Livro é quase um filme de cinema

 Georges Méliès nasceu no dia 8 de dezembro de 1861 e morreu no dia 21 de janeiro de 1938.  Ele foi um ilusionista (ou mágico) francês. Fez muito sucesso como mágico e foi um dos precursores do cinema. Ele usava efeitos fotográficos para criar mundos fantásticos. Méliès é considerado o “pai dos efeitos especiais”, fez mais de 500 filmes e construiu o primeiro estúdio

Georges Méliès

 cinematográfico da Europa. Também foi o primeiro cineasta a usar desenhos para projetar suas cenas. E o que esse francês tem a ver com o post de hoje?

Ele é um dos personagens do livro que eu acabei de ler. A invenção de Hugo Cabret, de Brian Selznick, da Editora SM, que eu peguei emprestado da biblioteca. Foi a história de Méliès que inspirou o autor a fazer esse livro. Ele usou um personagem de verdade para inventar uma história. A invenção de Hugo Cabret é um livro diferente de todos os livros que eu li até hoje. O livro tem 534 páginas e pelas contas do autor, cento e cinquenta e oito ilustrações diferentes, e vinte e seis mil cento e cinquenta e nove palavras. Mas ele não é diferente pelo número de páginas, pela quantidade de ilustrações, ou por ter tantas palavras. Ele é diferente pelo jeito como o autor colocou as ilustrações no livro, para ajudar a contar a história.

As ilustrações dos livros sempre mostram um momento da história, como se fosse um retrato. Nesse livro é diferente, a ilustrações mostram uma cena inteira, como se fosse um filme. O texto começa a contar uma cena da história e os desenhos continuam a contar esta cena. Quase todas as ilustrações ocupam duas páginas, são em preto e branco e muito bonitas. Quando peguei o livro na biblioteca, fiquei assustado, o livro é muito grosso, achei que não ia conseguir ler.  Mas que nada, li rapidinho e viajei na história do Hugo Cabret e nos desenhos do livro. Os desenhos também foram feitos pelo autor.

A história se passa nos anos de 1930 na cidade de Paris. Hugo Cabret é o personagem principal, o protagonista. Ele é um menino de 12 anos e vive

Hugo Cabret

 sozinho em uma estação ferroviária. O pai de Hugo morreu em um incêndio. Ele era relojoeiro e trabalhava meio-expediente em um velho museu, cuidando dos relógios de lá. Um dia seu pai chega em casa trazendo um homem feito de “peças de relógios e delicados mecanismos”, que ele encontrou perdido no sótão do museu. Era um autômato, ficava sentado numa escrivaninha e trazia uma pena na mão. Ele era movido a corda, como esses brinquedos antigos, estava quebrado, mas se fosse consertado poderia escrever ou desenhar.

O pai do Hugo queria muito consertar o autômato. Ele abriu a máquina e desmontou cuidadosamente, fez desenhos detalhados de todas as suas partes em cadernos, limpou as peças e montou novamente. No aniversário de Hugo, como era costume, o pai o levou ao cinema. Seu pai gostava muito de cinema, e sempre lhe contava um filme que assistiu quando criança, dizia que tinha sido o seu primeiro filme: Uma viagem à lua, de Georges Méliès, aquele que eu falei no começo do post e que ainda vai aparecer com tudo nessa história. Nesse dia o pai também lhe deu de presente um de seus cadernos, com os desenhos das peças do autômato. O pai não conseguiu consertar o autômato, um incêndio no museu o matou, e fazer essa máquina funcionar virou uma obsessão na vida de Hugo.

Autômato em ação

Dizem que os autômatos existiram de verdade. Eles foram construídos por mágicos, que tinham conhecimentos de mecânica. Serviam para “surpreender as platéias”. Ninguém imaginava como aqueles bonecos misteriosos dançavam, escreviam, desenhavam ou cantavam. Já ouvi falar que hoje ainda existem alguns inteirinhos, feitos naquele tempo, que desenham e até escrevem poesia.

 Hugo morava sozinho na estação ferroviária, pois quando o pai morreu, ele foi viver com o tio, que cuidava dos relógios daquela estação. O tio bebia muito e um dia sumiu. Hugo ficou sozinho. O inspetor da estação não podia saber que o seu tio não estava mais por lá e Hugo continuou a cuidar dos relógios, para o inspetor não desconfiar e descobrir o seu segredo.

Na estação havia uma loja de brinquedos. Hugo costumava roubar alguns brinquedos dessa loja. Usava suas peças para substituir as peças quebradas do autômato. Um dia o dono da loja o pegou, fez devolver um brinquedo de corda que ele havia roubado e lhe tomou o caderno, presente do pai. O dono da loja queria saber por que o menino queria tanto aquele caderno. Hugo não contava, era o seu segredo. Mas o dono da loja também tinha um segredo. Hugo conheceu a sobrinha do dono da loja, uma menina um pouco maior do que ele, e eles ficaram amigos, mas esse é só o começo dessa história.

A Bienal do Livro começa na semana que vem. O pessoal da Sintaxe falou com a minha mãe e ela deixou. Eles vão me levar para passear na Bienal e vão me apresentar para um monte de escritores. Quero conversar com eles e depois contar tudo aqui no blog. Aguardem!

Saída Bangu – O Rodrigo, que também gosta de descobrir as origens das palavras, deixou um comentário no blog perguntando sobre a origem de uma expressão antiga, usada no futebol: saída Bangu. Então Rodrigo, eu fui pesquisar e encontrei esta resposta: “Esse tipo de saída teve sua origem nos treinos do time Bangu, do Rio de Janeiro. O time, para agilizar o treino, fazia com que seus jogadores dessem a saída de bola como se fosse um tiro de meta, pois assim o time poderia treinar mais saída de bola e criação de jogadas pelos jogadores da defesa. O termo acabou pegando e a “saída Bangu” começou a ser usada por outros times nos seus treinos e em jogos de recreação”.

Compartilhe:
  • Facebook
  • Twitter
  1. Acabei de assistir ao filme A Invenção de Hugo Cabret e amei a história. Até pensei que o filme se tratasse de alguma outra coisa, tal como uma aventura de ficção. Mas não, é História com “H” maiúsculo. simplesmente fantástico

    Então, tendo terminado de assistir, vasculhei na internet os bastidores da história. simplesmente fantástico.

    Parabéns pela postagem, blogueiro.

    W

  2. Obrigado, Wanderley. Eu também assisti ao fime e adorei, e pretendo ver uma exposição no MIS, aqui em São Paulo, sobre o Georges Méliès. Dizem que está muito boa!

  3. Eu adoreii. EU vi o filme li o livro fui na exposição e comprei a chave o rato e o automato que custou 350.00 . estavam a venda para colecionador. Mas agora o que tá na moda é monster high

  4. Oi, Lara. Eu não fui na exposição, que pena! Combinei com o meu amigo João Gabriel, mas no final não deu certo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *