Li dois livros da Luciana Savaget

Hoje vou falar da Luciana Savaget. No post anterior eu disse que tentei me encontrar com ela no Salão da FNLIJ, no Rio de Janeiro, mas não consegui. Eu conheço a Luciana desde a Bienal do Livro, ela é minha amiga e mora no Rio. A última vez que a vi foi na FELIT, uma feira de livros que teve em São Bernardo, mas foi rapidinho, nem deu tempo de conversar. Todas essas histórias eu já contei aqui no blog.

Antes de viajar pro Rio mandei um e-mail pra Luciana pra saber quando ela ia ao Salão. Ela me disse que estava na feira do livro de Bogotá, na Colômbia, e que chegaria ao Rio no domingo. Eu ia voltar pra São Paulo no sábado, e não ia conseguir me encontrar com ela. Fiquei triste! Queria tanto ver a Luciana, conversar com ela, ir ao seu lançamento e pegar um livro autografado. Soube que ela ia lançar dois livros pela editora Planeta. Quem edita os livros da Planeta é a minha amiga Otacília.

Encontrei a Otacília por lá e ela me apresentou a Nice, que também trabalha na Planeta. Conversei bastante com as duas e numa das nossas conversas eu disse que queria um livro autografado da Luciana Savaget, mas não ia poder ficar para o lançamento.

– Quando você volta pra São Paulo, Heitor?
– No sábado.
– Fica mais um dia, o lançamento da Luciana é no domingo.
– Não posso, Nice. Tenho que voltar com o pessoal da Sintaxe, eles voltam no sábado à noite.

A Nice ficou calada e não conversamos mais sobre esse assunto. Voltei pra São Paulo, depois de uma semana ela chegou e escreveu um comentário aqui no blog. Fiquei muito feliz! Foi uma surpresa, não esperava.

“Oi Heitor! A autora Luciana Savaget deixou-me uns livros autografados que eu trouxe para entregar-lhe. Como te encontro? Um abraço.”

Liguei pra Nice, agradeci e ela pediu meu endereço. No dia seguinte recebi em casa um pacote com dois livros da Luciana Savaget, Poeta sem palavras e Operação Galápagos, autografados por ela e com dedicatórias pra mim. Adorei a surpresa da Nice e os livros autografados da Luciana. Já li, gostei muito e hoje vou falar deles.

O livro Poeta sem palavras, escrito pela Luciana Savaget, com ilustrações de Andrea Ebert, e publicado pela Planeta Jovem, conta a história de um escritor, que também era poeta, e um dia acorda triste e com medo de perder o dom da escrita. Esse medo toma conta dele, que fica angustiado e não consegue criar mais nenhum verso. No começo achou que era um problema passageiro – outras vezes já tinha acontecido isso, e passou – mas, desta vez, os dias se sucediam e ele continuava sem conseguir escrever.

Ficou muito mal, a inspiração não vinha, estava tão desanimado, que até dores no corpo começou a sentir. Então resolveu sair de casa e buscar na rua a inspiração que lhe faltava. Encontrou uma jovem de olhos brilhantes e que ria sem motivos. “Encontrei o que preciso…” Ele disse. E a partir daí acontece uma história linda, que fala da generosidade e do egoísmo, vocês precisam ver, mas, só lendo o livro, mesmo, pra saber. As ilustrações da Andrea Ebert são umas colagens muito bonitas, a filha dela ajudou, e o marido fotografou.

Operação Galápagos, escrito pela Luciana Savaget e publicado pela Planeta Jovem, conta a história de uma reportagem feita no arquipélago de Galápagos. A reportagem era de tevê e a equipe era formada por Lúcio Leite, o cinegrafista, Fernando Silva, o técnico e operador de áudio, e Vinícius, o repórter, que é quem conta esta história. A pauta da reportagem era investigar denúncias contra o patrimônio cultural e ecológico em Galápagos.

O arquipélago de Galápagos, uma das reservas naturais mais valiosas do planeta, é formado por treze grandes ilhas, seis pequenas e quarenta ilhotas, e foi lá que Charles Darwin esteve em 1835 para criar sua Teoria da Evolução.  A equipe tinha um desafio, entrevistar o chefão de um grupo inglês que há anos utilizava o arquipélago como base de suas atividades criminosas.

A Luciana Savaget esteve em Galápagos a trabalho. Ela é jornalista e foi lá pra fazer uma reportagem para o programa Globo Repórter, da TV Globo. Mas a reportagem do programa não contou a história que ela conta neste livro. É que algumas vezes a Luciana aproveita as viagens de trabalho para ter inspiração e escrever os seus livros. Ela observa, pesquisa, faz anotações e entrevistas, fotografa, faz desenhos, mapas e até grava vídeos. E quando volta, inventa uma história com todas as informações que trouxe da viagem. Ela mistura ficção e realidade, histórias inventadas com histórias acontecidas.

Também foi assim com outros três livros dela: Operação Resgate em Bagdá, Operação Resgate na Palestina, Operação Resgate na Jordânia. Ela também aproveitou as viagens que fez para contar essas histórias. Por ser jornalista, gosta de conhecer os lugares e entrevistar as pessoas, antes de escrever um livro. A Luciana diz que é “uma jornalista sonhadora”! Nos livros O Amor de Virgulino, Lampião; O Amor de Maria, a bonita; e Dadá, a mulher de Corisco ela foi ao Nordeste, visitou os lugares onde os cangaceiros viveram e conversou com familiares e conhecidos, antes de escrever esses livros. Já li esses, também, e adorei.

Luciana Savaget é jornalista, escritora e nasceu no Rio de Janeiro. Escreveu vários livros, entre eles, Operação resgate na Palestina; Operação resgate na Jordânia; Operação resgate em Bagdá; O sertão do Conselheiro Antonio; O Amor de Virgulino, Lampião; O Amor de Maria, a bonita; Meu Padrinho, Padre Cícero; e Enigma de Huasão: uma história peruana. Muitos receberam o selo Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e alguns já são publicados no México, Colômbia, Alemanha, Cuba e Palestina. Já ganhou diversos prêmios como o de Personalidade do Ano Internacional da Criança, da União Brasileira dos Escritores, da Academia Paulista dos Críticos de Arte e Menção Honrosa do prêmio jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Atualmente trabalha na Globo News.

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  1. Oi Heitor, foi um prazer ajudar um querido como você… que além de amar a literatura, aprecia nossos autores. Também adorei esses dois livros e você escreveu muito bem sobre eles. Um abração e nos vemos na Bienal de São Paulo.

  2. Obrigado, Nice! Essa Bienal de São Paulo não quero perder, já estou contando os dias, e vou procurar você por lá.

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