Já faz três semanas que não publico nada aqui, provas na escola, já contei que quando é assim, meus pais me regulam a internet e dizem que é para o meu bem. Hoje tive uma folga, amanhã não tem nenhuma prova, e resolvi começar a por em dia os meus posts. Vou falar do encontro municipal para organizar a construção do Plano Municipal do Livro e da Leitura (PMLL) na cidade de São Paulo, que aconteceu no último dia 13, anunciei no post anterior e participei.
Livro e Leitura
O encontro foi o dia todo, fiquei lá, desde o comecinho até o final, fiz algumas anotações e agora vou contar um pouco do que ouvi.
A abertura foi com o secretário-adjunto da Secretaria da Cultura, Alfredo Manevy, e o diretor de orientação técnica da Secretaria de Educação, Fernando José de Almeida. O Alfredo Manevy disse que a base da construção do PMLL é a articulação de todas as forças ligadas a questão do livro e da leitura, disse também que a leitura tem que ser encarada como um direito de todos e o plano deve criar condições para isso.
Disse ainda que as duas secretarias tem que se unir nesse trabalho, que as bibliotecas devem ter usos mais amplos, integrar escolas e comunidades, envolver as editoras, livrarias e bibliotecas estaduais, e criar políticas que busquem o leitor e não fique esperando ele chegar. O representante da Educação, Fernando José de Almeida disse que a Secretaria tem 750 salas de leitura, bibliotecas nos CEUs, promove a formação de mediadores de leitura, e que devemos dar atenção especial para as crianças da educação infantil na formação de leitores.
A outra mesa foi com o José Castilho, secretário-executivo do Plano Nacional do Livro de da Leitura, do Ministério da Cultura, e a Cida Fernandes, coordenadora-executiva do Centro de Cultura Luiz Freire, de Pernambuco. O Castilho disse que o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) é resultado da união entre os ministérios da Educação e da Cultura, e que o objetivo é construir uma “política de Estado” para o livro e a leitura, disse que o governo municipal deve cumprir o seu papel para que Estado e sociedade trabalhem pela construção de um Brasil de leitores, que o Estado tem que financiar as políticas públicas, e que a leitura não se faz do dia para a noite, assim como a cidadania. “É preciso pensar a longo prazo.”
Cida Fernandes disse que a participação da sociedade foi fundamental na construção dos planos municipais de Recife e Olinda, disse que a presença de saraus na cidade de São Paulo é um exemplo que onde inexiste política pública, a cidade reage e busca seus caminhos, contou que houve um desmonte das bibliotecas públicas em 2012, em Pernambuco, e que os eventos Seminário de Literatura e Encontro Estadual de Bibliotecas Públicas foram muito importantes para o Plano de lá.
Na parte da tarde houve quatro oficinas. A primeira foi sobre a “Democratização do acesso” e quem coordenou foi a Vera Saboya, Superintendente da Leitura e do Conhecimento da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. A segunda foi sobre “Fomento à leitura e à formação de mediadores”, coordenada por Neide A. de Almeida, socióloga e consultora nas áreas educacional e editorial. A terceira, “Valorização institucional da leitura e incremento de seu valor simbólico”, coordenada por Sandra Medrano, da Revista Emília, e a última foi sobre “Desenvolvimento da economia do livro”, coordenada por Kim Doria, da Libre – Liga Brasileira de Editores. Eu fiquei na segunda mesa e aprendi muita coisa sobre mediação de leitura. Um dia ainda vou falar sobre mediação de leitura aqui no blog.
No final ficou decidido que o GD – Grupo de Discussão que vem se reunindo desde o ano passado será ampliado e transformado em GT – Grupo de Trabalho. O GT será formado por representantes das entidades ligadas ao livro e a leitura nas diversas regiões da cidade, por meio de uma portaria intersecretarial (Cultura e Educação) da Prefeitura do Município de São Paulo. Para definir os pontos dessa portaria e a composição do GT, foi marcada uma reunião para o próximo dia 7 de outubro, segunda-feira, às 14h00 no auditório da Biblioteca Pública Viriato Corrêa, que fica na rua Sena Madureira, 298, na Vila Mariana. Todos estão convidados!
Eu vou, queria tanto participar desse grupo de trabalho, mesmo que fosse como simples observador, tipo café-com-leite, nem ligo, só quero mesmo é acompanhar de perto, mais essa luta em defesa do livro e da leitura na minha cidade.
Próximo post
Hoje também ia falar de um livro bem legal que li, escrito pelo meu amigo Jeosafá Fernandes Gonçalves, que conta a história de Nelson Mandela e de sua luta contra o apartheid, e que se chama O jovem Mandela. Outro livro que li e queria falar também é o Ela tem olhos de céu. Escrito por Socorro Acioli e ilustrado por Mateus Rios, ele foi indicado para concorrer ao prêmio Jabuti de melhor livro infantil. Agora já tenho pra quem torcer no Jabuti deste ano, vou torcer para o livro da minha amiga Socorro!
Mas tenho que deixar pra falar desses dois livros no próximo post, pois este já está grande e o meu tempo na internet, por hoje, já acabou.