Nelson Cruz no clube de leitura

Hoje começa outra edição do nosso clube de leitura com os alunos da Escola Municipal Luiz Gatti, de Belo Horizonte, e vamos falar do livro Os herdeiros do Lobo, de Nelson Cruz. Também vamos mostrar uma entrevista coletiva que fizemos com o autor. O clube funciona assim, eu posto sobre o livro, e na sequência, os alunos, que leram e trabalharam esse livro com as professoras, escrevem seus comentários. Se alguém mais quiser comentar, claro que pode, mesmo não fazendo parte do clube. A edição anterior (“A professora encantadora no clube de leitura”) teve 147 comentários.

Esse nosso clube é formado por, aproximadamente, 170 alunos das turmas do 6º ano. Quem organiza o clube na escola são as professoras de Língua Portuguesa, e nesta edição entrou mais uma professora pra nossa turma, a Nádia. Agora são três professoras, a Luciana, a Ana Paula e a Nádia. Aqui no blog, somos eu e o meu amigo Lipe. Ele sempre me ajuda, lê os livros do clube, depois fazemos uma “roda de conversa” e compartilhamos nossas leituras.

Nossa roda de conversa

Na semana passada eu estava preocupado, precisava fazer a roda de conversa com o Lipe e a gente não se falava, desde o dia que ele me chamou de comédia. Contei isso no post anterior. Não nos encontramos na escola, ele não me procurou e eu também não o procurei. Estava com saudades do meu amigo e queria conversar com ele, não só pra falar do livro do clube, mas também pra conversar de outras coisas, essas coisas que só os grandes amigos conversam. Contei para o meu pai, ele me disse que isso acontece com todo mundo, e que nessas horas, alguém tem que ceder. Eu cedi e liguei para o Lipe.

– E aí, Lipe, beleza?

– Beleza, Le!

– Na semana que vem tenho que publicar o post do clube de leitura… Você já leu o livro Os herdeiros do Lobo?

– Li.

– Gostou?

– Gostei.

– Você pode passar aqui em casa, hoje, pra gente fazer a roda de conversa?

– Que horas?

– Às cinco. Você pode?

– Posso. Às cinco eu passo aí.

Ele veio, no começo estava meio esquisito, mas nem tocamos no assunto da briga. Fomos conversando sobre o livro, ficamos animados com a história, e em poucos minutos, eu nem lembrava mais que estava brigado com o meu amigo. A história do livro Os herdeiros do Lobo fez as nossas pazes. No final ainda bolamos uma pergunta para entrevista coletiva com o Nelson Cruz.

As histórias de vô João

Quando a professora Luciana sugeriu que a gente lesse o livro Os herdeiros do Lobo no clube de leitura, fiquei muito feliz. Primeiro porque já tinha lido dois livros do Nelson Cruz (Mestre Lisboa – o Aleijadinho, escrito e ilustrado por ele, e Conto de escola, de Machado de Assis, que ele ilustrou) e tinha adorado! Segundo porque já conhecia o Nelson Cruz pessoalmente, conversei com ele uma vez, tinha o seu e-mail e tive uma ideia:

– Professora Luciana, que tal a gente tentar entrevistar o Nelson Cruz no nosso clube?

– Seria ótimo, Heitor! – ela me respondeu. Será que conseguimos?

Conseguimos! Entrevistamos o Nelson Cruz, li Os herdeiros do Lobo, e adorei! Esse livro ganhou o prêmio Jabuti de Melhor Livro Infantil de 2009.

Os herdeiros do Lobo, escrito e ilustrado por Nelson Cruz, publicado pelo selo Comboio de Corda da Edições SM conta uma história que parece ser a história do próprio autor. O vô João seria o avô de Nelson ou ele o inventou. Também pode ser que a história tenha um pouco de verdade e bastante fantasia. Os personagens existiram, mas a história é inventada. Vai saber… O Nelson Cruz diz que em alguns casos é “escolha do leitor”, o leitor escolhe e dá um destino aos personagens. Vamos seguir o seu conselho, então, e brincar de escolher os destinos da história desse livro, que agora, também, é um pouco nossa.

Vô João nasceu na Itália, seu nome era Giovanni Ferdinando, durante a guerra naturalizou-se brasileiro e adotou o nome de João Fernandes. Ele gostava de contar histórias e contava as histórias de Pinóquio, de Cinderela, como se tivesse participado delas. Mas havia uma história que ele sempre repetia e toda vez que contava ficava emocionado. Abria uma velha caixa metálica e retirava de dentro dela antigas fotografias de quadros, com o verso manuscrito, como se fossem cartões-postais.

Todas tinham endereços de remessa de diferentes cidades e vilarejos da região da serra da Mantiqueira, no sul de Minas Gerais. As pinturas eram de um artista chamado Camilo Amarante Lobo, o fotógrafo era um amigo de vô João, Cosme Zanone. Vô João ainda vivia na Itália e seu amigo Cosme, ja tinha se mudado para o Brasil. Certo dia, vô João resolve vir também para o Brasil para procurar o seu amigo, e vive uma aventura cheia de mistérios, que só, mesmo, lendo o livro Os herdeiros do Lobo pra descobrir.

Entrevista coletiva

‘Prefiro acreditar que minhas fantasias sejam reais’

Entrevistamos o Nelson Cruz!

Fizemos algumas perguntas (eu, o Lipe e os alunos da Escola Municipal Luiz Gatti, de Belo Horizonte – por isso, entrevista coletiva), lhe enviamos e ele respondeu.

Clube de Leitura – Como você se inspirou para criar a história de Os herdeiros do Lobo?
Nelson Cruz – Essa história me pregou uma peça; um dia acordei e ela estava inteirinha na minha cabeça. É verdade. Não tive que pesquisar, estudar nem nada. Pronto. Apareceu. O que fiz em seguida, foi escrevê-la e, ao longo do tempo, melhorar alguns personagens e o texto.

CdL – Qual é o paradeiro do personagem Cosme – ele está morto ou escondido?
NC – Olha, essa conclusão sobre o paradeiro desse personagem deve ser do leitor. Se eu falar vai resolver o mistério? Acho que não devo fazer isso. Como cada um escolhe um doce para comer penso que debater e escolher o destino que levou esse personagem deve ser uma escolha do leitor.

CdL – Por que os personagens ficavam atrás da cortina?
NC – Bom, uma passagem da história que não vou revelar. Principalmente, porque é a mais importante da história. Só chamo a atenção para a leitura de imagem.

CdL – Você tem um avô que se chama João? Você é um dos personagens?
NC – Não, eu não sou nenhum dos personagens. Mas, tive esse avô italiano que adotou minha mãe quando ela era criança. Ele era um imigrante. Para homenagear esse gesto de nobreza, de ter adotado minha mãe, e para que ele não fosse esquecido na família adotei-o como personagem dessa história.

CdL – Sabemos que o livro todo não é real, mas algumas partes são reais?
NC – Prefiro acreditar que minhas fantasias sejam reais. Porque, constantemente no noticiário aparecem fatos que já existem na literatura de ficção.  Então…

CdL – Quando você era criança você gostava de fazer e contar histórias?
NC – O mais forte em mim sempre foi o ato de desenhar. Agora, contar histórias é algo inerente ao ser humano. Nunca vou me esquecer das fogueiras e da turma de amigos ao redor do fogo ouvindo e contando histórias, principalmente de assombração.

CdL – Com quem você aprendeu a fazer histórias?
NC – Aprendi a contar histórias lendo histórias. Parece simples mas é aí que entra a ilustração me facilitando o desenvolvimento da narrativa. O que eu não conseguia esclarecer na escrita a ilustração entrava e vice-versa.

CdL – Do que você gosta mais, de desenhar ou de escrever?
NC – Minha alma é de ilustrador e ligada à arte do desenho. Não dá para camuflar isso. Amo ser ilustrador e ser reconhecido como autor de imagem.

Nelson Cruz nasceu em Belo Horizonte e mora em Santa Luzia, Minas Gerais. Escritor, ilustrador e artista plástico, recebeu prêmios nacionais e estrangeiros, como o de Melhor Ilustração Hors-Concours da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), em 2003, para Conto de escola, de Machado de Assis. Entre outros, também ilustrou O aprendiz de feiticeiro, de J. W. Goethe, e O menino poeta, de Heriqueta Lisboa.

Além de Os herdeiros do Lobo, que ganhou o prêmio Jabuti de Melhor Livro Infantil, em 2009, é autor de A árvore do Brasil, Mestre Lisboa e No longe dos Gerais, neste último também fez o projeto editorial e o livro foi 3º lugar na categoria juvenil, do Jabuti, em 2005. Em 2002, foi indicado ao Hans Christian Andersen de ilustração. Em 2008, ao lado de sua esposa, a autora e ilustradora Marilda Castanha, lançou a coleção Histórias para contar História, que reúne seus livros Dirceu e Marília, Chica e João e Bárbara e Alvarenga e os livros de Marilda, Pindorama, terra das palmeiras e Agbalá, um lugar-continente.

Notícias da luta política e de caros amigos

Hoje vou contar novidades sobre a luta em defesa do quarteirão e da biblioteca do nosso bairro; vou falar do primeiro livro da minha amiga Stela Greco Loducca, que tem um site bem legal chamado “O Pequeno Leitor” – o livro dela se chama A lobinha ruiva e foi ilustrado pelo, agora, meu amigo Renato Moriconi. Também vou mostrar trecho de um vídeo de animação do meu amigo escritor Almir Correia; e vou falar do livro O Elefante Infante, de Rudyard Kipling, um clássico da literatura infantil, editado pela Musa, editora da minha amiga Ana Cândida Costa, traduzido pelo meu amigo Adriano Messias e ilustrado por Fernando Vilela, que ainda não conheço pessoalmente.

Coisas do meu melhor amigo

– Você é o maior comédia, Heitor!

Fiquei surpreso com o Lipe, por dizer que sou comédia e por me tratar pelo nome, faz tempo que ele só me chama pelo apelido. Deve estar p. comigo!

– Por que, Lipe?

– Esses seus “amigos”

Falou com desdém e fez sinal com os dedos colocando aspas em amigos.

– O que é que tem meus amigos?

– Você fica falando no seu blog que é amigo de todos esses escritores. É tudo ficção!

– Não é tudo ficção, não, Lipe! Tem alguma ficção no meu blog, sim, mas a minha amizade com esses escritores, é verdadeira. Pode perguntar a eles.

Quem acompanha o meu blog sabe da minha amizade com esses escritores e de como tudo começou. Primeiro conheci o pessoal da Sintaxe, em uma visita que fiz a uma editora, tudo isso está contado aqui. Foram eles que me deram a ideia do blog, me ajudaram a fazer, a divulgar e me introduziram nesse mundo da literatura. Eles me levaram a feiras de livros, lançamentos, a outros passeios literários e me apresentaram a seus amigos escritores, ilustradores e editores. Depois aprendi a me virar sozinho, meti as caras e hoje continuo ampliando minha rede de amigos do livro. O Lipe é o meu melhor amigo e sabe disso tudo, não sei por que fica tão p. comigo.

Minha primeira luta política

Faz tempo que não falo da minha primeira luta política, a luta em defesa do quarteirão e da biblioteca do nosso bairro. Todos devem ter acompanhado pelo jornal ou aqui no meu blog. O prefeito anterior queria demolir a biblioteca, o teatro, duas escolas, uma creche e duas unidades de saúde, que ficam em um terreno público aqui no Itaim Bibi, para construir um prédio de apartamentos particulares.  A biblioteca é a Anne Frank, que eu frequento desde criancinha.

Quando soube que as pessoas do bairro estavam se organizando pra defender o quarteirão, perguntei pro meu pai se eu podia participar do movimento, também. Ele me deu a maior força e disse: “Essa será sua primeira luta política, de verdade, Heitor!” E é por isso que eu a chamo assim: “minha primeira luta política”. Esta e outras cenas dessa minha luta estão aqui no blog, e em breve vou contar toda essa história, completa, em detalhes. Aguardem!

As comissões

Apesar de o prefeito ter cedido a nossa pressão e, antes de terminar seu mandato, desistido de demolir o quarteirão, a lei que autoriza a prefeitura a vender o terreno continua valendo. No ano passado o então vereador Eliseu Gabriel, que apoiou o nosso movimento, entrou com um PL (Projeto de Lei) na Câmara para revogar essa lei. Mas antes de ir à plenária para ser votado pelos atuais vereadores, esse projeto tem que passar por quatro comissões: Comissão de Constituição e Justiça, de Política Urbana e Meio Ambiente, de Administração Pública, e de Finanças e Orçamento.

Na quarta-feira, ele passou pela primeira comissão, a de Constituição e Justiça, foi aprovado, e o nosso grupo estava lá, fazendo pressão. Eu não fui, não podia faltar à escola, mas foram meus amigos e companheiros de luta, o Helcias, o Luiz, a Joyce, o Cacildo e o Toufic. Nossa luta vai continuar, vamos pressionar as próximas comissões e também acompanhar o processo de tombamento que está parado no Condephaat, para salvar o nosso quarteirão, para sempre.

Personagens trocadas

Na outra semana recebi um e-mail da minha amiga Stela Greco Loducca me convidando para o lançamento de seu primeiro livro, A Lobinha Ruiva:

Oi Heitor, tudo bem com você? Quanto tempo! Queria muito te contar que sábado que vem, dia 3, será o lançamento do meu primeiro livro com uma das historinhas do meu site O Pequeno Leitor. Estou muito feliz e gostaria muito que você desse uma passadinha lá na livraria já que é fã de livros. Beijos, Stela.

Fazia tempo que eu não via a Stela, eu a conheci no lançamento de “O Pequeno Leitor” (essa história eu contei aqui no blog), depois nos encontramos na entrega do prêmio de uma revista para os melhores livros infantojuvenis (essa eu não contei aqui, não dá pra contar tudo), ela já tinha me falado que estava pra lançar o livro. Respondi ao e-mail dizendo que ia, sim, ao lançamento e que, além de ser fã de livros, também era fã do site e do trabalho dela. O Pequeno Leitor é um site bem legal, tem um monte de histórias e ainda dá pra criar personagens e construir sua própria história. Fui ao lançamento do livro, conversei com a Stela, com o Renato Moriconi, que fez as ilustrações e peguei autógrafo dos dois.

A Lobinha Ruiva é o primeiro de uma série de livros que a Companhia das Letrinhas vai lançar com as histórias que Stela Greco Loducca escreveu para o site O Pequeno Leitor. Será um lançamento por semestre e o segundo já está previsto para o final de 2013. Ilustrado por Renato Moriconi, esse livro reconta a história da Chapeuzinho Vermelho e troca as personagens. Nessa história a Chapeuzinho  se chama Amanda e é uma lobinha bem boazinha. Sua mãe é Dora e a vovó, Gertrudes. Todas lobas!

E o bicho malvado que tenta enganar Amanda, é “bem esquisito”, quase não tem pelos no corpo e anda com duas pernas. “Seria o caçador?” Sua mãe alertou-a para que “tomasse cuidado com os caçadores maus que poderiam aparecer na floresta”. A lobinha desconfiada pede a ajuda dos outros bichos para salvar sua vovozinha. No final, o livro dá algumas sugestões para o leitor misturar personagens de outra história e criar sua própria, como acontece no site O Pequeno Leitor, ou inventar outros finais para essa história.

Stela Greco Loducca trabalhou por 18 anos com redatora publicitária, mas foi depois do nascimento de seu filho, sua maior fonte de inspiração, que virou a página e, assim como a Chapeuzinho, foi caminhando estrada afora. Começou a escrever histórias, que tinham a ver com os momentos de vida dele, e também desenvolveu um trabalho de incentivo à leitura em uma comunidade carente. A partir dessas experiências criou O Pequeno Leitor, um site interativo e cheio de histórias para pequenos que um dia serão grandes leitores. A Lobinha Ruiva é o seu primeiro livro.

Renato Moriconi nasceu na cidade de Taboão da Serra, em São Paulo. Estudou artes plásticas e design gráfico. Tem mais de quarenta livros publicados no Brasil e também em outros lugares do mundo, como França, México e Coreia do Sul. Recebeu alguns prêmios ao longo de sua carreira, como o de Melhor Livro-Imagem, em 2011, e de Melhor Livro Para a Criança, em 2012, pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Foi finalista do prêmio Jabuti 2011 em duas categorias: Melhor Ilustração Infantil e Melhor Livro Infantil.

Um teaser de animação

Conheci o Almir Correia na Bienal do Livro e falei de um livro dele aqui no blog. Depois disso trocamos alguns e-mails, gosto de acompanhar todas as coisas que ele faz e sempre peço notícias. Ele é escritor, com muitos livros publicados por diversas editoras; roteirista; produtor de vídeos de animação e autor da série “Carrapatos e Catapultas”, sucesso de animação que passou na TV Cultura, na TV Brasil e no Cartoon Network. Em breve quero fazer um post especial sobre o trabalho dele. Hoje vou mostrar um trecho de uma animação nova, que ele produziu e me mandou o link por e-mail:

Oi, Heitor. Aqui vai o teaser da nossa mais recente animação “Menina Lua Menino Lua”. Abraços, Almir Correia.

Teaser do curta de animação “Menina Lua. Menino Lua.”. Roteiro e direção de Almir Correia. Animação e direção de arte de Giordana Medaglia. Trilha sonora de Rodrigo Grigoletti. Produção Zoom Elefante. Junho de 2013.

Um prêmio Nobel de Literatura

O conto O Elefante Infante, de Rudyard Kipling, com ilustrações do próprio autor e de Fernando Vilela, traduzido por Adriano Messias, e publicado em versão trilíngue (português, inglês e francês) pela Musa Editora foi tirado do livro Histórias assim (Just so stories), uma de suas mais famosas coletâneas de contos. Ele é dedicado a sua filha Josephine e conta a história de um elefantinho muito curioso, que queria saber de tudo, e vivia fazendo perguntas.

À sua tia Avestruz perguntava por que as plumas de sua cauda cresciam daquele jeito, à sua tia Girafa, por que tinha a pele manchada, à gorda tia hipopótamo, por que tinha olhos vermelhos, e ao seu tio peludo Babuíno, por que os melões tinham aquele gosto. O Elefante Infante tinha perguntas pra tudo, não conseguia respostas pra nada, e só apanhava a cada pergunta feita.

Até que um dia, numa bela manhã, ele aparece com uma pergunta que jamais havia feito: “O que o Crocodilo come no jantar?” Todos os bichos ficaram assustados e bateram no Elefantinho por muito tempo. Depois, encontrou o Pássaro Kolokolo, que disse pra ele seguir pelas margens do grande rio Limpopo, que encontraria sua resposta. O Elefantinho foi e isso mudou sua vida e o transformou para sempre.

O escritor Adriano Messias, de quem eu já falei aqui no blog, disse que, traduzir Rudyard Kipling do francês e do inglês para nosso idioma foi tarefa de responsabilidade e prazer. Sobre essa história ele diz que “a interessante relação do narrador com sua ‘bem-amada menina’ torna a narrativa agradável, ora se reportando às densas florestas, ora voltando o contador ao ambiente em que narra a história, por meio de seus desenhos, o que promove uma maior interação leitor e autor.” Kipling foi um escritor marcante na infância e juventude do Adriano.

Rudyard Kipling nasceu em Bombaim (atual Mumbai), na Índia, em 1865, e morreu em Londres, em 1936. Jornalista, poeta e escritor é considerado o maior inovador na arte do conto curto e seus livros para crianças são clássicos da literatura infantil. Foi um dos escritores mais populares da Inglaterra no final do século XIX e início do século XX. Em 1907 ganhou o prêmio Nobel de Literatura, na época foi o primeiro autor de língua inglesa a receber esse prêmio, e até hoje, o mais jovem. Foi um lutador pelos direitos dos povos indianos colonizados, e seus textos tratam com ironia as incongruências do império britânico. Ao mesmo tempo, foi considerado por outros, como o profeta do imperialismo britânico.  A controvérsia sobre esses temas em sua obra perdurou por muito tempo, mesmo assim, ele é reconhecido como um intérprete incomparável de como o império era vivido. É autor da série O livro da Selva, das diversas versões de Mogli, o menino-lobo, entre muitas outras obras de prosa e poesia.

Próximo post

O próximo post será sobre o livro Os herdeiros do Lobo, de Nelson Cruz, em mais uma edição do clube de leitura com os alunos da Escola Municipal Luiz Gatti, de Belo Horizonte. Haverá entrevista coletiva com o autor, não percam!