaginação. Com Carinho, André Neves.” Conheci o André Neves na FELIT, aquela feira de literatura de São Bernardo do Campo e lá aconteceu uma coisa bem legal que eu ainda não tinha contado aqui. Conheci o André na quarta-feira e ele me disse que tinha lançado esse livro, mas eu ainda não tinha lido. Na sexta eu fui novamente à feira, o André já tinha voltado para sua casa em Porto Alegre, e nesse dia o Lula visitou a FELIT. Sim, esse mesmo, o ex-presidente! Ele andou pela feira, conversou com as crianças, foi uma festa. Depois ele resolveu pegar um livro e contar a história para um grupo de crianças que sentou em sua volta. E adivinhem que livro ele leu? O livro do André, o Obax! Eu vi o Lula lendo o livro do André! Ele lia e ia explicando a história, parecia que até já conhecia. Nesse dia eu fui procurar o livro na feira, para eu ler também. E quem disse que eu encontrei. Estava esgotado! No dia seguinte eu não resisti. Como eu tinha o e-mail do André, mandei uma mensagem pra ele: “Oi, André. Você acaba de ganhar um leitor ilustre: o Lula leu o seu livro!” Agora eu também já li e vou contar um pouco da história dele aqui.
Obax, escrito e ilustrado por André Neves e publicado pela Editora Brinque-Book, conta a história da menina Obax, que vivia em uma aldeia isolada na África, num lugar seco de vegetação escura e rasteira. Durante o dia os homens cuidavam da terra e as mulheres dos afazeres domésticos e das crianças. À noite era o silêncio e um ótimo momento para compartilhar boas histórias. Obax era muito solitária, tinha poucos amigos e vivia inventando histórias. Corria pela planície em busca de aventuras e depois voltava com os “olhinhos brilhantes” cheia de histórias para contar: Caçou ovos de avestruz, conheceu girafas, apostou corria com antílopes e enfrentou ferozes crocodilos. Ninguém acreditava em Obax.
Uma vez ela contou que viu cair do céu uma chuva de flores. As crianças caçoaram dela, os velhos duvidaram, e a mãe abraçou a filha, protegendo-a, mas também não acreditou na menina. “Como poderiam chover flores onde pouco chove água?” Depois disso Obax ficou muito triste correu pelas savanas e jurou nunca mais contar suas aventuras. Mas como ela ia conseguir guardar aquilo tudo. Então, um dia ela tropeçou numa pequena pedra em forma de elefante e teve uma grande ideia. Ia sair pelo mundo para encontrar novamente uma chuva de flores e provar que sua história era verdadeira. E não é que Obax conseguiu! É muito bonito o jeito como o André conta essa história e suas ilustrações são lindas. E a Obax, então, é uma gracinha. Eu disse pro André: – Essa Obax tem tudo a ver comigo, me apaixonei por ela!
André Neves nasceu em Recife e mora em Porto Alegre. Ilustrador e escritor de livros infantis, estudou Artes Plásticas, é arte-educador e promove palestras e oficinas sobre literatura infantil e juvenil. Já ganhou muitos prêmios, Prêmio Luís Jardim, Prêmio Jabuti, Prêmio Açorianos, e o Prêmio Speciali, do Concurso Lucca Comics e Games, na Itália. Também participou de mostras e exposições de ilustração no Brasil e no exterior.
Notícias da minha luta política
No domingo de manhã eu sempre fico com o meu pai lendo jornal e conversando.
– Filho, eu nem perguntei… como foi a sua panfletagem na quinta?
– Foi muito legal, pai! Foi a minha primeira panfletagem. Gostei muito e quero fazer mais.
– Por que você gostou tanto assim?
– Sei lá, é tão legal, eu fiquei conversando e convencendo as pessoas de que preservar o quarteirão e a minha biblioteca é importante para a história do bairro e da cidade. Eu achei muito bom defender as minhas ideias e ainda convencer algumas pessoas. Acho que a gente vai ganhar essa briga!
– Calma, meu filho, ainda temos que convencer o Condephaat. Quando vai ser a apresentação?
– Amanhã.
– Você vai?
– Claro que eu vou, pai.
– E como você vai? Eu não posso ir e nem posso te levar.
– Pode deixar, pai, eu vou de ônibus. Vai sair um ônibus às nove horas da frente da biblioteca. Vamos todos juntos. Vai ser uma festa!
– Que bom! Vou torcer por você e pelo nosso quarteirão.
– Valeu, pai!
Essa foi a minha segunda visita ao Condephaat, da primeira vez fui ver a apresentação da prefeitura e desta vez fomos assistir a nossa apresentação, a nossa defesa pelo tombamento do quarteirão. Eu já disse da outra vez que essas reuniões do Condephaat são abertas ao público, a gente pode assistir, mas não pode participar. No máximo, podemos aplaudir e foi o que a gente mais fez desta vez. A nossa apresentação começou com o professor Ivani Abreu, que é arquiteto e especialista em “Escolas Parque”, que são diversos serviços públicos no mesmo espaço, assim como é o nosso quarteirão. Lá tem educação, cultura e saúde! Ele falou da história e da importância em manter esses espaços preservados na cidade. Depois veio a Vanessa Kramel, que também é arquiteta. Ela mostrou fotos e contou a história das construções que tem lá. No final veio o Jorge Rubies, que é presidente do Preserva São Paulo. Ele mostrou as falhas do projeto da prefeitura e fez um discurso emocionado defendendo o tombamento do nosso quarteirão.
A Luciana Parisi que é uma batalhadora e moradora do bairro, e que já deixou um comentário aqui no blog, também falou. A atriz Eva Wilma que mora há 31 anos na rua do quarteirão falou da sua emoção em ouvir as crianças da escola cantando o Hino Nacional. A nossa apresentação foi bem legal, teve “informações técnicas”, e também foi muito emocionante. Eu gostei, teve uma parte que eu quase chorei. Eu acho que os conselheiros do Condephaat também gostaram, pelo menos os que se manifestaram. No final, a presidente abriu para as perguntas deles, e uns cinco conselheiros levantaram a mão, e desses, só um perguntou, mesmo. Todos os outros só pediram a palavra para dizer que apóiam nossa luta. Que acham bonito ver uma “comunidade organizada defendendo os seus direitos”. Um deles, que trabalha com crianças e adolescentes, disse, emocionado, que a gente podia contar com ele. No total são mais de 20 conselheiros, a maioria não se manifestou, e a gente não sabe como todos pensam. Temos que continuar lutando e convencendo as pessoas. Por isso, vou continuar a minha panfletagem!
Xilogravura, não conhecia essa palavra. É tipo um carimbo né?
Panfletas quae sera tamem!
Muito legal!!!!
Olá ,
Já estou comprando OBAX, meus filhos com certeza irão amar o livro.
Obrigada pelas dicas.
Esse site é show de bola.
Bjss
Oi Heitor, foi muito bom encontrar você e outros amigos na entrega do Jabuti! Um abraço da Maria Viana
Oi, Mario. Sim, é um tipo de carimbo… entalha na madeira o desenho (ou texto), passa tinta e prensa no papel ou onde quiser.
Oi, Jeosafá. Vou fazer como o Mario… É tipo latim?
Valeu, Ester!
Obrigado, Maricy. Também acho que eles vão amar o livro e a Obax!
Oi, Maria. Também gostei muito de encontrar você e os nossos amigos. É tão bom quando tem essas festas!
Oi Heitor, eu também gostei de te ver lá no Condephaat. Valeu a pena! Todos nós juntos e unidos, lutando por um bem público que com certeza é a âncora, o socorro de muitas famílias. Não podemos deixar isto acabar, de modo algum.
Um beijo Heitor, LUCIANA PARISI
Oi, Luciana. Isso mesmo! Vamos ficar atentos… Hoje eu li no jornal, que mesmo com processo de tombamento no condephaat, alguns patrimônios da cidade já foram derrubados!
oi caro Heitor nós gostamos muito do que voce colocou sobre o livro Os herdeiros do lobo no seu blog. Nos lemos muito o livro do herdeiros do lobo.beijos xau