Clube de leitura com “Os meninos da biblioteca”

Neste post vou falar do primeiro encontro do nosso clube de leitura para jovens da Biblioteca de São Paulo. Nossa ideia é que o clube continue aqui no blog, portanto, quem já leu o livro, mesmo que não tenha participado da reunião, e quiser deixar seu comentário, ficaremos muito felizes. Mesmo para quem não leu e tiver algum palpite pra dar, também pode.

Roda de conversa

Toda vez que participo de um clube de leitura, o Lipe me ajuda, ele também lê o livro e fazemos uma roda de conversa. Foi sempre assim, em todos os clubes que fiz aqui no blog, meu amigo deu uma força. Mas com este foi diferente, desta vez o clube é presencial e o Lipe, às vezes, parece que não quer aparecer. Eu insisti para que ele fosse à Biblioteca de São Paulo, para falar um pouco da sua experiência, o Lipe conhece a história de cor e salteado, é um dos personagens. Mas ele disse que não podia, tinha outro compromisso. Esse meu amigo anda muito ocupado!

– E aí, Le, como foi o clube de leitura com o nosso livro?

– Foi bom, mas você fez falta…

– Eu expliquei que não dava pra ir…

– Eu sei.

– Quando vai ser o próximo?

– No dia 30 de setembro com Um bolo no céu.

– Eu já li esse livro, faz tempo…

– Eu me lembro… Foi de lá que tiramos a ideia da “flauta mágica” para nossa história.

– Foi da hora… Mas vou ler de novo, e dessa vez você pode contar comigo.

– Promessa é dívida, hem?!

– Pode deixar.

Os meninos da biblioteca

Eu mesmo fiz a mediação da conversa, falei um montão, que acabou quase virando um monólogo. Quando contei isso ao Lipe, ele disse que sou falastrão. Nunca ouvi o meu amigo usar essa palavra, não sou falastrão, não, posso ter errado, exagerado e falado um pouco demais, mas… Vou conversar com o pessoal da biblioteca pra saber o que eles acharam, e melhorar da próxima vez. Foi minha estreia em clubes de leitura presenciais, estava nervoso, mas aos poucos, vamos acertando.

Participaram do clube, o Jorge, a Gaby, o Alexis, a Bianca, a Ana Beatriz e a Júlia. Comecei explicando o que é um clube de leitura, alguns já sabiam ou tinha ouvido falar, disse que as pessoas se reúnem para conversar sobre a leitura de um livro e que estão aparecendo muitos clubes de leitura na cidade, na própria Biblioteca de São Paulo, já tem outro, para adultos.

Falei de todos os livros que vamos ler, começando pelo Os meninos da biblioteca, “que vocês já devem ter lido”, depois, em setembro, leremos Um bolo no céu, de Gianni Rodari; em outubro, Os meninos da rua Paulo, de Ferenc Molnár; e em novembro O Alienista, de Machado de Assis. Em seguida passamos para as apresentações, todos disseram nome, idade, escola que estuda, em que ano, se gostam de ler, se leem livros além dos indicados pela escola, se frequentam bibliotecas, etc., etc..

Depois comecei a falar de mim, e não parei mais rsrs… Mas o que eu posso fazer, a história desse livro se confunde com a minha própria história, quer dizer, esse livro é a minha história. Contei como comecei a escrever este blog, que ganhei de presente do assessor de imprensa de uma editora que fui visitar, a Biruta, a mesma que depois editou esse livro, falei dos primeiros posts, dos amigos que fiz, escritores, ilustradores, editores e leitores, dos passeios literários, até chegar no post que escrevi sobre a Biblioteca Anne Frank, era a primeira vez que ia sozinho à biblioteca do meu bairro.

Nesse dia fiquei amigo do bibliotecário João Gabriel, passei a frequentar a biblioteca e pegar com ele, ótimas dicas de leitura. Um tempo, depois fiquei sabendo pelo jornal, que o prefeito queria vender o terreno onde fica a biblioteca para construir prédios de apartamentos.

A prefeitura de São Paulo pretendia entregar a uma construtora um terreno de 20 mil m², no bairro do Itaim Bibi, um quarteirão inteiro onde funcionam alguns serviços públicos, incluindo uma biblioteca municipal, a Anne Frank. A comunidade do bairro se organizou para defender esse quarteirão.

Eu não queria que a biblioteca do bairro fosse demolida, então entrei para essa luta política, nela também conheci muita gente e fiz amigos, o Helcias, presidente do centro de memória, o José Eduardo, uma das lideranças do movimento, o Luiz Gabriel, outra liderança, até a atriz Eva Wilma fiquei conhecendo, além de um vereador, o Eliseu Gabriel, e um deputado estadual, o Carlos Giannazi, entre outros companheiros, todos, personagens do livro.

Cheguei a ser homenageado pela Câmara Municipal, por minha contribuição pela preservação da memória, até recebi uma placa, – levei essa placa para mostrar aos meus parceiros do clube. Com tudo isso acontecendo, percebi que tinha uma boa história para contar. Foi assim que nasceu a ideia desse livro, e com ele ainda fiz outros novos amigos, personagens ilustres da literatura.

No final do encontro lemos alguns trechos, em que esses personagens aparecem, depois vamos ler os seus livros para entender qual foi a missão de cada um. O próximo livro será Um bolo do céu, de Gianni Rodari. O personagem dele, que veio nos ajudar, é o Paulo, ele trouxe munição e suprimentos para reforçar a nossa luta.

O próximo encontro será no dia 30 de setembro e as inscrições já estão abertas, para jovens de 11 a 14 anos, pelo e-mail: agenda@bsp.org.br, ou diretamente, no balcão da Biblioteca de São Paulo, que fica ao lado da estação Carandiru do metrô, em São Paulo.

Clube de leitura e Pedro Bandeira

Hoje vou dar uma passada rápida por aqui para dizer duas coisas. A primeira é que estou muito ansioso com o clube de leitura que vamos fazer no sábado, será minha estreia em clubes de leitura presencias, já teve muitos inscritos, mas ainda há vagas. É para jovens de 11 a 14 anos e quem quiser aparecer por lá, será muito bem-vindo. Vai ser neste sábado, dia 26 de agosto, das 14h30 às 16h30, na Biblioteca de São Paulo, que fica na avenida Cruzeiro do Sul, 2630, dentro do Parque da Juventude, ao lado da estação Carandiru do metrô. Na semana que vem vou escrever um post especial sobre esse nosso encontro.

Encontro com Pedro Bandeira

A outra coisa é pra contar que ontem participei de um encontro com o escritor Pedro Bandeira, na Universidade do Livro da Unesp, que fica no centro de São Paulo. Já li alguns livros do Pedro Bandeira, até falei de um, o “A marca de uma lágrima” em um post bem bacana que escrevi lá no começo do blog (vou deixar o link no final deste texto para quem quiser ler). Quem fez a mediação do bate-papo foi a editora de livros infantis e juvenis da Editora Moderna, a Maristela Petrili de Almeida Leite.

O Pedro Bandeira falou do início de sua carreira como escritor, contou que era jornalista, trabalhou em jornais e revistas e, incentivado pela professora Marisa Lajolo, escreveu o seu primeiro livro. Levou os originais para a própria Maristela, que aprovou, publicou e o provocou a escrever outros. Desde então, Pedro Bandeira não parou mais, em 35 anos publicou mais de cem livros. Ele disse que escreve adaptando sua linguagem ao leitor e que o mesmo tema pode ser contado para diversos públicos, que é só mudar o “foco narrativo”.

Outra coisa interessante que ele disse é que com a literatura podemos experimentar emoções antes mesmo de viver essas emoções, a literatura prepara a gente para a vida, nos ajuda a compreender e elaborar muitos sentimentos. Ele também disse que numa história, não importa tanto o seu conteúdo, o que importa, mesmo, é o narrador e como essa história é contada. Para ele, o grande desafio do escritor é encontrar o jeito de contar uma história. Ele falou que tem orgulho de ser o iniciador na formação de leitores, na plateia havia muitos adultos, emocionados, que aprenderam a gostar de ler com seus livros.

Ele também explicou que para se escrever uma boa história, o autor tem antes que criar um bom personagem, pois um personagem bem escolhido dá ao autor as ideias para o texto, na verdade, é o personagem que acaba escrevendo a história. – Isso eu já sabia! 😉 E acrescentou que às vezes um livro empaca, porque o personagem não ajuda. – E com isso eu não concordo. 🙁

Ele contou também que quando era criança, na escola, escrevia muitos poemas de amor para as meninas, mas nunca conseguiu conquistar ou namorar nenhuma delas, não porque os poemas fossem ruins, ele que era tímido e não tinha coragem de mostrar as suas declarações.

Sobre sua forma de trabalhar, ele disse que escreve e reescreve muitas vezes, e só libera o original quando tem certeza que está terminado. Pedro Bandeira escreve para crianças e jovens, nunca publicou um livro para adultos, uma vez ele começou a escrever um livro para adultos, mas abandonou. Ele contou que um dia desses foi olhar seus arquivos e o livro inacabado estava lá, com 75 laudas escritas, ele releu e decidiu retomar o texto e terminar o livro. Oba! Vamos aguardar…

Link para o post “Li um livro de Pedro Bandeira”: O livro é “A marca de uma lágrima” e quem me indicou essa leitura foi o meu amigo, o bibliotecário João Gabriel, quando trabalhava na biblioteca Anne Frank: http://blogdoleheitor.sintaxe.com.br/li-um-livro-do-pedro-bandeira-2/

Pedro Bandeira e Maristela Petrili de Almeida Leite, da Editora Moderna

Clube de leitura para jovens

Pronto, finalmente cumpri minha promessa, reformulei o blog e estou de volta. Espero que gostem dele! Há tempos havia prometido isso, no final do post em que falei do livro “A livraria mágica de Paris”, fiz um breve inventário de tudo que vi, vivi e escrevi aqui, refleti um pouco e percebi que tinha amadurecido nesse tempo. Já não sou mais criança, acabei de fazer 14 anos e não podia continuar com a mesma cara, mas não quero mudar só na forma, meu plano é ampliar também o conteúdo do blog. Claro que vou continuar falando dos livros que leio, mas o que eu quero, principalmente, é desenvolver novos projetos de leitura, tenho algumas ideias e estou aberto a sugestões.

Pra começar, vou participar de um clube de leitura presencial! Clubes de leitura “online”, em que trocamos impressões sobre a leitura de um livro pelos comentários, eu já fiz alguns, mas desta vez vou participar de um clube de leitura diferente, cara a cara, na Biblioteca de São Paulo. Serão quatro encontros, com quatro livros: “O alienista” de Machado de Assis, “Os meninos da rua Paulo” de Ferenc Molnár, “Um bolo no céu” de Gianni Rodari, e o meu, “Os meninos da biblioteca”. Depois vou publicar posts para documentar esses encontros e continuar nosso clube de leitura por aqui, daí, mesmo quem não foi, vai poder participar.

Simão Bacamarte, Boka e Paulo são alguns dos personagens da literatura, que ajudaram a defender a biblioteca do meu bairro da ameaça de fechamento, que é a história que eu conto no meu livro. Nessa série de encontros vamos conversar sobre a leitura desses quatro livros, conhecer melhor os seus personagens e entender como eu consegui essas valiosas contribuições para minha luta.

O primeiro encontro será com “Os meninos da biblioteca”, no dia 26 de agosto, sábado, das 14h30 às 16h30, na Biblioteca de São Paulo (BSP), ao lado da estação Carandiru do Metrô.  As inscrições estão abertas, são vinte vagas e os primeiros dez inscritos terão o livro emprestado, pois a Editora Biruta, a Companhia das Letras e a L&PM Editores estão apoiando o nosso projeto.

Inscrições até 11 de agosto ou até o preenchimento das vagas. Mandem um e-mail para agenda@bsp.org.br ou dirijam-se ao balcão de atendimento da biblioteca, de terça a sexta-feira, das 10 às 18 horas. Façam suas inscrições e venham conversar comigo sobre a leitura que fizeram do livro. Espero vocês!

O pessoal da Biblioteca de São Paulo fez um cartaz anunciando o nosso clube de leitura e usou uma ilustração do livro, de quando eu tinha 12 anos. Mas tudo bem, eu não mudei tanto assim e o cartaz ficou ótimo: